No fundo de tudo, os estaduais

sex, 29/01/10
por Emerson Gonçalves |

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Este post é mais para fomentar um debate solicitado e suscitado por alguns internautas, entre eles o Lucas Camargo. Ideias, a priori, não são boas ou más, são simplesmente ideias jogadas para serem debatidas. Se forem tolas ou malignas, rapidamente os rumos do debate mostrarão, como também mostrarão, se for o caso, o contrário. O mais comum e saudável, entretanto, e prática comum nos regimes democráticos, é que algumas sejam aproveitadas, no todo ou em parte, juntamente com outras que vão surgindo. Como se diz popularmente, “a verdade está no meio” ou, também podemos dizer que esse é um processo dialético (não chega a ser, mas tem a mesma estrutura), em que teses e antíteses são apresentadas, discute-se e chega-se a uma síntese ao gosto da maioria.

A maioria dos clubes de futebol profissional no Brasil existem por 4, 5, no máximo 6 meses por ano. Fora isso, fecham as portas, pura e simplesmente. Esses clubes precisam operar o ano inteiro e isso só será possível com campeonatos brasileiros de divisões menores, bem estruturados, disputados regionalmente no decorrer do ano, com fases finais nacionais. Isso devido aos brutais custos de logística num país como o Brasil.

Os campeonatos estaduais não dão sustentação para os clubes pequenos e matam as datas que os grandes poderiam usar para torneios e excursões, sem falar numa pré-temporada de fato e não de mentirinha.

Os estaduais existem por três razões básicas:

1 – Sustentação do poder dos dirigentes de federações

2 – Sustentação da vida de clubes pequenos (que deveriam ser sustentados por suas comunidades)

3 – Maratona de clássicos estaduais num momento do ano em que o torcedor já tem saudades do futebol – válido mais para São Paulo e Rio de Janeiro

Na maioria dos estados já se sabe hoje o campeão de 2010, 2011, 2012, 13, 14, 15, 16… Será um ou outro: Atlético ou Cruzeiro, Grêmio ou Internacional e por aí vai. Se o Santa Cruz endireitar, Pernambuco poderá ser uma exceção, também: o campeão será um de três.

Depois de jogar contra os dois grandes ou três grandes ou quatro grandes, o pequeno do interior apaga a luz, fecha a porta e recolhe-se ao vazio. Sua torcida não se incomoda, pois além de não comparecer ao campo para ver o time jogar, cada um de seus torcedores é torcedor de um dos grandes e tradicionais times de expressão nacional e vai sentar-se no sofazão para acompanhar os jogos e depois discuti-los apaixonadamente com os amigos.

Tão grande é o amor e o carinho dos torcedores locais por suas equipes, que vários clubes já estão mandando seus jogos em locais mais convidativos. Em São Paulo, por exemplo, já tivemos jogo de campeonato oficial entre dois clubes do estado disputado em Londrina e vemos times de cidades distantes centenas de quilômetros da capital, mandarem seus jogos em pleno Pacaembu.

A federação do Rio de Janeiro foi mais objetiva: chegou ao ponto de determinar em regulamento que os times grandes enfrentariam os pequenos somente no Maracanã nos jogos decisivos. Não seria mais prático e justo fazer um torneio entre os quatro grandes? E reservar 5% ou 10% da renda para os pequenos dividirem? Eles não teriam nenhuma despesa e embolsariam um dinheirinho legal (sim, é até ofensivo escrever isso e eu não gostei de ter escrito, mas, há algum exagero ou erro ou preconceito nisso que escrevi?).

Se as próprias comunidades não se interessam, não se importam com a sobrevivência de suas equipes, por que cargas-d’água deveria esse encargo ser passado para os grandes clubes? Que na verdade são grandes apenas aqui, nessa Terra de Vera Cruz, pois fora daqui são tão desconhecidos quanto pequenos. Em parte por culpa dos próprios estaduais, mantidos por causa, etc, etc… Fecha-se o círculo.

Não há como mexer no calendário e na estrutura do futebol brasileiro sem mexer, a fundo, nos estaduais. Sem mexer, portanto, na estrutura de poder atualmente existente, onde os clubes são meros fornecedores de recursos para as federações e para a confederação. Que, magnanimamente, abre mão de algumas migalhas por já não precisar delas, mas nem por sonho pretende perder o poder que possui. E as federações nem por sonho abrirão mão do poder que possuem. Aliás, a história nos mostra que o poder não é cedido jamais, é sempre conquistado. Transferências de poder são frutos de relações de forças entre campos opostos.

Os dirigentes de clubes têm visão (muitos deles) e, mais que visão, eles têm a vivência dos problemas, sentem-nos na pele. Fazem loucuras e gastam rios de dinheiro justamente para resolver esses problemas, fazendo dinheiro, e tudo que conseguem é aumentar o buraco em que vive cada clube. Essa visão e esse conhecimento amargo e sofrido dos problemas, entretanto, não são o bastante para conseguir uni-los em torno de uma agenda única. Na hora H as rivalidades entram em cena e ofuscam a razão. A paixão vence, mesmo porque é sempre mais fácil e cômodo ceder à paixão que lutar pela manutenção da razão.

Se não prezo os estaduais, não sinto o mesmo em relação a uma Copa do Brasil modificada.

Com todos os clubes grandes, ainda mais aberta e mais ampla do que já é. Passaria de 64 para 128 clubes ou até mesmo 256, naturalmente pré-selecionando a turma até chegar aos atuais 64, dando aos clubes da Série A do Brasileiro, por exemplo, o direito de entrarem em fases mais adiantadas.

A Copa do Brasil é o espaço do sonho, é o torneio de todas as possibilidades, é a competição em que um pequeno aparece para o Brasil inteiro eliminando um gigante. Há que ter o sonho. Se o colorado, corintiano, cruzeirense, flamenguista ou são-paulino sonha hoje com a conquista das Américas e do Mundo em seguida, o ASA tem todo o direito de sonhar com a conquista do Brasil. O mesmo direito que tem o Vilhena, da agradável cidade do mesmo nome, em Rondônia, onde a soja é uma beleza e o clima é uma delícia, por causa da altitude. O mesmo direito que cabe ao ASSUM, ao Souza, ao Naviraiense e tantas outras equipes pouco conhecidas desse país.

Subjetivo, como disse o Lucas Camargo em um comentário?

Sim, totalmente subjetivo. Nem só de razão e objetividade vive o ser humano.

O tempo dessa Copa, entretanto, tem que ser outro, pois ela não deve encavalar com a Libertadores e com a Copa Sul Americana.

Ah, sim, e acabar com essa história de garantia de vaga na Libertadores. A quinta vaga da Copa deve ser do quinto colocado no Brasileiro, a competição-base de nosso futebol. Difícil, longo, cansativo, duríssimo, por isso mesmo é injusto que seu quinto colocado não conquiste a vaga a que tem direito na copa continental.

Então, vamos agora à desprezada Copa Sul Americana…

Pouco importante, sim, por artes e manhas da CONMEBOL, cujos dirigentes curvam-se à vontade argentina e tentam dar a essa Copa uma importância e um valor que ela nunca terá. Tal como na Europa, ela deve ser simultânea à copa principal do continente, no nosso caso a Libertadores. Quem está em uma não está na outra. Quem está na Libertadores e não se classifica para as fases eliminatórias, poderia passar, automaticamente, para uma fase da Sul Americana. Por exemplo, os melhores terceiros colocados. Mas não o inverso, com times da Sul Americana subindo para a Libertadores ou conquistando vaga na do ano seguinte pela conquista do título.

Conquista esportiva dá-se por mérito ou não se dá, não tem valor.

A Sul Americana paga pouco. Durante sua disputa, o Brasileiro vai se afunilando e as atenções voltam-se para ele. As disputas nas duas pontas da tabela ocupam toda atenção e todos os espaços. Se disputada ao mesmo tempo que a Copa Libertadores, ela teria de imediato uma valorização. Que, eu acredito, seria crescente com o passar dos anos.

Isso tudo é muito básico, tudo isso já foi proposto, discutido, nada de novo há nessas ideias aqui alinhavadas sumariamente. Mas vale, naturalmente, o debate. E se tudo isso já foi discutido, um dos pontos aqui levantados foge a essa regra: o poder das federações. Esse assunto parece ser tabu. O próprio pessoal do G4, por exemplo, toca nesse assunto com extremo cuidado, enfatizando sempre que os objetivos do grupo são somente mercadológicos. No Brasil, mexer com as federações não é muito saudável. O mesmo se dá na Europa, como pudemos ver pela extinção do G14, comandada por Michel Platini pessoalmente. Em lugar do combativo e chato G14, nasceu a ECA, com cerca de cem clubes. Dividiu para conquistar.


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57 Comentários para “No fundo de tudo, os estaduais”

Páginas: [3] 2 1 »

  1. 57
    rafael:

    já que o corinthians investiu um bom dinheiro no defederico, porque ele não joga nem no paulistão, quem dirá na libertadores,
    e ele já mostrou que é bom de bola.
    poreque não joga?

    Só o Mano para responder, mas ele não responde.
    Ainda acho que ele não mostrou futebol para justificar a contratação. Isso é natural, ainda mais na idade dele, mudando de país e de cultura. Precisa de mais tempo.
    EG

  2. 56
    Eduardo:

    voltei…
    concordo com alguns pontos que mencionaste, mas ainda acho que isso seria uma inovação e, mais do que tudo,,. NECESSIDADE…
    se distância fosse problema, as empresas americanas não teriam inundado a China e a India de trabalho (mão de obra barata). Estive pela India e pude ver que isso é mais do que realidade. Quem assistiu ao “Quero ser um milionário” deve lembrar do Indiano tentando passar-se por Escocês”… isso é REALIDADE. basta que as administrações sejam COMPETENTES (e talvez, isso sim seja o problema hehehe) .
    Quanto a títulos, devo admitir que, por mim, o inter ganhe 300 campeonatos gaúcho… desde que o GRÊMIO tenha mais Libertadores do que o inter… no final das contas, chegamos a um estágio em que campeonato importantes são os que o torcedor quer… basta comparar com a balela de botar estrelas na camisa… atualmente, só time pequeno continua colocando heheh.
    quanto ao profissionalismo dos boleiros, acho que é questão de cultura… meu pai jogou futebol nos anos 50 e naquela época já se falava no “Não joga nada e quer massagem”… ora, isso não será da noite pro dia, mas atletas profissionais de times grandes precisam entender que, se querem continuar ganhando (muito) mais do que a maioria da população, precisam ser mais profissionais. Se não começarmos logo, aí sim que nunca teremos. Há uma frase famosa aqui nos EUA, muito difundida entre atletas de ponta “You need years of hardworking, to be an overnight star”.
    Quanto a ter um centro mais próximo de Porto Alegre, como tem o SP, o efeito “interior” que deve ser positivo no projeto, acaba perdendo a validade.
    Treinador? dá uma chance pro interino se preparar para assumir o time principal.. afinal, no GRÊMIO e em todos os outros times, sempre tem um técnico pronto para assumir a bronca… No GRÊMIO tem o Rospide já há tempo pedindo passagem (aliás, melhor retrospecto no GRÊMIO que o campeoníssimo “lorde” Autuori).
    enfim, tenho certeza que inúmeros problemas apareceriam.. não seria tão fácil como penso…. não quero “provar” nada aqui, além da necessidade de mudanças… nasci no interior e quero que meus amigos que ainda vivem por lá continuem vendo o GRÊMIO, mas tenho certeza que, como eu, todos eles não se importam em ir para POA em uma final de Libertadores para ver o time principal, enquanto avaliam o futuro do GRÊMIO no enfadonho campeonato gaúcho…
    PS. para lembrar aos mais saudosistas, antigamente os clubes jogavam campeonatos Municipais…. e ninguém morreu porque eles acabaram.
    PS2. Vamos esperar os “barcelonas” venham buscar um novo Messi aos 12 anos ou vamos parar de apadrinhar garotos nas escolinhas e criar estruturas para os que são realmente talentosos, colocando os meninos para jogar?
    PS3. P’ra entender o que digo, basta ver o GRÊMIO atual. Mandou embora o Tcheco para não abafar o Douglas Costa… daí vendeu o Douglas Costa antes de completar 20 jogos com a camisa profissional e trouxeram Hugo e o Douglas (ex criciuma/coringao) que agora abafam o Maylson e o Fernando…. depois não sabemos porque os garotos querem ir cada vez mais cedo para o exterior….

  3. 55
    Daniel V Bruno:

    Emerson, os Estaduais são feitos para que os grandes times de cada estado estejam mais perto de suas torcidas. É uma forma daquele torcedor que não tem R$ 40 para assistir uma partida do Brasileiro ir ao estádio ver seu time jogar, mesmo que o oponente seja fraco e todos já esperem um resultado. Além disso, em todos os estados em que morei (RJ, SP, RS e PE) a rivalidade entre as torcidas é alimentada nos Estaduais. Sem violência, claro, mas aquela rivalidade do vizinho caçoar do outro por causa daquele 6 a 0 no clássico, ou por ter empatado com o Mirassol, por exemplo. Fora a oportunidade única de rivais históricos estarem frente a frente, como o caso daqui de Pernambuco, entre Sport e Santa. E times profissionais, no sentido amplo da palavra, a cada dia estão encarando o Estadual como o fim da pré-temporada, a época para colocar as equipes nos cascos para as competições futuras.
    Em relação a Copa do Brasil, discordo do seu ponto de vista. Ela deve dar uma vaga na Libertadores, sim. Caso contrário, qual time da Série A jogaria a Copa com seus times titulares, sabendo que correm o risco de perder para um ASA de Arapiraca, e sem ter nem a expectativa de uma vaga à Libertadores? De que adianta 128 times em um torneio, que no final daria ao campeão o ilustre título de nada? Seria como a patética Sul-Americana…Se já é difícil decorarmos os campeões da Copa do BR nos moldes atuais, imagine se ela não desse vaga para nada… Esvaziamento total. sewria um campeonato de times pequenos, que só seria transmitido pela Rede Tetéia e côngeneres.

  4. 54
    André:

    Os estaduais queiram ou não têm que acabar, e o calendário brasileiro terá que se igualar com o da europa em datas e competições , ou seja, o certo seria a Copa Sulamericana acontecer simultaneamente com a Libertadores e quem está em uma não está na outra mas com alguns que saem da libertadores entrando na Sulamericana em andamento exatamente como na Champions League e Europe League.
    Não dá pra ser diferente se quisermos sobreviver. Outra coisa que terá de mudar é o valor da venda das transmissões de TV : aqui a Globo paga cerca de 200 ou 300 milhões de reais por ano pelos direitos de TV , RIDÍCULO, nos países de bom futebol da Europa este valor chega a 1 BILHÂO de EUROS. E como eu acho que nosso Brasileirão não perde pra nenhum destes, é realmente uma mixaria que a Globo paga. A Record do Bispo Edir Macedo quis pagar o dobro que a Globo, mas não sei porque não deu negócio. Quem é que entende?

    Não temos como fugir disso, o mundo está globalizado e os jogadores que hoje atuam aqui, amanhã podem estar no Cazaquistão ou na Grécia . ou em Dubai. O Brasil terá que ter as mesmas datas e jogar o Brasileirão em turno e returno de pontos corridos é lógico e a Copa do Brasil e as 2 continentais no meio de semana, com as férias, temporada, e janelas de transferências simultâneas às do MUNDO para podermos brigar de igual para igual com o mundo. E teremos que ter séries A,B,C,e D simultaneamente todas com 20 times com acesso e descenso.
    E os estaduais? Os estaduais vão ficar para os times que não estão em nenhuma das 4 divisões, que farão um MUNDO À PARTE.
    E isso é outra história, no mundo é assim. Não podemos ficar financiando federações e timecos, cada um no seu quadrado, os torcedores dos 12 grandes no Brasil querem ver seus times ganhando Brasileirão, Libertadores e Mundial Fifa, e de quebra se os calendários forem iguais queremos jogar torneios de pré temporada lá fora com os grandes do Mundo, porque na minha cabeça os grandes do país Penta Campeão são grandes em qualquer lugar deste planeta.

    André, quem paga pelos direitos de tv é o mercado publicitário. O valor pago hoje está dentro do que nosso mercado permite e é um valor muito bom, além de estar em crescimento. Outro ponto: no Brasil, a maior parte do bolo TV é pago pelo sinal aberto, ao contrário dos países europeus.
    Como disse em comentário anterior, o famoso “1 bilhão” pelos direitos de tv é um mito, uma lenda. Nunca um dirigente da Rede Record pronunciou tal número, nunca houve uma oferta formal, oficial. Pelo contrário, a Rede Record retirou os envelopes da licitação, mas optou por não participar da mesma.
    Está tudo relatado no “velho” OCE, link no lado direito da página.
    EG

  5. 53
    Diego Carvalho R:

    Sempre defendi que o futebol brasileiro deveria se adequar ao europeu. Campeonatos estaduais são legais e tudo, os pequenos merecem destaque, mas não valem absolutamente nada. O Calendário seria melhor assim: Brasileiro começa em setembro(ou fevereiro ja que é o costume daqui) e termina em maio(ou dezembro). A Copa do Brasil poderia ser disputada paralelamente, com todos os times da 1ª divisãoe de todas as outras divisões. Por volta de 256 clubes cairia bem, entrando os grandes direto na 3ª fase. Libertadores e Sulamericana sendo disputadas simultaneamente, daria mais visibilidade a 2ª. Diminuir para 3 o n° de clubes rebaixados, ja que 4 rebaixados é 20%, o que é muita coisa.Se adequar ao calendário europeu, os clubes poderiam voltar a excursionar pela Europa, jogar contra os grandes do mundo e ganhar um dinheiro a mais, explorar sua marca e muitas outras vantagens. Olha como é simples fazer o futebol brasileiro melhorar. Basta boa vontade dos dirigentes, o que é querer demais. Abraço a todos

  6. 52
    Eduardo:

    Emerson,
    complementando meu comentário #40, após suas considerações: (acho que meu “business plan” não estava bem exposto heheh)
    Na verdade, não vejo como o caso de COMPRAR um time (e manter os 2), mas sim, comprar uma ESTRUTURA de clube pronta. Com todo respeito à instituição, não tenho nada contra, mas clubes como Esportivo de Bento, por exemplo, (com uma longa e bonita história no futebol gaúcho) não faria falta nenhuma. Aliás, golaço da prefeitura de Bento Gonçalves, que confirmou no seu calendário atual que as pré temporadas da dupla GREnal sejam na cidade.
    Mas por que uma estrutura no interior? Ora, há várias razões.
    Primeiro: Mais barato manter uma estrutura de base em uma cidade do interior, além de ter melhor controle sobre a formação de atletas (longe do “tamanho” de cidade grande). Jogador jovem em baladas, é boato na cidade inteira. a carreira dos meninos seria melhor estruturada do que o “silêncio/anonimato” da cidade grande.
    Segundo: Jogadores sem rendimento, teriam que demosntrar serviço em torneios de segunda categoria para justificarem seus salários. Não há boleiro que goste de jogar campeonato ruim. Motivação negativa. Logo, jogariam prá valer para conquistar vagas na equipe principal. Além de nõa haver “liberações” de jogadores por falta de oportunidade. Nõa joga nada, vai pro time B. Nõa quer? rompe o contrato e vai procurar outro clube, mas nõa deixa o clube a ver navios.
    Terceiro: Dê uma lida no post e comentários do Miwner (blogueiro do GRÊMIO no globoesporte) sobre o porquê de muitos torcedores não serem sócios. Ter uma estrutura em outra regiõa, mobilizaria torcedores. Novos sócios com BONS motivos para serem sócios (e não apenas amor ao clube). Seria uma bela forma de ter mais sócios. Tenho certeza que a presença de torcedores no estádio de Bento Gonçalves seria muito mais “massiva” do que nos próprios jogos do “por mim-condenado” Esportivo.
    Quarto: O estadual, com times “b” de GRÊMIO e inter seriam mais competitivos para outras equipes do interior e o torcedor continuaria vendo jogos mais equilibrados em todo o campeonato. Veja o exemplo atual: GRÊMIO entrosando e passando sufoco. Mas assim que passar mais uns 4 ou 5 jogos, tenho a impressõa que serão jogos mais fáceis. Já o inter, com o plantel bastante qualificado e mesma base do ano passado, começou metendo 5 no pobre juventude, que não assusta mais ninguém.
    Quinto: Expansão do clube como MARCA. Sendo uma “franquia ” boa, começa a ir para algum país platino. Por que não fazer o mesmo com times quebrados uruguaios? Ou o Danúbio, Nacional e Peñarol ainda podem ser considerados times da grandeza do futebol uruguaio? Atualmente moro nos EUA e vejo muitos “latinos” com camisa de Real Madrid, Barça, Manchester… por que? por que esses times foram atrás de torcedores no mundo (não apenas pelo dinheiro dos craques, mas investem em marketing no exterior, cada um com seu motivo. Fazem jogos nos EUA, competições com outros grandes clubes e assim, a marca vai indo…

    Prá finalizar: Ninguém tira a história da Hungria ou do próprio Uruguai nas copas do Mundo. Mas podemos considerá-los a força que eram? Infelizmente não. Foram engolidos pelos mais fortes. Assim é a vida. Minha filha nasceu nos EUA e é torcedora do GRÊMIO. Mas se pensarmos que tipo de investimento fazem nossos times nesse aspecto, é de chorar… ela nunca saberia quem é o GRÊMIO se não fosse pelos meus fins de semana usando um dos 10 modelos que possuo.
    Honestamente, não serei pego de surpresa se comentários irônicos feitos aqui nesse mesmo post sobre nos tornarmos todos europeus e torcer pro Madrid, não se tornem verdadeiros em breve para a geração playstation…

    Como canta o bom (uruguaio) oscarizado Jorge Drexler : Nada se crea, nada se pierde, todo se transforma!!!
    Precisamos transformar…. não defendo o fim dos estaduais, apenas a participação de times “secundários” com estruturas um pouco melhores do que os atuais clubes de interior. Não com tanta diferença como existe atualmente.

    PS. Lança esse post prometido de uma vez… :) fiquei curioso… hehehe
    abraço e saudações… se tiver dinheiro para investir nisso, entro com a idéia e o plano completo :)


    Muito boa a pesquisa, na verdade, mais um levantamento, uma enquete, que uma pesquisa propriamente dita, feita pelo Miwner. Estou com ela no meu arquivo e vou dar uma nova lida. Embora de gremistas para o Grêmio e sobre o Grêmio, ela é válida para todos os demais, pois torcedor é torcedor.
    Quanto ao teu plano, Eduardo, ele é interessante, mas, talvez por falha minha, vejo mais problemas que soluções. A começar pela distância do centro de decisões, o que implica em custos mais altos que o normal. Outro problema é mandar jogadores do time de cima para o time de baixo. A menos que o cara seja um profissional com pê maiúsculo, ele não vai aceitar. Até irá, é claro, cumprindo ordens, mas não colocará seu coração e sua vontade na empreita.
    Se fosse para disputar alguma coisa, essa equipe B não poderia disputar a mesma competição que o time principal. Quanto a disputar o Estadual somente com o B… Para isso, teria que contar com a parceria do grande rival, o Internacional. O que seria B para um e para outro? Com uma ou duas derrotas, será que a torcida não gritaria ensandecida pela volta dos titulares?
    Nenhum treinador gosta de jogar quarta e domingo, pois fica sem tempo para treinar a equipe. Isso, todavia, no caso do Brasileiro, com suas viagens longas, quadro agravado no período que remonta com a Libertadores. Bom mesmo é treinar e jogar uma vez por semana e duas vezes em metade das semanas. O time se mantém na ponta dos cascos, em pleno ritmo de competição. O contrário disso, com jogos espaçados, também é prejudicial ao preparo da equipe e, nesse caso, os titulares acabariam tendo que jogar o estadual para manter a forma.
    Complicado, né?
    Jogar em Bento hoje, em Uruguaiana amanhã, em Bagé depois de amanhã, é igualmente benéfico para os clubes, estimula fortemente os torcedores locais, incrementa as vendas de artigos licenciados, melhora até a receita de bilheteria, provavelmente, com a única estrutura de um bom e confortável ônibus, que por sinal já existe.
    O problema “distância” continuará existindo na atração de mais sócios-torcedores. A saída está em trabalhar o outro grande motivo para o torcedor não associar-se: o benefício ausente ou insuficiente.
    Voltando a Bento: embora agradabilíssima e próxima de POA, é distante o suficiente para complicar a plena integração e a atenção constante. Seria mais prático, por exemplo, fazer um CT em Esteio ou Guaíba, bem menos distantes e fáceis de chegar, sem ter que “subir a serra”. É mais ou menos o que o São Paulo fez em relação ao CT de Cotia, distante cerca de 35 km do Morumbi.
    Na questão da marca, ainda: para nossos clubes deixarem de ser paroquiais, precisamos de datas, precisamos de calendário alterado, de forma a permitir que joguem na Europa, façam pré-temporada na Florida ou na China, disputem, novamente, os torneios de verão. Temos um grupo de pelo menos sete, oito, nove clubes, plenamente capacitados para isso, mas impedidos pela falta de datas e pela política da confederação e das federações.
    EG

  7. 51
    Igor Gonçalves de Macedo:

    Rondônia, terra da… altitude? O senhor se deu ao trabalho de considerar algo mais que a proximidade com a Bolívia? Olha, estou me segurando para não chamá-lo de bairrista, cria ignorante do Tietê, entre outras; mas vou me contentar em “informá-lo” que a altitude máxima no Estado nao chega nem a 350m; a capital está a menos de 100m do nível do mar.


    Igor, eu referi-me à cidade e região de Vilhena, que está a cerca de 600 metros acima do nível do mar, apresentando um clima excepcional para a soja. Conheço bem o estado, quase todo ele, e por ser um estado amazônico é formado por terras baixas. Inclusive, desci o Madeira de Porto Velho até Itacoatiara, já no Amazonas, num comboio transportando soja, e é claro que o desnível do Madeira ao longo de centenas de quilômetros é mínimo.
    Portanto, para sua informação e atualização: Vilhena está a 600 m acima do nível do mar. Por sinal, quando a gente vai de Vilhena para Colorado d’Oeste, Pimenteiras do Oeste e Cerejeiras, descemos uma serra por um bom tempo. Na verdade, uma “serra”. O pessoal chama assim, mas é mais a descida de um chapadão. Do alto, em vários pontos, temos uma visão que, em dias claros, deve chegar até a fronteira ou perto dela.
    EG

  8. 50
    Lucas Camargo:

    Obrigado pela resposta.

    Continuamos a divergir, mas agradeço que vc tenha gasto a “massa cinzenta” para responder aos meus argumentos. Vejo – para minha surpresa – que muitos leitores concordam com a manutenção dos estaduais. Numa contagem rápida, com leitura na transversal, contei 17 votos a favor dos estaduais, 9 contra e uns 22 sem definição (leitores que não se posicionaram claramente, nem a favor, nem contra).

    Acho que muitos leitores não pensaram com mais cuidado sobre o assunto. O uso de chavões a favor e contra (“acabar com os estaduais é acabar com o futebol brasileiro”, “os saudosistas que me perdoem, mas os estaduais já eram”, “gostar de estadual é pensar pequeno demais”), revelam pré-conceitos que em nada ajudam na discussão. Isso sim é que é pensar pequeno demais…

    Valeu!

    SRN

  9. 49
    Cacá:

    É realmente é chato enfrentar o mogi mirim, santo andré, pelotas, uberaba, etc… bom mesmo é enfrentar o super times do Real potosi, Jorge wilsterman, Juan Aurich e outra potências, falando serio dois terços dos times que disputam a libertadores, seriam rebaixadas no campeonato paulista, o nivel tecnico dela é bem menor que a maioria dos estaduais e comparada ao que a liga dos campeões da europa distribui em prêmios rende uma migalha ao campeão, então a solução que eu tenho é a seguinte; vamos pedir a UEFA para disputar a liga dos campeões, ai poderiamos ver nossos grandes enfrentado os europeus de verdade, não como era antes em torneios de verão em que eles os europeus faziam o que nos defendemos hoje, jogavam com seus reservas e juvenis apenas para observa-los se poderiam entrar no time para as disputas de verdade ou como é no mundial? da fifa em que eles só jogam por obrigação, estamos tentando imitá-los e estamos conseguindo em partes, eles acham nosso futebol ridiculo, e nós achamos ridiculos os nossos campeonatos, então resumindo a partir de hoje só assito Ligas dos Campeões.

  10. 48
    Cacá:

    Emerson, o fim dos estaduais seria o fim do futebol brasileiro pois todos os times grandes sem excessão ficariam decadas sem um titulo, e duvido que alguns resistiriam a isso, quem está por cima hoje já esteve por baixo ontem e tudo pode mudar amanhã, só defendem o fim dos estaduais torcedores que estão por cima atualmente, mas as coisas vão mudar e ai será eles que ficarão pedindo a volta dos estaduais, o futebol só é a paixão que é por conta dos estaduais, eles que eram mais importantes que o brasileirão a bem pouco tempo, já não prestam mais, acabem com os estaduais e futebol brasileiro acaba junto, com relação a já saber quem será o campeão em 2010,2011,2012 etc, se for por esse motivo vamos acabar também com o campeonato português, uruguaio, escocês, espanhol, e muitos outros, alias vamos acabar com esses timecos chinfrins e torcer para o REAL MADRID ou outro europeu da moda, pois os melhores jogam lá mesmo, e que tal também nos mudarmos todos para a europa pois só lá tem coisa boa, só o calendario de lá é bom, quer saber de uma coisa VAMOS TODOS VIRAR EUROPEUS, VIVA A EUROPA, ABAIXO O TERCEIRO MUNDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  11. 47
    Leonardo:

    Émerson,

    Não acho que os estaduais sejam um mal em si. Na minha modesta opinião, são uma forma de manter a saudável rivalidade regional, e de permitir que, a partir de times completamente desconhecidos, alguns jogadores tenham a oportunidade de surgir.

    Talvez o Brasil seja uma potência no futebol mundial justamente por ter dezenas de campeonatos “meia-boca”, que permitem que os pernas-de-pau toquem a bola para os novos craques. Apesar de toda a organização do futebol da Europa, não há como negar que surgem poucos novos bons jogadores europeus (há que se lembrar que boa parte dos jogadores dos grande campeonatos são estrangeiros).

    O problema dos estaduais é o excesso de clubes e datas (o Paulista com 20 é absurdo, o carioca com 16, mais ainda – lembrando que o Brasileirão tem 20!). Portanto, acredito que manter os estaduais no início da temporada, com poucas datas, menos clubes (mais ainda assim clubes menores), é uma opção para que as equipes se preparem para os grande campeonatos, e para que o torcedor possa chegar no dia seguinte ao trabalho e “tirar onda” com os amigos. Afinal, futebol é uma grande brincadeira.

    Abs. Leio sempre o blog e gosto do nível dos posts.

  12. 46
    Carlos Sousa:

    Oi Emerson
    Achei que você deixaria esse Post em evidência por mais tempo. Esse é o momento certo de discutir os Estaduais.
    Esses regionais são chatos. Assisto apenas os jogos do meu time, e mesmo assim somente para ver como o time está evoluindo. Nem sequer torço. Não assisto os outros jogos e não sei como está a classificação. Não me interessa. Acho que os Estaduais são defuntos que estão embalsamados. Seria melhor enterrá-los.
    Há muito tempo que sou a favor de uma reestruturação no calendário, dando mais importância à CB e às divisões inferiores do Brasileirão.
    Acho também que não damos a devida importância aos torneios intercontinentais. Percebo que a Libertadores é tratada como se fosse um torneiozinho regional qualquer. A mídia comenta e expõe muito mais os chatos Estaduais do que a Libertadores.
    No fundo, percebo que o Brasil ainda é tupiniquim demais. Ainda não entramos de fato no mundo globalizado.
    Como pode um país que se autodenomina País do Futebol, dar mais importância aos torneios tão regionais como é o caso dos Estaduais?
    Sei que você, com profissional de mídia precisa tomar cuidado para não aborrecer os saudosistas dos Estaduais. Mas eu não preciso me preocupar com isso. Gostar dos Estaduais só porque permitem tirar sarro do rival é pensar pequeno demais. Me desculpem os saudosistas, mas não dá para suportar aqueles joguinhos com Macaé, Duque de Caxias, Santo André, Mogi Mirim, Uberaba, Pelotas e por aí afora…
    Dá até um arrepio na espinha.

    Os estaduais marcaram o futebol brasileiro, daí a importância que eles ainda têm junto a uma parcela dos torcedores. Eu mesmo fui criado futebolisticamente no Paulista. Mesmo com o advento do Brasileiro demorou muito para o estadual cair na minha preferência. Mas chega um momento em que não dá mais para manter os velhos padrões. Esse é o momento que vivemos hoje, Carlos, uma transição (que provavelmente será muito longa) entre o velho modelo e o novo, ainda no desenho ou na prancheta, a la Joel Santana.
    EG

  13. 45
    Lucas Camargo:

    Caro Emerson

    Excelente ……. Acho que vc provê um “serviço” extra para os freqüentadores do blog ao colocar em discussão os estaduais. Vc é contra os “pobres bichinhos”. Sou a favor, e vou tentar recrutar….Não todos os pontos, é claro, porque se tornaria enfadonho…Mas apenas os que me parecem mais importantes….

    Seu primeiro ponto contra os estaduais, é que todos “os clubes precisam operar o ano inteiro e isso só será possível com campeonatos brasileiros de divisões menores” porque “os campeonatos estaduais não dão sustentação para os clubes pequenos”.

    Tai….aparentemente, vc tem razão. Os campeonatos estaduais não podem rodar o ano todo, visto que existe o CB, que demanda muitas datas. Se o clube pequeno só disputar o estadual, ele irá hibernar durante o CB.
    Mas…pera aí! O que impede a co-existência entre estadual e CB? Nada…Nadinha…é o que existe hoje. Todos os grandes times disputam os dois. Basta que o time pequeno compita na sua divisão do CB…Ou não?
    Em outras palavras, nada impede que um clube pequeno, com torcida pequena, jogue numa divisão “pequena” do CB! Joga no estadual e joga no CB…Como os grandes! Não é por aí que devemos “matar” os estaduais….

    Seu segundo ponto sugere que “os estaduais existem para dar “sustentação do poder dos dirigentes de federações”. Ou seja, os dirigentes de federação são a favor dos estaduais porque, com eles (estaduais), eles (dirigentes) conseguem os votos dos times pequenos para se eternizar no poder.
    Pois eu bem que poderia sugerir que você – ao querer acabar com os estaduais – está querendo “tirar o sofá da sala”….mas não sou tão naive…Vc tem uma certa razão. Os dirigentes dos clubes pequenos são sim “massa de manobra” dos dirigentes de federação.

    Mas…Pera aí….Por que será que os times pequenos querem jogar contra os times grandes? Não será esse um sonho legítimo do time pequeno?…De se juntar aos três grandes na final do estadual (vide Volta Redonda, ano retrasado?). Será que o estadual não é “o espaço do sonho” em que um pequeno aparece para a sua pequena torcida (em um estádio em que ela pode comparecer!) eliminando um gigante?

    “Há que ter o sonho”. Em outras palavras, sem dúvida o dirigente de federação “usa” o dirigente de clube pequeno….Mas ele o faz porque existe uma demanda para a participação do clube pequeno no estadual. E tal demanda é TÃO LEGITIMA quanto a demanda pela participação na Copa do Brasil….

    Você ainda reclama (é isso mesmo?) da sustentação da vida de clubes pequenos via estaduais, mas ao longo do texto vc sugere que eles devem ser sustentados. Ou não? Não ficou claro para mim.

    Vc tb fala da “maratona de clássicos estaduais num momento do ano em que o torcedor já tem saudades do futebol – válido mais para São Paulo e Rio de Janeiro”. Mas se existe demanda por tal maratona, qual é o problema?
    Mais um ponto…. “Na maioria dos estados já se sabe hoje o campeão de 2010, 2011, 2012, 13, 14, 15, 16… Será um ou outro: Atlético ou Cruzeiro, Grêmio ou Internacional…”……….

    Mas… Pera aí….Quem vai ser o campeão espanhol este ano? Barça ou Real? E o ano que vem? Real ou Barça? E o da Inglaterra? Manchester United ou Chelsea? Ou quem sabe o Arsenal? Mas não vai dar o Liverpool, vai? E no ano que vem? Mais ou menos os mesmos? É claro que sim…(Ufa…pelo menos no CB existem mais concorrentes!!….)

    E aí vc diz algo que, a meu juízo, contradiz o que vc vai dizer lá na frente, a favor da C do B.:
    “Se as próprias comunidades não se interessam, não se importam com a sobrevivência de suas equipes, por que cargas-d’água deveria esse encargo ser passado para os grandes clubes? “ E não seria uma C do B uma maneira dos grandes sustentarem os pequenos?

    Bem…Pois mesmo sem entender o que vc sugere, digo que o “sistema” depende dos jogadores que aparecem nos pequenos clubes e que – ao mostrarem que são bons – são contratados pelos grandes. Como o Ronaldo Fenômeno (São Cristóvão); como o Didi (Madureira e outros clubes menores ainda); como o Ademir da Guia (Bangu). Como o Vagner Love (Bangu, Campo Grande). Como o Gerson (Canto do Rio). Tenho certeza que vc deve saber de muitos e muitos outros aí em SP…. E todos apareceram via estaduais….Quais deles apareceram via C do B?

    Opa…Tá aí mais uma diferença entre nós….A C do B!!
    O que tenho contra a C do B? Não vou me repetir muito…Apenas minhas reclamações mais significativas:
    =>Quem se interessa por ela? Quantos torcedores se lembram de quantas vezes o seu clube foi campeão da C do B?
    =>Deve custar muito mais caro que qualquer campeonato estadual (deslocamentos dos times, pelo país-continente que é o Brasil)
    =>Atrapalha (e como atrapalha!) a preparação dos times para o CB!
    Os dois últimos itens me parecem cruciais e, por causa deles, acho que a C do B perde, longe, para os estaduais!

    Mas minha preferência pelos estaduais vai muito além dos aspectos “econômicos”…A meu juízo, só nos estaduais temos uma real interação entre torcedores adversários que se conhecem, que conversam sobre futebol no trabalho, no café, no chopp. Como já disse, é essa interação que “manterá o futebol como uma atividade lúdica (jogador e espectador), acima da mera atividade econômica que muitos parecem acreditar que é o destino único do futebol (dinheiro é bom, mas emoção é melhor!)”.

    Não tenho certeza, nem quero interpretar o que vc pensa, caro Emerson, mas me pareceu que a sua principal arenga contra os estaduais é o “benefício”, é a “sustentação” que os dirigentes de federação ganham com a realização dos estaduais. Terrível? Sem dúvida! Não deveria acontecer? Claro que não!…..Mas culpa dos estaduais? Não creio!

    Culpa de uma cultura cartorial? Creio que sim…Como mudar? Com muito esforço….Com muita paciência…Com o tempo!

    Finalmente, muito obrigado por abrir espaço para uma discussão que me parece muito importante e que não tem merecido a devida importância na mídia.

    É por essas e por outras que freqüento o seu blog!
    Grande abraço,
    Lucas


    Lucas, quando criou a “série D”, falou-se que a confederação ajudaria os clubes com as despesas de viagem. Ora, isso não seria “ajuda”, pois é obrigação.
    Sou a favor que os times pequenos vivam dez a doze meses por ano, e não somente 4, 5 ou 6. Quem monta time de base para viver 4 meses? Esse ponto já foi levantado num comentário anterior. Se um clube tem uma programação de dez ou onze meses de futebol, ele vai ter que se planejar e a base do planejamento, ao menos em teoria, será trabalhar bem com as divisões de base próprias ou usar as “divisões de base” da própria natureza. Clubes pequenos em cidades do interior conhecem muito bem os arredores e atraem os garotos da mesma forma que os grandes clubes das grandes cidades. Para esse clube existir tantos meses terá que disputar um campeonato maior, que tem de ser, obrigatoriamente, nacional. Aí vem a logística, pois este é um país-continente. Para evitar qeu o Ananindeua viaje durante cem horas – 100 – para chegar em Cuiabá e jogar e depois gaste outras 45 a 50 horas para retornar (o ônibus quebrou algumas vezes na viagem de ida), ele precisa de um auxílio para as despesas logísticas. Ora, ninguém melhor que a rica e ultra-patrocinada confederação bancar essas despesas, que no cômputo total são pequenas e podem ser cobertar por meio patrocínio ou, vá lá, um patrocínio inteiro da dúzia de patrocínios que tem a confederaçaõ. Afinal, todo mundo diz que os clubes pequenos são importantes e tal e coisa e loisa e maripoisa, então, ajudemo-los. Ao dar essa ajuda, estaremos, indiretamente ou mesmo diretamente, ajudando os próprios grandes clubes, sustentando um real mercado de trabalho no Brasil para jogadores de futebol.
    Estima-se que todo ano, a cada ano, de cinco a dez mil jovens querem entrar no mercado de trabalho do mundo da bola.
    Quantos deles encontram trabalho nas empresas brasileiras?
    Pena que somente uns oitocentos ou menos vão para o exterior. Pelo certo, pelo humano, todos poderiam e deveriam ir buscar trabalho e a realização dos sonhos onde quer que seja: Espanha, Itália, Coreia, Japão, Uzbequistão, Islândia, etc, etc, etc.
    Se tivermos 200 clubes vivendo doze meses por ano fora de São Paulo, já será um lucro formidável. Digo fora de São Paulo porque, por motivos diversos, várias dezenas de clubes paulistas conseguem viver doze meses por ano.

    Até admito que a cidade do Rio de Janeiro tem na média do seu torcedor uma posição diferente com relação ao campeonato metropolitano – desculpe, mas não dá para chamar de estadual, muito menos o que os torcedores pretendem, que é a volta do velho Campeonato Carioca, do Estado da Guanabara.
    Por outro lado, os torcedores de maneira geral colocam os estaduais como a sua última preferência em termos de campeonatos. Bem sei que a pesquisa que vou citar não responde a essa questão, especificamente, mas ela dá uma ideia do que pensa o torcedor brasileiro: “Quem ama (ainda) os estaduais?” Clica no nome e dê uma olhada nesse post do OCE a respeito.
    Quanto à Copa do Brasil, ela é auto-sustentável e não creio que viesse a precisar de recursos da confederação.
    Abraço.
    EG

  14. 44
    irineu jp:

    Olá Emerson.
    Até o momento não tinha parado para pensar nisso. Com relação ao tema, acredito que muitos serão contrários à idéia, sou do tempo que se gozavam do amigo quando meu time ganhava um título, já sofri por muito tempo esse tipo de gozaçaõ, 23 anos para ser mais exato, então fica o saudosismo em nossas vidas, mas o progresso chega, vamos em frente que atrás vem gente. Acredito que o maior impecilho, para se acabar com os estaduais, seja o que os times irão fazer para continuar a existir, e na maioria das vezes um clube é a alegria de uma cidade, e o que este clube vai fazer se acabar os estaduais. Realmente o Brasil é o único país onde se realizam campeonatos estaduais, primeiro pela dimensão de nossa terra e depois pela quantidade de clubes existentes, Agora fazendo funcionar a massa cinzenta que existe dentro de meu crânio, começo a ter idéias, e vou propo-las. Que tal se encolhessem a série A e a B para 16 clubes, estas continuariam a serem Nacionais,com acesso e descenso de 2(dois) clubes, já a série C passaria a ser regional,que deveria ter 16 clubes no máximo em cada região, com os campeões e vices de cada região disputando um torneio onde o campeão e vice deste torneio seriam participantes da série B, os dois últimos colocados da região cairiam para a série D, e por último a série D que seria estadual(que poderá ter uma subdivisão em regiões). Esta é apenas uma idéia de momento, sem uma análise mais profunda, coisa que veio à mente nestes últimos 10 minutos. Se analisada a fundo pode até dar certo, né?
    Um abraço EG.

    O Blatter defende nacionais com 16 clubes, mas ele faz isso em causa própria: para ter mais datas FIFA, que estão ajudando a empobrecer o futebol. Mas se 20 clubes já rendeu muito pano pra manga, imagine 16?
    Quanto a ser a “alegria de uma cidade”, Irineu, acho que dá para contar nos dedos as cidades que de fato prestigiam o seu clube. O que se vê por esse Brasil afora são estádios vazios, desertos, abandonados, 22 caras jogando para meia dúzia de testemunhas.
    EG

  15. 43
    frederico:

    Concordo plenamente no que refere a mérito. Neste sentido, é um absurdo o ganhador da Copa do Brasil ter vaga a Libertadores. O vencedor da Copa do Brasil não corresponde a um dos melhores times do Brasil. assim, seguindo a tua lógica apresentada, isso, inclusive, acaba tirando o mérito da própria Libertadores.

  16. 42
    COCIFLAM:

    Eu sou a favor dos campeonatos estaduais e o que deveria ser extinta é a Copa Brsil e a Sul Americana pelo seguinte :
    A Sul America depois daqueles jogos do Fluminense no Paraguai e no Maracanã, com aquelas cenas de selvageria, aquelasbrigas em campo, aquelas pedradas no time do Fluminense naquele estádio paraguaio e o pior de tudo, a Impunidade, porque não acontecerá nada com os paraguaios simplesmente porque a sede da COMMEBOL é no Paraguai e o presidente daquela mal afamada entidade também é paraguaio. Qual a punição que os paraguaios mereciam após aquelas badernas ? Excluir aquele time paraguaio por cinco anos de qualquer torneio internacional e nem amistoso poderiajogar fora do paraguai, mas não acontecerá nada com eles e o motivo já disse lá em cima. Está no meu Almanaque do Futebol que o mundial de clubes era disputado em jogos de ida e volta e depois de uma série de selvagerias nos campos uruguaios e argentinos os europeus desistiram de jogar aqui na AL após o holandes CRUIFF sofrer
    uma agrssão em Buenos Aires e após ficar 4 minutos desmaiado, saiu de campo numa ambulancia. Quase o mataram !
    E os estaduais, porque sou a favor deles ? Sou a favor dos estaduais pela rivalidade, pela descontração e por um motivo muito forte .
    O Fluminense ficou acho que dois anos na segunda divisão. Se o Fluminense ficar cinco anos nasegunda divisão ou atémesmo um ano
    ficaremos sem FLA x FLU ? O FLA x FLU é um dos maiores espetáculos do futebol mundial e não podemos ficar sem ele de jeito nenhum. Lembro que a primeira vez que fui no Maracanã tinha 6 anos e minha mãe tricolor talvez achando que eu seguiria o mesmo caminho, me levou para ver o jogo, o Flamengo ganhou foi uma festa e mal sabia ela que era Flamengo hámuito tempo.
    Acho que a CBF deveria fazer um torneio entre todos os campeões estaduais do Brasil e o vencedor ganharia o direito de disputar a libertadores da américa como aliás já foi feito e o Flamengo disputou as finais contra o São Paulo e ganhou a parada
    Conheço gente que acha o campeonato carioca mais interessante que o campeonato nacional

  17. 41
    Cláudio:

    O campeonato paulista é patrimônio histórico do futebol brasileiro, na condição de primeira competição a ser disputada no país, no distante ano de 1902.

    Além disso, o campeonato paulista é o único estadual com potencial para se tornar uma competição de 1ª linha no âmbito das Américas. Considerando a Europa, estaria, quando muito, abaixo dos campeonatos inglês, espanhol, italiano e alemão (financeira e tecnicamente falando).

    Para começar, é preciso abandonar a atual fórmula esdrúxula (um turno de pontos corridos (!): 19 datas; semifinais: 2 datas; finais: mais 2 datas; total: 23 datas).

    A seguir, uma fórmula simples, equilibrada, nos moldes das utilizadas em copas do mundo (e mais enxuta do que a fórmula atual):

    1ª FASE
    - 04 (quatro) grupos, com 05 (cinco) clubes em cada um (Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos seriam os cabeças-de-chave nessa primeira edição).
    - dentro de cada grupo, os clubes jogam entre si, em turno e returno (cada clube fará 08 (oito) jogos, portanto).
    - classificam-se para a fase seguinte os 02 (dois) primeiros colocados de cada grupo.

    2° FASE
    - 02 (dois) grupos, com 04 (quatro) clubes em cada um.
    - dentro de cada grupo, os clubes jogam entre si, em turno e returno (cada clube fará 06 (seis) jogos, portanto).
    - classificam-se para a fase seguinte os 02 (dois) primeiros colocados de cada grupo.

    SEMIFINAIS
    - 02 (dois) grupos, com 02 (dois) clubes em cada um.
    - dentro de cada grupo, os clubes jogam entre si, em turno e returno (cada clube fará 02 (dois) jogos, portanto).
    - classificam-se para a fase seguinte o primeiro colocado de cada grupo.

    FINAIS
    - os 02 (dois) clubes finalistas decidem o título em 02 (dois) jogos.

    § Total de datas do campeonato: 08 (da 1ª fase) + 06 (da 2ª fase) + 02 (das semifinais) + 02 (das finais) = 18
    18 (dezoito) datas, portanto.

    Quanto aos outros estados da Federação: alguns, centros futebolísticos mais desenvolvidos, poderiam viabilizar seus próprios campeonatos estaduais; outros, poderiam aglutinar forças e realizar torneios regionais; tanto em um caso, quanto em outro, deveria se obedecer, tal qual no modelo sugerido para SP, uma menor utilização de datas, em relação aos modelos atualmente utilizados.

  18. 40
    Eduardo:

    Olha EG,
    eu tenho uma teoria um pouco mais “empresarial” sobre equipes de futebol atualmente.
    Assim como acontece em TODOS os segmentos de um mundo capitalista, os grandes acabarão “engolindo” os pequenos, me explico:
    Desde que os processos de aquisições de empresas se tornaram uma maneira mais rápida de ganhar dinheiro, empresas de TODOS os ramos começaram a fazer isso. Basta olhar as gigantes mundiais de informática (Oracle, Google, …tirando a Apple) … Basta olhar aos grandes Bancos brasileiros, etc…
    Voltando ao futebol, mas estabelecendo o ponto inicial, quase que a totalidade de torcedores do interior de qualquer estado torcem para um dos 20 maiores do país. Campeonatos estatuais são importantes para fazer com que essas comunidades tenham a oportunidade de ver seus times preferidos de perto, ao vivo. Mas não sustentam negócio.
    Eu entendo que os clubes ditos “menores” deveriam servir como “aquisições” dos times grandes, entre os quais fomentariam as categorias de base, atletas em recuperação médica, etc. Veja exemplos das equipes brasileiras que estão na Libertadores. Enfrentam seus campeonatos regionais com equipes “reservas” ou como o internacional, com um time de garotos, feito também realizado pelo GRÊMIO no ano passado, em algumas partidas. Isso até altera o planejamento de elenco.
    Eu, se fosse rico e tivesse influência no GRÊMIO, compraria algum time na Serra Gaúcha (que não é longe de Porto Alegre) e montaria um lugar especial de CENTRO DE TREINAMENTO do GRÊMIO. Formado por garotos, jogadores excluídos do grupo principal e aqueles em recuperação. Esse seria o time que jogaria os estaduais e “Sulamericanas” da vida. Acho inadmissível um clube “encerrar” contrato de um jogador, como o GRÊMIO fez com o Perea e o inter com o Chiquinho. Jogadores fazem parte de um plantel e, se não tem rendimento, vão para a equipe B, onde devem justificar seus salários. Esses, sairam de graça, depois de mamar por um tempo no clube.
    Os grandes clubes do Brasil deveriam rivalizar com grandes da Europa, ter foco no Brasileiro e libertadores e potencialmente, eventuais torneios contra várias equipes européias (sem essa ladainha, embora boa para o esporte, de time da Nova Zelândia aplicada pela FIFA no mundial).
    venho de uma cidade do interior do RS e, sinceramente, prefiro ver o GREMIO “principal” jogando com Juventus e Bayer München, do que enfrentando o Porto Alegre e Santa Cruz (sem desmerecer essas equipes, apenas que qualquer pessoa de noção tem a compreensão que são dimensões diferentes)
    enquanto isso, me divirtiria com a Copinha, Brasileiro Sub 20, e outras competições menos importantes como Gauchão e Sul Americana para o time “suplente” …

    a mudança, a meu ver, deveria começar nos TIMES…

    saudações “imortais tricolores”

    Eduardo

    Comprar um outro time implica em questões éticas e esportivas, mesmo que esse outro clube esteja, num dado momento, em outra divisão. Entendo teu ponto de vista, mas é difícil aplicá-lo na prática.
    No mais, há um processo de concentração de forças também no futebol. Nem tanto para ganhar mais dinheiro, mas para continuar ganhando dinheiro e crescendo. Até tenho um post a respeito, quase pronto. Qualquer hora sai do forno.
    EG

  19. 39
    João Philippe:

    Divisões inferiores disputadas em pontos corridos no Brasil não rola. Tentaram colocar a Série C em pontos corridos e tiveram que desistir porque a esmagadora maioria dos times não teria a mínima condição de passar meses viajando as distâncias enormes que uma competição deste tipo imporia.

    Nosso futebol, ao contrário do resto do mundo, começou com os Estaduais antes de termos torneios nacionais exatamente pela nossa grande extensão territorial. E isso não dá pra mudar. Times pequenos não tem condição de bancar constantes viagens de centenas, ou mesmo milhares de quilômetros.

    Por isso, sou contra a extinção dos Estaduais. Isso mataria a esmagadora maioria dos times do Brasil. Seria interessante fazer com que eles fossem mais curtos para os times grandes, que entrariam apenas nas fases finais, para jogar algumas semanas, e não três ou quatro meses. Isso manteria os times pequenos em atividade e liberaria datas nos calendários dos grandes.

    Em termos nacionais, acho a Série D um absurdo. Penso que a Série B podia aumentar para 32 clubes, divididos em 2 grupos de 16. Ao final de dois turnos (30 datas) os quatro primeiros se classificariam para uma segunda fase com dois grupos de quatro (6 datas). Os dois primeiros de cada grupo subiriam para a Primeirona e os campeões dos grupos fariam a final. E chegamos às mesmas 38 datas que a Segundona tem hoje.

    Com os quatro últimos de cada grupo rebaixados para a Série C, que seria regionalizada. Dividir-se-ia o país em quatro grandes regiões, cujos times disputariam duas vagas para a Série B. Como seria regionalizada, Essa Série C poderia envolver uma quantidade de clubes bem grande, e seria mais viável financeiramente. Uma Série C nesses moldes manteria muitos clubes pequenos em todos os estados brasileiros na ativa por vários meses. A Série B seria mais representativa e a C mais competitiva. Todos ganhariam.

  20. 38
    leandro:

    Campeonato Carioca, não! Campeonato Fluminense, ora.
    Mas também sou a favor da extinção dos campeonatos estaduais.
    Abs.

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