Meu nome é Brawn

sex, 13/03/09
por Rafael Lopes |

Ross Brawn e Rubens Barrichello nos testes em Barcelona

Os mais chegados ao universo da MPB devem conhecer um clássico de Roberto e Erasmo Carlos gravado há exatos 40 anos por Gal Costa, chamado Meu nome é Gal. Uma canção intimista, na qual a cantora se apresenta, anunciando seu perfil e seus desejos, em busca de um grande amor. Esta trilha sonora, por analogia, lembra um pouco a situação de Ross Brawn, dono da mais nova equipe da Fórmula 1. Um time que nasceu a partir dos ideais deste engenheiro com especialização em aerodinâmica, que procurava novos horizontes desde que deixou a Ferrari, ao fim de 2006.

Após um ano afastado da categoria, Ross Brawn não cedeu aos apelos dos antigos patrões para voltar ao comando da equipe e aceitou uma proposta da Honda para ser o diretor do time japonês em 2008. Naquele ponto da carreira, todo o sucesso que conquistara anteriormente - incluindo aí Williams e Benetton, entre outros – já não interessava. Brawn queria novos desafios, como quem sai pelo mundo em busca de um novo amor.

Apesar dos investimentos da montadora, ele encontrou uma casa bagunçada, que precisava de comando e de um bom projeto. A primeira parte não seria tão complicada, dado seu histórico, mas a segunda daria um pouco mais de trabalho. Como não tinha qualquer influência intelectual sobre o tétrico modelo que disputaria aquela temporada, ele pensou longe. Deu o ano como perdido e concentrou suas forças no carro de 2009.

Eis que o destino, então, entrou na jogada. Ao fim do ano, a crise econômica global forçou a saída da Honda, e as negociações com os possíveis compradores, que se arrastaram por três meses, acabaram fracassando. No fim das contas, com a coragem de um apaixonado e uma forcinha das circunstâncias, o inglês pôde realizar um velho sonho: assumiu o time e logo tratou de lhe dar o seu nome, ao melhor estilo de velhos garagistas como Enzo Ferrari e Frank Williams. Enquanto a Fórmula 1 ganhava uma nova equipe, Brawn sabia que, enfim, havia encontrado seu grande amor.

Para completar, a escolha dos pilotos também carregou uma dose de romantismo, mesmo baseada em uma série de razões. Ao optar pela continuidade Jenson Button e Rubens Barrichello, ele certamente confiou na experiência de ambos. Mas, de alguma forma, deu à dupla uma nova chance de mostrar o que sabe, depois de duas temporadas remando contra a maré. No caso do brasileiro, pesaram na decisão os seis anos em que trabalharam juntos na Ferrari. Brawn sabe, como ninguém, que Rubens teve um papel fundamental em todas as conquistas da equipe naquele período.

Acolhendo Barrichello, Brawn automaticamente deu as costas a Bruno Senna, um piloto jovem, inteligente e de sobrenome famoso, verdadeiro “partidão” para sua equipe. Nenhum destes predicados, no entanto, foi suficiente para que o rapaz ficasse com a vaga. Afinal, já diziam os versos finais da tal canção: “meu nome é Gal / e se um dia eu tiver alguém com bastante amor pra me dar / não precisa sobrenome / pois é o amor que faz o homem”.

O jornalista Alexander Grünwald é produtor do programa Grid Motor, do SPORTV, e dono do Grün Blog. Ele escreve neste espaço todas as sextas-feiras.

Crédito da foto: Divulgação Brawn GP

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161 Comentários para “Meu nome é Brawn”

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  1. 1
    RAFAEL WUNSCH:

    È isso ai BROWN vai la por que voce ta com o merlhor pilloto do mundo Barrichello o brasill ta com vocesss

    vaaaaaaaai laaaa BRAWNNN GP

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