Análise Econômico-Financeira Individual de 24 Clubes Brasileiros – Vitória
Explicação importante: a equipe que preparou esse estudo trabalhou única e exclusivamente com os balanços apresentados pelos clubes referentes ao ano de 2012. Não foram feitas consultas para tirar eventuais dúvidas ou buscar informações ausentes dos balanços. É importante ressaltar que o balanço é o documento fiscal e contábil oficial, é documento legal, assinado pelos responsáveis e auditado por profissionais independentes. Teoricamente, devem conter tudo que a legislação determina e essas informações devem ser, ou deveriam, suficientes para que qualquer pessoa, nos termos da lei, possa inteirar-se da situação econômico-financeira da empresa ou entidade.
Complemento com essa ressalva feita pela própria equipe:
Vale ressaltar que apesar de alguns clubes apresentarem balanços bastante detalhados e esclarecedores, há uma enorme dificuldade em ter a mesma qualidade em todos os balanços, o que torna limitada nossa ação. E mesmo para clubes que disponibilizam informações estruturadas, ainda restam dúvidas relevantes.
Os trechos em itálico são de minha autoria, para diferenciar da transcrição das análises.
EG
Apesar de ter retornado à Série A, o Vitória teve uma performance excelente no Brasileiro, ainda com chance de conquistar uma vaga na Copa Libertadores. Isso é interessante porque significa que o clube conseguiu montar um bom elenco a partir de um ano de receitas menores. Um bom trabalho de gestão. Resta ver, é claro, se o custo para tal empreita não ultrapassou o limite do bom senso e equilíbrio, o que saberemos em maio próximo.
A receita do Vitória em 2012 foi de R$ 52,3 milhões.
Equilíbrio e Resultados
O Vitória é um dos 4 clubes que retornou à Série A em 2013.
A situação geral do clube é bastante boa. Trata-se de um clube equilibrado, sem dívidas, que investe mais fortemente em Categorias de Base, mas que convive com suas dificuldades por ser regional.
Em termos de Receitas, o crescimento em 2012 foi de 52%, puxado pelas Receitas com TV, que saltaram de R$ 9 milhões para R$ 34 milhões. As demais receitas tiveram comportamentos distintos, sendo que Publicidade e Venda de Atletas sofreram queda, enquanto Bilheteria cresceu.
Em termos de Custos, este cresceram 67%, e refletem um possível tentativa de montar um time competitivo que possibilitasse reais chances de voltar à Série A, o que de fato ocorreu. Isto fez com que o clube novamente atingisse o equilíbrio em termos de geração de caixa, cujo EBITDA em 2012 foi de R$ 1 milhão, enquanto em 2011 foi de R$ 2 milhões.
Na prática, o clube utiliza de forma recorrente dos Adiantamentos de TV para fazer frente à demais necessidades, como Investimentos. Em 2011 adiantaram R$ 14 milhões e em 2012 foram outros R$ 12 milhões. Com isso, os Investimentos foram de R$ 8 milhões em 2011 e R$ 6 milhões em 2012. Vale ressaltar que as categorias de Base recebem a maior parte desses recursos. Porém, o uso dos Adiantamentos gera situações como a vista em 2011, quando as receitas de TV sofreram queda de 44%. Adiantar hoje significa faltar amanhã.
Ainda assim o clube não possui Dívida bancária, o volume de Impostos renegociados é moderado e as Despesas Operacionais estão dentro do que se entende como adequado. Mas é um clube que depende muito do desempenho do ano para ter melhor resultado econômico-financeiro.
PERSPECTIVAS
Precisa manter o equilíbrio, mas reforçar o time para a Série A, o que é sempre um dilema para quem sobe. São as dificuldades em ser regional.
EVENTOS SUBSEQUENTES
Final de Setembro/2013 – O clube foi Campeão Baiano e ocupa a 6ª colocação da Série A.