Ou vai ou racha

sex, 19/06/09
por Rafael Lopes |

Tempo nublado na Fórmula 1

Em 1950, numa tarde de maio, a pacata Silverstone viu nascer a maior categoria do automobilismo mundial. Uma categoria que atendia ao desejo das montadoras e da FIA de formar um campeonato de caráter mundial, disputado pelos melhores pilotos do mundo e com os carros mais modernos do planeta. Nascia, assim, a Fórmula 1.

Quase sessenta anos depois, Silverstone pode estar assistindo, também, ao fim da categoria. Pelo menos, como a conhecemos hoje. Depois de meses num cabo de guerra histórico entre o presidente da FIA e a Associação das Equipes, o racha aconteceu da pior forma: os representantes da entidade liderada pelo manda-chuva da Ferrari, Luca di Montezemolo, anunciaram que vão fundar uma categoria própria em 2010.

Quem perde com isso? Todo mundo. Por mais que Max Mosley, à frente da FIA, garanta que haverá F-1 em 2010 – com ou sem Ferrari, McLaren e os times dissidentes – é inegável que o campeonato mais forte do mundo perderia prestígio. E o novo certame, mesmo contando com as principais equipes e algumas provas tradicionais, como Mônaco, precisaria comer muito capim para construir uma história à altura do legado de seis décadas da Fórmula 1.

No meio desta confusão, há um personagem chave para os interesses de ambas as partes. Bernie Ecclestone, o velho dirigente que detém os direitos comerciais da F-1, pode ser o elemento decisivo na guerra de egos e poder que ameaça o esporte a motor como um todo. Ele ainda não se posicionou definitivamente, mas, esperto que é, não causaria surpresa caso tomasse medidas radicais, como isolar Mosley ou simplesmente dar uma banana às equipes.

Neste momento, Bernie está pensativo. Certamente, voltando no tempo para buscar a experiência de cisões anteriores. A briga entre Cart e IRL, tão comentada pela imprensa, nem deve pesar tanto nas análises do inglês. Afinal, naquela ocasião, o campeonato em si já era organizado pelas equipes. Ele deve ter em mente a batalha da FIA com outra associação de construtores, a Foca, no início dos anos oitenta. Época em que o próprio Bernie deu o pulo do gato, passando de dono de equipe a dono da Fórmula 1. Status que, aconteça o que acontecer daqui em diante, tem grandes possibilidade de continuar existindo.

O jornalista Alexander Grünwald é produtor do programa Grid Motor, do SPORTV, e dono do Grün Blog. Ele escreve neste espaço todas as sextas-feiras.

Crédito da foto: Divulgação

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10 Comentários para “Ou vai ou racha”

  1. 1
    Saint:

    O velho moco, digo, Mosley não terá coragem d colocar em risco o futuro da F1. Pra mim ele está querendo mesmo é se aparecer. A muito interesse em jogo e não há dúvida q em momentos como esse vai pesar n balança o interesse maior q é a sobrevivência categoria top do automobilismo, mesmo porque, os investimentos feitos por equipes, montadoras, circuitos, etc, não seriam jogados pelo ralo, assim como, todos esses anos d tradição que tem a F1 no esporte mundial e toda sua história…Moco, digo, Mosley já chega d tanta confusão, blá, blá, te aposenta e dá vez pra quem tem COMPETÊNCIA pra dirigir a F1!!! (.”)

  2. 2
    Vitor:

    Além de todos os pontos negativos já comentados sobre a saída das grandes equipes da f1, está uma questão central e pouco explorada: as contagens dos campeonatos, ou seja, Alonso é BI campeão da f1, o Hamilton é campeão, assim como o kimi, mas se criarem outra categoria, tudo está zerado, pelo menos até que eles voltem para a f1. Caso um desses três seja campeão da nova categoria, esse campeonato não vai contar para a f1. Se o Alonso for campeão, ele o será pela primeira vez, e não pela terceira. O chato é que mais cedo ou mais tarde essas equipes voltarão à f1. e aí, como ficará a contagem de títulos. Pior ainda pro Massa que pretende ser campeão da f1, e não de outra categoria. Se o Massa for campeão dessa nova categoria, ele não estará sendo campeão da f1, e não entrará no time de b rasileiros, junto com o Emerson, o Senna e o Piquet. Acho até que vai rolar um desinteresse e uma falta de estímulo muito grande por parte dos pi8lotos, pois todos estão ali para serem campeões da f1, e não de uma outra categoria automobilística.

  3. 3
    valmir leutz:

    isso tudo é fruto de uma diretoria arcaica,ditadura é coisa ultrapassada demais,em todos os seguimentos do esportee isso é notoria no mundo todo,afinal o que é uma ´´associação“sem associados?quem faz o espetaculo?quem são os diretores da fia?ja foram campeões de alguma categoria?ciclismo,maratona,corrida de saco?o mundo admira as maquinas,os pilotos e suas manobras fantasticas,ou as vezes nem tanto,mais são idolos as escuderias são admiradas,mais me digam uma coisa:alguns de voces conhecem fãs da fia?de seus dirigentes?valeu,abraço a todos

  4. 4
    Daniel Marques:

    E verdade que tem que comer muito capim, mas com certeza estaria começando uma nova historia onde eu assistiria pois sao as melhores equipes e equipes que fizeram parte da historia da F1. E muita besteira este teto orçamentario cada um gasta o que quer e o que pode, que vença o melhor.

  5. 5
    Zani (Autozani):

    Quando o Bernie acordar e resolver colocar suas influências em jogo, talvez seja tarde demais.
    Acho que diante de questões polêmicas, prolongadas e infrutíferas, a solução racional é trocar objetivos. A FOTA está certa e minha opinião é que voltar atrás em sua decisão seria uma pena. Essas oito principais equipes reunidas podem agora desenvolver uma categoria forte e que vai gerar muito mais interesse no mundo inteiro. Se a união de interesses prevalecer, como é a proposta da FOTA, tudo vai dar muito certo. Tomara, chega dessa coisa embaçada e ultrapassada que é a gestão do Max.

  6. 6
    Ridson:

    colegas, quem puder conferir, escrevi em meu blog sobre esse momento difícil da F1 atual. eis aí o link
    https://historiasevelocidade.blogspot.com/2009/06/o-casamento-acabou.html

  7. 7
    Nanico:

    Da mesma forma que a F1 pode perder com as equipes tradicionais as próprias equipes tradicionais perdem sem ter a história maravilhosa, a marca Fórnula 1. Tudo isso que está acontecendo é pura politicagem, estavam esperando um bom motivo para poder criar a crise. Em breve iremos ver nomes conhecidos querendo ser o novo presidente da FIA. Tudo pelo poder e não pela evolução.
    A F1 precisa ter regras que mantenham as chances das pequenas equipes ha se destacarem pois senão ninguém vai querer patrocinar as mesmas e só estarão de olho nas grandes equipes. Não tem graça nenhuma a F1 ter uma, duas ou três equipes de ponta e o resto fica comendo poeira.
    Quem quiser que saia da F1, a mesma é muito maior do que as equipes, essas equipes saem e entrarão outras marcas com vontade de expôr as suas tecnologias.
    A F1 tem muita história, essa categoria ajudou marcas como Fiat a evoluirem e fizeram com que as suas marcas se tornassem mais famosas no decorrer das décadas.
    Nesse “braço de ferro” eu fico no lado da FIA sem sombras de dúvida. Pode vir Fórmula Extreme, Fórmula New Generation, etc. Eu sou F1 e pronto.

  8. 8
    Renan Neves:

    Eu já vinha falanu por aki a muito tempo… “Fora Ecclestone e Fora Mosley”… ninguém escutou veja só no que deu!! Que velhotes malas, acabaram com a nossa F1!

  9. 9
    Carlos RM:

    Bom dia a todos ! Concordo com os comentários do internauta Saint. Aquele babaca do Max Mosley tem mais é que voltar pra casa e suas orgias sado – masoquistas de temática nazista ( e ainda cuidar dos toxicômanos da família ) e deixar a Fórmula 1 em paz. Mas, Saint voce deve ser novo, caso contrário não usaria a expressão ” moco ” pra se referir ao velhote decrépito. MOCO era o apelido de José Carlos Pace, piloto brasileiro falecido em 1977 em um desastre com um pequeno avião. Em 26 de Janeiro de 1975 ( dia em que completei 17 anos ) uma madrinha que morava em São Paulo, sabendo que eu adorava corridas de carro, pagou minha entrada no circuito de Interlagos como presente de aniversário. O autódromo foi posteriormente rebatizado com o nome de José Carlos Pace, em homenagem ao piloto. Curiosamente foi a única vitória dele na Fórmula 1. Ganhou com uma Brabham BT 44 ( um carro que se tornou uma lenda ). E o companheiro de equipe era meu xará. Carlos ( Reutemam ) também, hoje governador de uma província na Argentina. Aliás, diz a lenda, que Nelson Piquet se enturmou na Fórmula 1 porque invadiu o paddock e ficou limpando a viseira do capacete de Carlos Reuteman. Não sei se é verdade. Saint, em respeito ao nosso MOCO, não chame mais aquele estrume nazista por esse nome.

  10. 10
    Carlos RM:

    Alô, alô galera do bem ! O babacão nazista ( Max “mutley” Mosley ) jogou a toalha. E não foi por bom senso. Foi pressão mesmo. É isso aí. Se não vai por bem, vai na marra. Agora podemos voltar a falar de … Fórmula 1. Por falar nisso, a torcida do Lewis Hamilton anda sumida. Por quê será ? Já estou sentindo saudades das ” guerrinhas ” de nervo. Se o Barrichello para de correr, o pessoal vai zoar quem ? Nelson Piquet é ” hours concours “, Massa está a anos luz de Hamilton. Agora o pessoal do contra tem outro inglês e outro alemão pra idolatrar. Vamos recomeçar onde paramos ? Brincadeirinha. Bom dia a todos.



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