Quem não é o maior, tem que ser o melhor

qua, 21/10/09
por Emerson Gonçalves |

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Estou com uma dúvida: o Avaí é a Brawn do Brasileiro ou a Brawn é o Avaí da Formula 1?

Na verdade, nem um nem outro, mas vale pela brincadeira e pelo jogo de palavras. Entretanto, talvez não seja totalmente desprovida de lógica essa colocação. Nem preciso falar das diferenças entre as duas instituições, mas vou falar de duas semelhanças: ambas são novatas (o Avaí na elite da bola no século dos pontos corridos) e ambas são pequenas e contam com poucos recursos financeiros. Finalmente, uma é campeã e a outra não é e tampouco virá a ser, ao menos nesse ano, mas sua campanha é digna de um campeão, principalmente quando olhamos na multidão de nomes impactantes que estão atrás ou ao lado do humilde Avaí.

Há anos bato na tecla que o futebol, em especial no Brasil, permite a montagem de bons times por equipes com pouco dinheiro. Ou, uma outra tradução, equipes que não sejam dos dois centros econômicos maiores (é bobagem chamá-los de mais ricos, pois não são, são apenas grandes). Sí, se puede, como vira e mexe dizem nossos vizinhos diversos de continente. Para provar essa tese, está aí a Brawn GP campeã do mundo de pilotos e, salvo uma enorme zebra, campeã mundial também de construtores.

A equipe do ano na F1

Há um ano a Brawn GP não existia ou, se existia, era somente um sonho maluco na cabeça privilegiada de Ross Brawn. Todavia, no final do ano a Honda caiu fora. Encontrou na crise financeira a desculpa perfeita para abandonar as pistas, consolidando um fracasso absoluto, sem com isso levar nenhum de seus dirigentes a cometer o sepuku. Assim, 2008 terminou com Ross Brawn sem emprego, assim como toda o pessoal que trabalhava com ele na Honda, inclusive dois bons pilotos, Jenson Button e Rubens Barrichello.

Ora, sabemos todos que o mundo da F1 é o mundo do dinheiro por excelência. O sucesso, especialmente nos últimos vinte anos, esteve sempre ligado ao poder econômico. Ferrari e McLaren pontificaram, assim como a Honda e a Renault. A Mercedes-Benz deu as caras, bem como BMW e Toyota. A Ford tentou, mas não aguentou o rojão. Foi nesse mundinho que Ross Brawn entrou com sua equipe. Confirmou a manutenção dos dois pilotos, um deles jovem, agressivo e técnico, e o outro experiente, extremamente técnico e, provavelmente, o melhor acertador de motor e de carro como um todo na F1.

O dinheiro era pouco e mal daria para a primeira metade da temporada, apostava-se se a equipe chegaria viva à fase europeia do campeonato. Provando sua competência, Ross conseguiu nada menos que o motor Mercedes para seus carros, um motor já testado e de comprovada eficiência. Preocupado com a perda de mais uma equipe, Bernie Eclestone também colaborou para manter a equipe viva, adiantando dinheiro e algumas outras facilidades, como a cobertura de boa parte dos custos de logística.

Além de tudo isso, Ross tinha um trunfo na manga: o difusor duplo. Uma inovação técnica que até parecia fora do regulamento, mas que foi confirmada como legal pela FIA, e que, apesar do que diz seu criador, fez diferença para a Brawn GP.

Então, foi isso: direção competente, ideia inovadora, boa estrutura e pessoal qualificado, mesmo não sendo “os caras” – nesse caso, é óbvio, estou me referindo aos dois pilotos.

O resultado todos conhecemos.

O time do ano no Brasileiro

(Ainda é prematuro para esse título, mas acredito nele.)

“Nossa meta é permanecer na Série A, fugir do rebaixamento.”

Quantas vezes não ouvi essa frase dita por Silas, o treinador do Avaí, nos últimos meses? Vitória após vitória, e lá vinha ela, igual ou ligeiramente diferente: Nossa meta é escapar do rebaixamento.

Nesse final de semana a frase mudou. Com 43 pontos conquistados, a permanência na Série A só não é matemática, pois na prática já está assegurada. E Silas, com todo o direito, já aventou o sonho de conquistar uma vaga na Libertadores. Sim, na Copa Libertadores, pois, novamente, na prática a vaga na Sul Americana já está assegurada.

Para ser mais preciso, vou valer-me dos cálculos do Ricardo Miranda para o Avaí:

chances do Avaí

Com 85% de chance e uma campanha consistente dentro e fora de casa, a Sul Americana é mesmo uma realidade. No momento o time ocupa a 10ª posição no Brasileiro, onde já esteve bem mais alto. Eu mesmo acredito que essa posição é transitória e a posição final na tabela será bem acima dessa. Se vai ser o bastante para uma das ambicionadas quatro vagas para a copa continental eu não sei. Será difícil, mas não aposto contra. Talvez o maior risco que corre o Avaí agora, seja o fato de cinco de seus próximos oito e definitivos jogos serem contra equipes colocadas abaixo dele na tabela, quatro das quais ainda precisando espantar o fantasma do rebaixamento. Esses jogos, como bem sabem Palmeiras e São Paulo, por exemplo, são muito mais difíceis do que contra equipes melhor colocadas. O desespero renova as forças e descarrega litros de adrenalina no organismo.

A diferença

Santa Catarina é um estado com excelente padrão de vida e boa distribuição de renda, considerando os parâmetros brasileiros, mas está longe de ser uma potência econômica, assim como Florianópolis está ainda mais distante de ser um portentoso centro econômico e financeiro, como o são outras capitais estaduais. Apesar disso, lá está o Avaí, assim como esteve o Figueirense, agora lutando para voltar à Série A.

O que pode explicar isso?

O que pode explicar o sucesso consistente do Goiás, ano após ano?

Gestão. Pura e simplesmente, gestão.

Nesse campeonato, em suas primeiras rodadas, todos passaram a considerar o Avaí uma carta fora do baralho. O rebaixamento era uma certeza para todos os analistas. Eu não sou analista, mas também achava que o time seria rebaixado. Com as derrotas se sucedendo e já com cabeças de treinadores rolando de norte a sul, a de Silas era apenas questão de horas ou de dias, a cada novo insucesso. Surpreendentemente, porém, Silas não rodou, sua cabeça não caiu e de repente começaram as vitórias. Com elas, a manutenção da meta básica e da humildade. Ainda faltam oito rodadas para o final, mas já podemos dizer que conhecemos o resultado.

Salvo alguma catástrofe, o Avaí é o time do ano para mim, assim como a Brawn, Button e Barrichello são os caras da Formula 1 em 2009.

Afinal, como cansei de ver e ouvir no rádio e na tevê de outros tempos, durante minha infância e adolescência, nos comerciais da antiga Atlantic, quem não é o maior tem que ser o melhor.

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39 Comentários para “Quem não é o maior, tem que ser o melhor”

Páginas: [2] 1 »

  1. 39
    Terezinha Koerich:

    Como fico orgulhosa de ler uma máteria deste porte. Não só pelo fato de ser torcedora ( frequentadora de todos os jogos do LEÃO ) mas tbem pela verdade das palavras, que infelismente a Imprensa de Santa Catarina não dár o devido valor e não demonstrar o mesmo orgulho pela camapnha do time , pois só fazem é criticar na primeira derrota. Agem como um pai ou mãe que não querem magoar o outro “irmãozinho ” ao elogiar dimais o outro( oque não aconte gdo é o contrário).Parabens pela matéria.

    Abraços

  2. 38
    Luciano:

    “Quem não é o maior, tem que ser o melhor!”

    Tem razão, não dá pra ser muito diferente disso. Como manezinho da ilha e avaiano, estou orgulhoso da campanha e surpreso com a postura do time no campeonato, fazendo grandes jogos mesmo longe de casa. As primeiras 10 rodadas foram de arrepiar e a recuperação do time encheu os olhos.

    A manutenção do Silas e dos jogadores que se destacam no time (mesmo com a pressão da tal “janela”) sustentam seu argumento de modelo de gestão no futebol. Mas além disso, há o bom resultado do programa de sócios, as reformas na Ressacada, a participação nas mudanças do (terrível) acesso ao estádio e o bom desempenho do time júnior (foi semifinalista da Copa SP Junior, com bons jogadores como Cristian, Johnny e Medina). Outras ações positivas estão aparecendo e dando esperanças de que o Leão veio pra ficar na série A.

    Mas nós torcedores não podemos nos deixar levar pela euforia momentânea. A relação da LA Sports e da Traffic com o Avaí, até o momento, tem sido a melhor para o clube. Contudo, há muitos exemplos de irregularidades em parcerias como essa e que acabaram muito mal para os clubes (Corinthians, Paraná, Flamengo, etc.). Fazer com que essa parceria dê certo e resulte em vantagens esportivas (para o clube) e financeiras (para os empresários) duradouras é o desafio do Avaí. Este sim, meu caro Emerson, seria o grande argumento para elogiar a gestão do Avaí e transformá-la no modelo para todo o país.

    Quanto aos comentários do pessoal da série B, é como dizia o poeta: a inveja é uma m****

    Ganhou um leitor. Saudações azurras!!!

  3. 37
    Luís Carlos:

    Consegui ver o post inteiro hoje pela primeira vez.

    Não posso dizer nada sobre gestão. O que sei, como Corinthiano, é que o time do ano passado era bem forte e fez por merecer a primeira divisão. E mesmo com alguma dificuldade, conseguiu até agora fazer uma campanha decente.

    Espero que o time não seja desmanchado sem reposições à altura como os clubes menos tradicionais (não me entendam mal por favor) do futebol brasileiro costumam fazer quando conseguem formar bons grupos.

    Espero também que o Figueira consiga disputar o mesmo campeonato que o Avaí ano que vem.

    Agora, só pra citar algo em paralelo, não consigo conformar-me que Florianópolis perdeu a oportunidade de sediar a Copa do Mundo para cidades bem menos tradicionais no quesito futebol. A julgar pelos comentários aos post, vejo que parece que faltou-lhes um pouquinho de união.

  4. 36
    Guilherme:

    Parabéns pela matéria Emerson, vc foi um dos q nos observou com impacialidade e viu o grandioso trabalho feito pela diretoria nestes últimos anos!

    Ao contrário do que muitos aqui comentam, e pelo jeito parece q n vão a Ressacada a muito tempo, a estrutura e o patrimônio do clube crescem de maneira assombrosa de uns anos para cá, e tudo fruto de um planejamento seguido a risca.

    Sinto pena dos nossos times de SC que n se apoiam e n buscam enaltecer o q é daqui perante a mídia nacional (já q a mídia local é descaradamente vendida) parece q querem apenas passar rasteira nos q se destacam.. claro estou falando dos torcedores, e principalmente dos q vivem de um passado bem longe!

    Ps.: Ao contrário do que um desvairado disse aqui a Ressacada É do AVAÍ e não foi presente de político!! Foi construída para o Avaí por parceiros privados que em troca do estádio ficaram com o valorizadissimo terreno onde era o antigo estádio, terreno onde foi construpido o Shopping Beiramar!!

    Por favor CriCIUMEnses e Torcedores do Brócolis, informem-se antes de criticar, ao invés de vomitarem essas besteiras!

    Abraço Emerson

  5. 35
    Daniel Nedeff:

    Desculpe insistir, mas ainda nao estou convencido…

    O meu ponto continua o mesmo: nao acho que uma campanha (e apenas uma!) boa e um time encaixado sejam sinonimos de boa gestao. Alias a campanha nem é tao boa assim, o time esta em 10° colocado.

    Na sua resposta, o unico item concreto de BOA GESTAO citado foi manter o Silas como técnico da equipe. Quando a imprensa fala do exemplo de gestao do Avai, falam soh da manutençao do Silas! Ninguém sabe se tem açoes de marketing, licenciamento forte de produtos, programa de captaçao de socios, exposiçao da marca no Brasil e internacionalmente, estrutura propria adequada (CT, departamento médico), categoria de base bem preparada, etc.

    Ou seja, a midia fala sem conhecer e o povo todo vai atras! Pode até colar com alguns, mas eu prefiro acreditar que tenho inteligência suficiente para precisar de argumentos mais concretos antes de aceitar uma idéia transmitida pela TV ou, nesse caso, pela internet…

    Mas o povo nao percebe como a midia cria fatos de uma hora pra outra e de repente todos acreditam ser verdade! Ou quem nao sabe citar algum jogador de 20 anos que joga um campeonato bem e é elevado ao posto de “super-craque” pela midia?

    Abraços!

    No Brasil de 2009, manter o treinador depois de 2 derrotas já é sinônimo de boa gestão.
    Mantê-lo depois de mais derrotas é sinônimo de gestão exemplar.
    Por exemplo, se Juvenal Juvêncio tivesse mantido Muricy e enquadrado alguns jogadores, a situação do Sâo Paulo hoje seria muito distinta – para melhor.
    :)
    EG

  6. 34
    Lucas:

    Nossa ainda bem que existem bons blogs como este!!
    Belas postagens autenticas, falando a verdade!
    Grande abraço de Florianópolis.

  7. 33
    babi:

    Disse tudo! Sou avaiana e com muito orgulho! E o Avaí realmente foi o time do ano!!! Em termos de reação, de futebol, de tudo!

  8. 32
    Augusto:

    Caro Emerson.

    Estes comentários ferozes, efetuados, logicamente, por torcedores do outro lado da ponte, com sérios problemas em seus cotovelos, são pura inveja, recalque, e para ver a diferença entre as gestões dos dois clubes, basta dar uma olhadinha sobre os expedientes que são usados em um e em outro, para chegar às suas conquistas.
    Este fato quase mata os letrados multicolores.
    Eles vão ficar mais alguns anos na Série B, e essa inveja vai aumentar um monte, mas isso só faz a nossa torcida mais feliz.
    Um abraço.

  9. 31
    joao paulo:

    >>>”CristianTM: Perfeito amigo”<<<, como também a colocação de nosso Blogueiro….para os que não conhecem, “sou gremista” mas a atitude do Zunino, muito criticado por todos aqui em geral era de que, para crescer deveriam sempre apostar no planejamento, muitos torcedores do Avai hoje estão vendo isso;;;
    Como apreciador de um bom futebol, sou sócio do Avai, muito pelo que ele se propôs, pelas campanhas e o que ele vem prometendo, quem dera outros clubes fossem assim. O mesmo pode não ser grande(em torcida) mas não quer dizer que não pode faturar com isso, é só vender a marca, quem aparece pode sim oferecer um produto bom.

    Abraço

  10. 30
    inspector:

    eu acho que o blogueiro é acionista do avaí..só pode…o timinho ruim…

  11. 29
    Augusto Pires:

    O Avaí é o atual time de aluguel do empresário Luiz Alberto Martins de Oliveira. Quase todos os jogadores de destaque na equipe chegaram pelas mãos desse empresário. Deu certo? Claro, contra os números do Avaí no campeonato, não há argumentos. Porém, gostaria de lembrar que esse mesmo empresário em 2006 foi a base da montagem do Paraná Clube que conseguiu vaga na Libertadores 2007, numa parceria que na época também foi colocada como exemplar para todo o país.
    Com o tempo ficou comprovada uma lavagem de dinheiro entre o digníssimo empresário e o presidente do Paraná na época, resultado já em 2007 o Paraná Clube foi rebaixado e os negócios entre clube e empresário começaram a ficar abalados.
    Desde então a parceria esfriou e o clube passou a viver constrangedores momentos de luta contra a queda para a 3ª divisão.
    Em suma, claro que o resultado do Avaí é impressionante e legal, por ser uma novidade nesse campeonato cheio de mesmices, mas é sempre bom ter o pé no chão e ver a história inteira, não apenas o que os dirigentes contam para a imprensa, agora que a campanha já é sucesso garantido.

  12. 28
    koji:

    Salve Emerson!!!
    Realmente eh de se tirar o chapeu,tanto pra Brawn quanto pro Avai..quando comecou a se ouvir o nome brawn ano passado ninguem acreditava,tanto na brawn quanto em Rubinho,e hj estao aih p queimar a lingua de td mundo,inclusive a minha..com o Avai a mesma historia acho que nem os proprios torcedores acreditavam numa campanha tao vitoriosa..como adepto da cultura japonesa nao credito em sorte,acredito em trabalho,tambem nao acredito que dinheiro pode comprar tudo,eh evidente a competencia do time catarinense,destaque pro Silas,nos resta saber se manterao a mesma competencia,se nao sera como o Ipatinga que surge em um dia e desaparece no outro..que sirva de exemplo para os maiores!

    Bem posto, Koji. VEremos em 2010 o quanto de consistência tem o trabalho desenvolvido nesse ano. De maneira geral, o clube tem metas claras e o trabalho executado hoje deve render frutos, mesmo porque, ao contrário do Ipatinga e outros clubes, o Avaí tem uma torcida de respeito e isso pesa. Espero, sinceramente, falar mais e ainda melhor do Avaí em 2010. Não para o bem do Avaí, exclusivamente, mas para o bem do futebol brasileiro que precisa de exemplos nessa linha.
    EG

  13. 27
    Daniel Nedeff:

    Caro Émerson,

    Vi que meu comentario gerou algumas respostas e isso me motiva a escrever mais um pouco.

    Primeiramete, gostaria de esclarecer que nao sou torcedor do Figueirense. Mais: entre figueira e Avai, sou mais Avai. Sou carioca e Vascaino, mas morei muito tempo em Criciuma, sul de SC, e adotei esse simpatico time. Se existe algum grande time em Santa Catarina, esse time é o Cricuma, unico vencedor de uma competiçao de expressao nacional (Copa do Brasil 1991, com Felipao como técnico) e unico representante do estado a disputar uma Libertadores da América.

    A minha critica foi dirigida ao blogueiro e à grande parte da imprensa esportiva brasileira que insistem em afirmar que o Avai é um exemplo de gestao.

    O Avai ganhou o fraquissimo campeonato catarinense desse ano de forma suada, se classificando com dificuldades para o quadrangular final. Antes disso, amargou uma fila de 12 ANOS sem ganhar o pifio titulo estadual. Começou de maneira desesperadora o campeonato brasileiro, mas o time encaixou e fez UM TURNO bom! Digo um turno, pois a equipe ja esta oscilando e ocupa posiçao intermediaria na tabela…

    Agora, isso é sinonimo de boa gestao, PORQUE? O estadio é pequeno e as acomodaçoes precarias, a diretoria é vista como amadora pela critica estadual, o CT é uma varzea…

    O que me indigna é a imprensa brasileira fabricar opinioes a partir dos grandes centros, sem conhecer a realidade regionais. Se você esta habituado a passear em Santa Carina, sabe que nos dias de jogo do Avai o transito que parte do AEROPORTO da cidade precisa ser interditado!

    Bizarro…


    Daniel, gestão é uma coisa muito ampla, extremamente diversificada, mas podemos avaliar uma gestão por parâmetros e por atitudes.
    Por exemplo, o Palmeiras tem tudo para ser campeão brasileiro, mas nem por isso poderemos dizer que tem uma gestão exemplar. Talvez venha a ter, caso Belluzzo tenha tempo e condições políticas para implantar tudo que quer.
    A gestão Braga no Flamengo conseguiu pagar dívidas no valor de 75 milhões de reais e, bem ou mal, manteve o time em boas condições no cenário brasileiro recente. Nem por isso, contudo, pode ser descrita como uma boa gestão.
    A gestão Sanchez no Corinthians parece perfeita. Não é, mas é muito boa, em que pese o tamanho da dívida, entre outros pontos passíveis de crítica.
    A gestão Juvêncio no São Paulo pode ser descrita sumariamente como vencedora e é muito boa administrativamente. Todavia, a dívida do clube aumentou – se não a dívida, compromissos de investimento que, no fim, vem a dar na mesma. E essa gestão demitiu o treinador por conta de um início ruim de campeonato, em tudo semelhante ao do ano anterior.
    Ora, no que me diz respeito, achei admirável a postura da direção avaiana mantendo Silas, à frente de uma campanha cujo melhor adjetivo seria catastrófica. Antes do time subir para a Série A, já acompanhava um pouco do que estava sendo feito. Com o ingresso na Série A olhei um pouco mais o trabalho do clube. Que fique claro que meu conhecimento não é fruto de visitas pessoais ou conversas aprofundadas com dirigentes, é fruto do acompanhamento à distância por leituras e, para o caso desse post em particular, vali-me dos números excelentes conquistados pelo time. Hoje, depois de ler as críticas aqui postadas, escreveria exatamente o que escrevi, sem mudar uma vírgula.
    Por que?
    Porque a boa campanha do time é resultado, sim, de uma boa gestão administrativa. Se ela é falha em um ou em mil pontos é natural. O que me interessa é que no cenário do futebol brasileiro ela é, hoje, diferenciada, como gosta de dizer o povo do mundo da bola.
    Se é uma campanha de um só turno, parabéns. Significa que acumulou quilos de gordura para gastar no tempo de vacas magras. Repare que há bichos-papões de nosso futebol que só fizeram um turno bom, também, a ser correta a sua interpretação. E há outros bichos-papões que nem isso fizeram.
    De mais a mais, na minha visão, o Avaí enfrentou nesse turno adversários extremamente fortes já recompostos. Mesmo assim tem uma coleção de bons resultados e, digamos, por alguns detalhes não está em posição ainda melhor na tabela.
    EG

  14. 26
    Ricardo:

    o cara vem de dizer que a Ressacada é do governo do estado hahaHAHAHA. Recalcado, série b!

  15. 25
    Leão da Ilha:

    Que engraçado…li alguns comentários dos secadores Multi-Color , entre eles, havia um que comentava dizendo “o time do Guga”.
    Pois é, até nisso eles são invejosos, nas pessoas que torcem para nosso time, dentre esses, o famoso campeão mundial de tênis, Gustavo Kuerten. Acredito eu, que essa inveja é porque o Guga é conhecido mundialmente, e eles não possuem ninguém nesse nível.
    Mas para ser sincero, não me importo se os torcedores do Avaí são famosos, mas me importo que eles sejam apaixonados pelo clube, pois isso é que faz a diferença. E essa diferença que possui nossa torcida, é que faz sermos muito superiores a eles…

    Morram de inveja seus brocolenses…

    UHHH!!! AVAÊÊÊÊ!!! UHHH!!! AVAÊÊÊÊ!!!

    Saudações Avaianas!!!

  16. 24
    CristianTM:

    Interessante e curiosa análise! Como torcedor Avaiano, fico orgulhoso de ver meu time sendo considerado assim.

    Mas é engraçado ver a raiva incontida dos torcedores do Figueirense que aqui aportaram. Além da rivalidade, eles sempre ficavam dizendo no começo que iriamos ser saco de pancadas, faziam piadinhas sobre “ser tartaruga em cima do poste”, sobre “AVaiCair”, e por aí vai. Mas não é isso que explica tudo, tem outra coisa por detrás que vou contar…

    Acontece que o que eles não dizem aqui, mas te explico pq aí já vais entender a raiva de alguns comentários acima (e abaixo), Isso é por que eles sempre se julgaram o “modelo ideal de gestão”, todos puxaram o saco deles com relação a isso auqi na mídia local pelo menos, o modelo de lá sempre foi exaltado. Acontece que a poucas semanas atrás o tal cara que trouxe a tal gestão maravilhosa deles veio a público, disse que sai do barco final do ano porque “o modelo de gestão precisa ser modificado e já não é mais compatível com o cenário do futebol moderno”. Não sei se foram exatamente essas as palavras, mas foi exatamente esse o teor. Imagina o baque dessa notícia, o que tanto os orgulhou, agora é taxado como inadequado justamente pelo idolatrado criador disso tudo.

    Enquanto isso o arqui-rival quietinho no seu canto começou a se estruturar, largar os amadorismos que ainda restavam e continuamente está se modernizando (muitas mudanças de gestão continuam acontecendo, estádio está sendo modernizado, o acesso ao estádio apesar de não ser de responsabilidade do clube está sendo resolvido com ajuda deste, há planos de ampliação do clube, plano de adesão de sócios, construção de mais patrimônio, ações sociais e de responsabilidade social (vide projeto bicicletario, mais info no link deste post), cobertura de todo o estádio, construção de camarotes, um plano de licenciamento de produtos que está sendo muito bem comentado pelos entendidos da área, além da estruturação e profissionalização do departamento de futebol). Os resultados estão no campo e fora dele.

    Imagine depois do primeiro baque da “afirmação”, que já os deixou meio que sem chão, ler elogios ao modelo de gestão desse clube arqui-rival… Aí dá pra começar a entender a raiva, não dá?

  17. 23
    Andrey:

    O que falar do Barueri, um time estreiante na serie A, tem um dos melhores estádios do brasil e pode até se classificar a sulamericana, hein… Não é um caso a se considerar de gestão?

    A campanha do Avaí é melhor, Andrey, e o time deu uma belíssima volta por cima no início pavoroso, mantendo o treinador.
    Conheço Barueri e o Barueri, até por ter morado por muitos anos no município vizinho. O clube tem a questão do aporte de dinheiro da prefeitura, encerrado em 2008, mas ainda gerando problemas.
    EG

  18. 22
    Valter Martins Ricardo:

    Parabéns pelo texto, agora dá dó é dos secadores de plantão que não admitem ver a bela campanha do Avaí na Série A , eu disse série A. Daniel Nedeff e Marcos estão doido, coitados!
    Para completar na suas férias, de uma chegadinha até Garopaba, a rainha do Litoral Catarinense, Capital Catarinese do Surf.

    Abraço.

  19. 21
    Gilberto:

    Ótimo post Emerson. Agora, inveja é uma coisa triste mesmo. Os caras que torcem para o alvinegro, ou seria tricolor, bom, aqueles que se vestem de rosa nos treinos e tem um brócolis no escudo, deveriam esquecer este sentimento negativo e canalizar suas forças para dar um empurrãozinho pro seu time. Só não partam, na hora do desespero, pra aquela estória de quebra-tudo. Procurem obter o sucesso, apenas no campo, sem dinheiro público, sem apelo a tribunais etc…

  20. 20
    Rangel:

    O que é que os torcedores do figueirinha fazem da vida para em toda notícia ou comentário favorecendo o Avaí eles mostrarem para o Brasil inteiro esta INVEJA tão grande? Que vão ao estádio do seu time torcer e cobrar (e por favor, não subir pela janela de novo) ao invés de falar besteira. O AVAÍ JÁ FEZ NESTE BRASILEIRO O QUE O OUTRO NÃO FEZ EM ANOS.

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