Uma estrela miserável ou o Morumbi continua no telhado

ter, 22/09/09
por Emerson Gonçalves |
categoria Copa 2014, Crônicas

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Não falo de nenhum jogador e o adjetivo miserável do título está aplicado no sentido de pobreza, mesmo. Falo, portanto, do Brasil, a estrela do planeta pós-crise.

New York Times, Financial Times, Wall Street Journal e outros menos votados vivem incensando o Brasil e citando o país como exemplo. Estamos no G20, nosso presidente é “o cara”, segundo o cara que de fato é “o cara” e nesse andar da carruagem vamos papar os Jogos Olímpicos de 2016, fazendo barba e cabelo com a Copa do Mundo de Futebol de 2014. Nem por isso deixando o Brasil de ser tão miserável como é e podemos ver nas cidades e nos sertões.


Por conta disso tudo, “dona” FIFA não deixa por menos e faz exigências que não fez à pobre África do Sul (cuja distribuição de renda é melhor que a brasileira) e tampouco fez à rica Alemanha. Provavelmente, Blatter e Valcke andam lendo demais sobre o pré-sal e a entrada de Pindorama na OPEP, lembram dela? Além disso, seus assessores devem ter-lhes passado a obra completa com os discursos do presidente da república. Ela existe, sim, e dizem que foi impressa em papel cor-de-rosa, não por aquilo que Diego Souza e Helio dos Anjos não gostam, mas por ser essa a cor com que o presidente encara seu país e seu reinado.


Para atender às exigências de “dona” FIFA, todo mundo corre atrás de projetos mirabolantes. Somente a cidade de Brasília vai gastar – segundo previsão oficial – 700 milhões de reais em sua portentosa arena. A mesma oficial previsão dizia que o Engenhão custaria 40 milhões. Ficou, ainda oficialmente, em 400 milhões e, para sorte da prefeitura da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, um clube dispôs-se a pegar o elefante, digo, estádio e usá-lo e mantê-lo. Quem assumirá a arena brasiliense? O Brasiliense? O Gama? O Senado da República? A Câmara dos Deputados?

No caso de uma dessas duas instituições republicanas, como a arena será coberta e coisa e tal, os senhores senadores ou os senhores deputados correrão a fazer uma licitação, logo cancelada devido à urgência, o que permitirá a contratação de empresa de notória capacidade na área e por mera coincidência com fortes e estreitas ligações com altas figuras republicanas, para dotar toda a arena de portentoso, também, sistema de ar condicionado, com umidificação automática para os meses de secura extrema. O gramado será substituído por bonitos tapetes persas importados da China, sobras de produção dos uigures de Xinjiang com a comercialização atravancada pela ação dos verdadeiros manufatureiros dos tapetes persas, os turcos e iranianos. Razões maiores de estado, todavia, levarão o próprio presidente a decidir pela compra dos “persas” chineses, repetindo a ação desastrada e precipitada dos caças franceses. Isso porque o Sarkozy veio sem a Carla… Tivesse ela acompanhado o maridão e seríamos, novamente, a França Antártida.

Tapetes persas? Um estádio sem gramado?

Ora, não fará falta, Brasília tem outros estádios, inclusive um recém-reformado, por um custo bem camarada, digo, razoável. Além disso, a cidade não tem futebol, logo, para que mais gramados?


Manaus também não tem futebol, mas terá portentosa arena (gosto de portento, de coisas portentosas; são chiques, são espetaculares, são “tudo de bom”, por isso essa portentosa repetição ao invés de sinônimos), construída com portentosíssima verba do rico estado amazonense. Belém tem futebol e multidões enlouquecidas pelo esporte bretão que consagrou Teixeira, mas não terá a Copa. Bom, fosse eu um turista europeu, iria para Belém e de lá, por ponte aérea ou ponte hidrorivária (bárbara) ou ponte aéreo-hidroviária, por nada desse mundo deixaria de ir a Manaus, no coração da selva amazônica. Por sinal, o intervalo entre um jogo e outro da primeira fase daria certinho para subir o Amazonas em luxuoso barco, conhecer Manaus e arredores e voltar voando a tempo do apito inicial do jogo seguinte. Isso é bobagem minha, a Copa será em Manaus e a floresta ganhará portentoso elefante branco, que no prazo de um ano será cinza-ruína.


Em Cuiabá o elefante não será branco e sim verde, não por ser palmeirense, mas por ser essa a nova cor da moda e a cor adotada pelo governador matogrossense, que nunca deixou de ser verde, uma vez que a soja é verde (a bem da verdade: a soja é uma bênção para onde está implantada, gerando empregos, renda e preservando o solo, graças ao plantio direto, empregado em larga, para não dizer total, escala).

Em Belo Horizonte não sei qual será a cor do estádio, o velho Mineirão, que será reformado por módica quantia, ainda desconhecida, oficialmente, mas extra-oficialmente estimada em 300 milhões. De reais, felizmente. O que não quer dizer que o custo final não venha a ser, também, 300 milhões. De libras ou, com muita sorte, de euros.


Bom, soube de fonte segura que o pessoal do Guiness está preparando nova e portentosa edição do livro de recordes, tendo como motivação a Copa no Brasil. Nunca antes o Guiness dedicou uma edição inteira a um único evento em um único país.


Pois bem, nesse cenário bilionário, Jerome Valcke, secretário-geral da FIFA e  já velho conhecido deste Olhar Crônico Esportivo, reconheceu ontem, durante evento de lançamento da nova campanha da Coca-Cola, que o novo projeto do Morumbi atende às exigências fifescas. Disse, porém, que a capacidade do estádio não é suficiente para a partida de abertura ou qualquer partida importante da Copa.

Os projetados 60.000 lugares para torcedores, previstos anteriormente nos cadernos de encargos, agora, segundo ele, são 65.000. Esse é o número ideal. Pelo visto, se houver alteração no projeto e o Morumbi comportar 65.000 torcedores, o ideal passará a ser uma capacidade de 70.000. Pelo visto, parte II, ou a mui rica e pouco estimada cidade de São Paulo faz uma arena de dois bilhões de reais, pouco mais de um bilhão de dólares, ainda não contando com todo o superfaturamento, ou os paulistanos serão contemplados somente com Gana x Afeganistão, Austrália x Montenegro e vice-versa e versa e vice. E só na primeira fase, pois a cidade não terá estádio à altura de Camarões x Irã ou, nesse caso então nem pensar, Ilhas Faroe x Vietnã, pelas oitavas-de-final.

É fato, depois disto: o Morumbi não desceu do telhado.


Fico aqui pensando em como deve ser bom ser rico. Deve ser uma beleza.

E pensando que já se fez manifestações contra a ingerência do FMI em nossa economia.

E que muito já se gritou contra o imperialismo ianque.

Parece-me chegado o momento de manifestações contra o imperialismo fifesco e seus fantoches.

Convoque-se aquele companheiro expert em organizar as massas (meia-dúzia de protestadores – para não confundir com protestantes – que fazem muito barulho e agitação e transformam marolas em tsunamis) e vamos às ruas contra esse novo imperialismo.

Como?

Ah… O companheiro agora é lobista da confederação?

Bom, sempre resta o sonho irrealizável da locupletação para todos, não?

(Irrealizável, sim, porque no locupletamento dá-se o enriquecimento de um ou uns em detrimento de outro ou outros; logo, locupletar-nos-emos todos em detrimento de quem? De nós mesmos? Aí seria um novo socialismo, não moreno, mas bronzeado.) (E seria ético um socialismo baseado na locupletação?)


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145 Comentários para “Uma estrela miserável ou o Morumbi continua no telhado”

Páginas: [8] 7 6 5 4 3 2 1 »

  1. 145
    Aloisio:

    Todas as grandes empresas, aquelas que tem “notória capacidade” tem ligação com algum senador, deputado ou governante.

  2. 144
    Adenilson -Santo André SP:

    QUASE TODOS ESTÃO CRITICANDO O MORUMBI, ORA TEMOS QUE ANALISAR O PROJETO E NÃO O ESTÁDIO COMO É HOJE, É NO MINIMO ESTRANHO TANTAS CRITICAS AO MORUMBI DA FIFA COM APOIO DA CBF, ESTÁ NA CARA QUE RICARDO TEIXEIRA QUER REBAIXAR O ESTADO DE SÃO PAULO, FEZ ATÉ CRITICAS A VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO, ELES QUEREM MESMO É ENCHER O BRASIL DE ENGENHÃO E FAZER UMA FARRA COM O DINHEIRO PÚBLICO, SE FIZER OUTRO ESTÁDIO EM SÃO PAULO QUEM VAI MANTER? O CORINTHIANS? E O PACAEMBU? VAMOS JOGAR AS TRAÇAS UM PATRIMÔNIO TOMBADO DO ESTADO DE SÃO PAULO? O PROJETO DO MORUMBI É O QUE MENOS VAI GASTAR DINHEIRO PÚBLICO ENTRE TODOS OS PROJETOS PLEITEANDO A ABERTURA DA COPA, ATÉ MESMO O PROJETO DO METRÔ PARA O ESTÁDIO JÁ EXISTIA MUITO ANTES DE SE FALAR EM COPA DO MUNDO, POR QUE NÃO CRITICAM OS OUTROS PROJETOS? VÃO CONSTRUIR ESTÁDIOS ENORMES COM NOSSO DINHEIRO EM BRASILIA NO AMAZONAS PARA VIRAR ELEFANTE BRANCO DEPOIS DA COPA E NINGUEM FALA NADA? QUEREM TIRAR A COPA DE SÃO PAULO E A CBF ESTÁ POR TRAS DISSO.

  3. 143
    Jean Fernandes:

    Eu sinceramente não acredito no nosso poder de organização para fazer uma copa. Se até agora a gente não consegue nem fazer o básico para ter uma qualidade de vida decente, como é que vamos mudar toda uma cultura para estar dentro de padrões ? Não consigo imaginar 5% dos problemas resolvidos em 5 anos. A conta não fecha, mas de jeito maneira. Do que eu entendo de obras, a coisa vai ser meio que maquiada, para o evento e depois esquecida.

    Não consigo imaginar uma obra deste porte no Brasil, acontecendo ao mesmo tempo em diversos lugares. Transito, hotéis, estádios, tudo melhorando “da noite pro dia”. Sinceramente vamos ter um período de aditivos imenso em 2012, 2013. E claro né ,….se as obras forem construídas, e devidamente fiscalizadas (por quem mesmo ???).

    Vai ser briga de cachorro grande, cachorros imensos….
    Como diz um amigo meu. A CPI da Copa no Brasil, já deveria ser iniciada, senão ficará impossível julgar todo mundo até 2018 :) .

  4. 142
    Renato:

    Os são-paulinos não fazem questão de sediar a Copa-2014.

    Os são-paulinos não fazem questão de reformar o Morumbi.

    O que os são-paulinos fazem questão, porque é um caso de vida ou morte para o seu estádio é:

    Não deixar que um novo estádio seja erguido em São Paulo.

    Um novo estádio, o qual se tornasse o local de jogos do Corinthians, e que concorre com o Morumbi como local de clássicos, decisões e grandes shows internacionais, tornaria o defeituoso estádio são-paulino inviável economicamente.

  5. 141
    R O D:

    Olá Emerson.

    Concordo com tudo o que você disse. A Copa está cheirando a falcatruas extremas, Se por um lado temos a aspiração de desenvolver alguns setores fundamentais nos estados escolhidos, por outro sabemos que um elefante branco será levantado e provavelmente as melhorias estruturais não sairão do papel (lembra da linha 3 e 4 do metrô aqui no RJ para o pan:).

    A escolha de cidades que sabidamente não possuem times de futebol capaz de arrendar o elefante branco e fazê-lo rentável, conforme descrito acima, possui um lado bom e outro ruim. Resta saber: vale a pena correr o risco: Vale a pena investir milhões para construir um elefante branco com a promessa de melhorar a saúde e o transporte:

    Não sei, a conta é complexa, mas provavelmente haverá um retorno negativo.

    Que o BR não deixe acontecer as fraudes do PAN em âmbito nacional.

    SRN

  6. 140
    Roberto:

    Texto extremamente deselegante, esportivamente bairrista, politicamente frustrado e desinformado quanto à veracidade dos fatos.

  7. 139
    Alexandre:

    Poxa EMERSON……..Pare com essa nausea, essa moagem de fomentar ou dar ouvido para afirmação que dizem que Cuiaba ou Brasila não tem condiçès de sediar a copa porque não tem times………Desde quando a escolha da sede é em relação a time????………Mato Grosso pode não ter time, realmente, porem é o estado que mais produz no Brasil, que mais gera divisas e riquezas, que equilibra a balança comercial brasileira, batem recordes na produção de grãos e pluma, é o estado que mais cresce no Brasil e ainda como se não bastasse, é o unico eu disse o unico estado brasileiro que possuem os trs biomas (cerrado, amazonia e pantanal) item que certamente pessam na escolha de uma sede………agora time, esqueçe. Temos estrutura, coragem e dinheiro e somos abençoados por Deus por termos um estado como esse: plano, produtivo, verde, estruturado……..era o tempo em que nós eram visto como cidadezinhas……..fazem uma comparação e vejam……….Agora me de licença que tenho que ir trabalhar para nosso estado crescer mais.

  8. 138
    Paulo Antonio - Curitiba:

    Emerson no cometário 133 do Cesar apesar do defeito de ser corintiano penso de modo igual ao dele e precisamos é de gente séria no futebol, desde a CBF até aos clubes. Como torcedor do São Paulo não vejo o que faz o Morumbi ser mais útil ao `São Paulo como sede jogo de copa do mundo com ou sem jogos importantes (abertura), só para ilustrar o Dorival de Brito (estádio do Paraná Clube) já foi sede de copa do mundo e o que isso trouxe de beneficío para o Clube que passou por nem sei quantas fusões, o que faz um time ser grande é suas conquistas e não só suas infraestruturas, pois o que adiantaria o São Paulo ter o que tem, Morumbi, CCT e CFCotia se não tivesse títulos? Então gostaria que seu JJ se preocupasse mais em formar um time forte e competitivo para ganhar mais Libertadores, pois na minha visão isso só tornaria o São Paulo maior do que ele já é ou estou errado Emerson se tiver me mostre porque.

    Já escrevi sobre isso, Paulo, principalmente em comentários.
    Para mim, o Morumbi está mais do que bom para o estágio atual do futebol brasileiro. Atual e pelos próximos 10, 15 anos, pelo menos. Investir mundos e fundos por causa de jogos de Copa não tem, na minha opinião, um custo/benefício bom.
    EG

  9. 137
    José Juca:

    Caro EG

    Acompanho seus comentários desde do blog do Lédio,
    Discordo de você em relação a não construção de uma arena na cidade de São Paulo.
    A cidade de São Paulo precisa de uma arena numa região de fácil acesso, com amplo estacionamento, shopping com lojas temáticas,
    restaurantes, cinemas, teatros etc., onde também se jogue futebol.
    Talvez a única cidade no brasil que tenha demanda para um empreendimento desse tipo seja São Paulo.
    E a copa do mundo é o momento ideal para a construção dessa arena.
    Com certeza apareceriam várias empresas interessadas a gerir esse tipo de arena. Talvez até mesmo os clubes poderiam particpar duma co-gestão.
    Infelizmente o Morumbi é inviável. A única maneira do Morumbi poder ser utilizado dessa maneira seria desapropriando as centenas de imóveis ao seu redor o que sabemos não ser possível.
    Sou carioca torcedor do Flu, rezando para um milagre, e morador em Guarujá, alguns meses atrás levei minha filha a um show de um grupo internacional de adolescentes no estádio do Morumbi. Como não me interessava ver o show pensei em colocá-la para dentro e esperar o término em algum restaurande, bar, padaria comendo uns tiragosto regado a coca cola (devido a lei seca).
    Estacionei o carro pagando 60 reais, demorei a chegar em função do engarrafamento, coloquei as meninas dentro do estádio e aí começou meu martírio, comecei a subir ladeira, descer ladeira atrás de um lugar para esperar o término do show e simplesmente aquela região é desértica, só prédios,casas e o imponente estádio mais nada. Fui obrigado a pegar um táxi até o shopping morumbi, ficando mais tempo engarrafado tanto na ida como na volta. Na saída do estádio mais engarrafamento.
    Simplesmente, já avisei para minha filha, Morumbi para show nunca mais. Prefiro pegar a ponte aérea ou rodoviária e ver o show no Rio.
    São Paulo precisa de uma arena onde também se jogue futebol.
    abs

  10. 136
    Teresa Ribeiro:

    Oi Emerson,
    A situação aqui na Bahia não é diferente. É bem pior. Só para relembrar:
    A Bahia tem, efetivamente, apenas 2 times importantes. Na capital, então… Há muito tempo que Galícia, Leônico e Ipiranga estão no esquecimento. Infelizmente!
    O Vitória conseguiu construir seu estádio e ainda estamos na luta para melhorar as instalações. O bahia resolveu ficar na dependência da fonte nova, contando com as regalias oferecidas pelos políticos tricolores.
    Nós, baianos, tínhamos um estádio que foi largado às traças pelos governantes, apesar dos avisos constantes de que a estrutura estava em péssimas condições. Mas, que importância tem a segurança dos torcedores quando o bahia precisava da força da torcida para, finalmente, voltar à série B? O que é mais importante do que a torcida do bahia ganhar a disputa inventada pela tendenciosa imprensa local contra a torcida do flamengo, que estava lotando o maracanã?
    Os torcedores atenderam ao apelo da imprensa, incentivados pelo próprio governador que comparecia ao estádio, como para atestar que não havia problema algum. Afinal, a fonte tinha sido \"reformada\" um ano antes, em 2006.
    O resultado é conhecido: 7 mortos e nenhum culpado punido. Muito pelo contrário! Bobô foi promovido e agora é um dos organizadores da copa. Oba!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    O bahia passou a mandar seus jogos em Feira de santana, 2ª maior cidade do estado. Apesar da proximidade com Salvador, a torcida do bahia não é a do grêmio, que vai onde o time estiver. Diante do fiasco de público o governador e seu staff tricolor resolveram reformar o estádio Roberto Santos, conhecido como Pituaçu. Afinal, o bahia precisava subir para a série A, de onde está ausente desde que a era pontos corridos começou. O custo inicial era de 20 milhões. Acabou em 55. A obra precisava ficar pronta logo, pois a torcida, assim como o time, não pareciam dispostos a sair do lugar. A solução encontrada foi considerar a reforma como \"obra emergencial\", onde não há necessidade de licitação e onde não pode haver aditivo (o aditivo foi de apenas 100%). O chefe de gabinente do governador, ex-presidente do bahia, numa clara demonstração de como se governa \"democraticamente\", passou por cima de pareceres contrários do Ibama e do Ministério Público.
    E quanto ao estádio da fonte nova? Um novo estádio será erguido, é claro!. Custo estimado em 2007: 250 milhões de reais. Em 2009, houve reavaliação: 550 milhões. (mais de 100%!!!!!) O valor aumentou, mas a capacidade reduziu. Antes, seriam 55 mil lugares. Agora, serão 50 mil. (Excluindo-se camarotes e setores VIP, sobrarão 44 mil para o público.)
    O Edital é uma graça! Ao mesmo tempo em que proíbe os clubes de participarem como investidores, considera que eles são vitais para a sobrevivência econômica do monstrengo, que, para ser viável precisa ter, no mínimo, 28 partidas, por temporada, tanto do Vitória quanto do bahia. Ou seja, o Vitória teria que renunciar ao seu estádio e Pituaçu se transformaria num elefante branco. Genial!!!! Diante da repercussão negativa, o governo recuou.
    Refletindo sobre tudo isso, só me resta consolo de que, desta vez, o Brasil não poderá dizer que isso \"é coisa de baiano\". A irresponsabilidade dos políticos e a a imbecilidade do povo é, infelizmente, \"coisa de brasileiro\".
    abraços

    Esse edital para o novo estádio foi realmente uma gracinha, uma boa amostra da arrogância do estado brasileiro em relação aos cidadãos e empresas.
    Felizmente, como você destacou Teresa, a gritaria foi grande e imediata.
    EG

  11. 135
    JEAN:

    O ALBERTO 134
    O DINHEIRO DO BNDES É PUBLICO MAS NÃO É DADO E SIM EMPRESTADO
    CLARO NA SUA OPINIIÃO E NA OPINIÃO DE TODOS OS CORINTHIANOS
    DEVEMOS GASTAR DINHEIRO PUBLICO PRA CONSTRUIR UMA ARENA PRA
    UM CLUBE QUE SE DIZ DE MAIOR TORCIDA E NÃO TEVE CAPACIDADE PRA CONSTRUIR SUA CASA
    CLARO VAMOS GASTAR DINHEIRO PUBLICO PRA DAR ESSA ALEGRIA AO GAVIÕES
    E DEIXAR PESSOAS NA FILA DE HOSPITAIS
    RECEBENDO ESSE SALARIO MINIMO VERGONHOSO
    PESSOAS TENDO QUE VIVER COM O MEDO PELA FALTA DE SEGURANÇA
    A FALTA DE ESTRUTURA EM TODAS AS CIDADES DO BRASIL
    SOU SPFC MAS SOU CONTRA A COPA NO MORUMBI E NO BRASIL
    VAI SER LINDO UMA COPA ONDE PESSOAS MORREM DE FOME.
    ISSO EH O BRASIL
    (A COPA NÃO É NOSSA, A COPA É PURA POLITICA)

  12. 134
    Alberto:

    1 . São Paulo é a maior e mais importante cidade brasileira. Como tal, merece ser uma sede de destaque da Copa-2014.

    2 . O estádio escolhido pela prefeitura paulistana para 2014, o Morumbi, é irremediável, segundo a FIFA, não tendo condição de se adequar para a Copa (não como sede de destaque).

    3 . Serão construídos vários estádios no Brasil para a Copa-2014. Exs: em Recife (cidade onde cada um dos três grandes clubes – Santa Cruz, Sport e Náutico – já possui um estádio compatível com suas necessidades); em Manaus e em Cuiabá (capitais de estados com cena futebolística semi-amadora).

    4 . A única cidade brasileira onde um novo estádio para a Copa-2014 não se tornaria um elefante branco após o evento seria São Paulo. Motivo: o clube de maior torcida da cidade, o Corinthians, não tem um local para jogar adequado à sua grandeza, e, certamente, passaria a mandar seus jogos no novo estádio construído para a Copa-2014.

    5 . Dois argumentos falaciosos tentam dar sustentação à candidatura Morumbi:

    . a) “Não se deve gastar uma fortuna na construção de um novo estádio, sendo melhor e mais barato reformar o Morumbi.”
    Ora, se serão construídos vários novos estádios pelo Brasil afora em vista da Copa-2014, querem propugnar uma arena modesta e barata justamente na cidade mais rica do Brasil – a qual tem obrigação de se apresentar condignamente para o mundo em 2014?

    . b) “Não será utilizado dinheiro público na reforma do Morumbi.”
    Será, sim. O São Paulo já reconheceu que não tem como bancar a reforma do seu estádio por sí, que não conseguiu atrair suficiente investimento privado, e que precisará de dinheiro do BNDES.
    Para quem não conhece, eis o que é o BNDES, na definição encontrada no seu próprio site:”O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), órgão do Governo Federal, é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental.”
    Se o São Paulo irá cumpriria com a obrigação de pagar o empréstimo que tomar, é outra história… Mas vale lembrar que o São Paulo tradicionalmente ocupa posição de destaque nas listas de clubes com maiores dívidas previdenciárias… E que o próprio Morumbi foi recentemente penhorado por caus de uma dívida trabalhista não paga.

    Conclusão . A candidatura do Morumbi é indefensável. Só é boa para o proprietário do estádio, o São Paulo F.C.

  13. 133
    Cesar Augusto:

    Grandes eventos, em especial no Brasil, são grandes roubos legalizados, mas, altamente, imorais.

    O Pan do Brasil, em 2007, foi uma vergonha. E quem se beneficiou?

    O povo carioca?

    O povo brasileiro, já que era um Pan do Brasil?

    Ou somente aqueles de sempre?

    Resposta óbvia, é claro.

    Até hoje, a conta do tal Pan-Americano, evento de quinta categoria, não fechou.

    E se, em eventos de quinta categoria a conta não fecha, imagine em eventos da grandeza de uma Copa do Mundo ou, quem sabe, de uma Olimpíada, que o Brasil, inacreditavelmente, inclusive, tem grandes chances de sediar.

    Com grandes eventos num espaço de 10 anos, o contribuinte não resistirá. Os cofres públicos serão saqueados e roubados discaradamente. E o povo, bem o povo, como sempre, não tem a menor importância, pois são, apenas, massa de manobra incapazes que são de enxergar que o dinheiro investido em Copa do Mundo e Olimpíadas sairão de seus bolsos.

    O Brasil, definitivamente, não é um país sério.

    Dito isto, a questão Morumbi é meramente política, cheio de interesses escusos, em minha opinião, de todos os lados.

    Não há santos, nem vítimas nesta história.

    A vítima da história, vale ressaltar, será o contribuinte.

    O Morumbi é o melhor estádio de São Paulo. Isso é ponto pacífico. E, desta forma, deve ser o palco da Copa do Mundo, indubitavelmente, mas, para tal, não há que se falar na utilização de dinheiro público.

    Sei que o São Paulo diz que os investimentos serão próprios e da iniciativa privada, mas, sabe como é, sinceramente, não acredito nesta hipótese. O discurso é bonito, mas a realidade é bem diferente. A porta para a utilização de dinheiro público já foi aberta.

    Em fevereiro do ano que vem a Fifa escolherá os estádios e, em São Paulo, certamente, dará Morumbi, pois, por enquanto, não há outras alternativas plausíveis e baratas. Desta forma, o São Paulo conseguirá angariar investimentos privados, mas estes investimentos não serão suficientes para ajeitá-lo para a Copa do Mundo, principalmente, para abertura e semifinal, que é o interesse do comitê paulista. E não restando outra alternativa e faltando dinheiro, o governo, certamente, despejará um caminho de dinheiro para a reforma do Morumbi, aos 45 do segundo tempo, como sempre acontece, diga-se, contrariando todo o discurso anmteriormente empenhando, afinal de contas a cidade de São Paulo merece participar da Copa do Mundo. E merece mesmo, mas sem dinheiro público, no Morumbi.

    Este é o meu palpite, pois é muito, mas muito difícil fazer uma Copa do Mundo sem a injeção de dinheiro público, tamanha são as exigências da Fifa. Na hora do aperto, os governos põem a mão no bolso e dane-se o resto. Sempre foi assim em terras tupiniquins e não acredito que será diferente, em 2014.

    E este é o problema. O X da questão. Não se deve usar dinheiro público em instituições privadas.

    E, até o momento, mesmo com o apoio entusiasmado da Prefeitura e tímido do Governo do Estado, o São Paulo não conseguiu demonstrar que pode bancar a reforma do Morumbi sem a injeção de dinheiro público.

    Não há milagres.

    E mais: Quem será o grande beneficiado com as obras próximas ao Morumbi que gerarão custos, segundo estimativas, de 6 bilhões de reais?

    O povo ou o São Paulo Futebol Clube?

    A copa é para a Cidade de São Paulo ou para o São Paulo Futebol Clube?

    Será que apenas a região do Morumbi merece melhorias?

    E a Zona Leste?

    É muito dinheiro que será despejado em prol de uma minoria, analisando sob o prisma de que outras regiões da cidade, como sempre, ficarão a ver navios em termos de estrutura.

    Por estas e por outras, sou contra a Copa do Mundo, em São Paulo, no Morumbi ou em qualquer outro estádio que, eventualmente, venha a ser construído.

    A população não será beneficiada nem a curto, nem a longo prazo.

    O beneficiado, o maior beneficiado, será o São Paulo Futebol Clube, uma instituição privada que terá a injeção de recursos públicos em seu estádio.

    Por outro lado, analisando apenas as declaração do Valcke e dos interessados percebe-se que o São Paulo, graças a arrogância de alguns de seus dirigentes, criou muitos inimigos. Inimigos poderosos, como o genro, Ricardo Teixeira, que, em termos de Copa 2014, é aquele que realmente manda. E isso, para os tricolores, é preocupante, porque é clara a intenção, se possível, de construir um novo estádio em São Paulo, que geraria muito mais $$$ para os envolvidos.

    A vingança, como se sabe, é um prato que se come frio e RTT esperou muito pelo momento de dar o troco.

    Um Estádio em São Paulo custaria uma fortuna e, posteriormente, morreria, pois seria quase impossível de bancar a manutenção. Seria, mais um, desperdício, mesmo que, posteriormente, fosse repassado ao meu time, o amado e inestimável Corinthians.

    Não é justo, como também não é justo a injeção de recursos públicos em estádio particular.

    O Corinthians se quiser um estádio que construa com seus próprios recursos ou de investidores privados. Simples assim.

    O que me parece, neste caso Morumbi, é que existe muito caroço debaixo desse angu. Alguém, ainda, tem uma carta na manga, muito forte, que pode mudar o rumo da história.

    O comitê paulista, segundo li, está praticamente abrindo mão da abertura, que seria em Brasília ou Belo Horizonte. O Morumbi seria o estádio da Copa e utilizado para partidas de menor porte. Sou contra a Copa do Mundo, mas São Paulo, a maior cidade do país, neste caso, não pode se colocar como mera coadjuvante num evento desta magnitude. E tudo para beneficiar o Morumbi.

    A troco de quê?

    Nesta situação, a escolha pelo Morumbi é incompreensível.

    Aliás tudo é incompreensível e muito estranho. A politicagem, lamentavelmente, decidirá o curso da história.

    Me estranha, por exemplo, o silêncio do Andrés, que foi no evento de apoio a candidatura Morumbi, juntamente com o Lula. O Lula talvez tenha dito ao Andrés para apoiar o Morumbi em troca de favores na construção de um futuro estádio.

    E o Andrés, por enquanto, vai obedecendo, mesmo, internamente, não concordando com a escolha do Morumbi.

    O Rosemberg quer o Pacaembu e defende, com unhas e dentes, o Morumbi.

    Não consegui entender, até o momento, a lógica do Rosemberg. O Pacaembu é caro e tombado pelo patrimônio público, portanto, qualquer mudança estrutural deverá passar por um trâmite altamente burocrático e lento. E, além disso, depois de 30 anos, o Estádio seria devolvido a Municipalidade. Que negócio fantástico…para a Prefeitura.

    O Rosemberg não tem o direito de continuar com essa idéia louca e burra e ruim para o Corinthians, mas excelente para terceiros. Há cheiro de conchavo no ar entre Prefeitura, Corinthians e São Paulo FC.

    Me estranha, também, a posição de alguns jornalistas que defendem com veemência a construção de um novo estádio, mas sem apresentar argumentos objetivos e, sim, argumentos clubísticos. Me estranha, também, a posição, de outros jornalistas, que atuam como porta-vozes da diretoria do São Paulo, pura e simplesmente. São os peões neste jogo de xadrez sempre dispostos a mostrar o lado tricolor da história. Na verdade, o caso Morumbi, jornalisticamente falando, expõe as fraquezas da alma humana e da isenção, onde as opiniões são pautadas de acordo com as conveniências clubísticas. Graças a Deus, você não se enquadra em nenhum dos lados, apesar de são-paulino.

    Enfim, para mim, tudo é muito estranho e nesse jogo não haverá lógica no resultado, pois a decisão será, apenas, política. E o resultado pode ser surpreendente. E caro, muito caro para o bolso do povo paulista.

    Cada qual com seus argumentos, cada qual com seus interesses, cada qual com sua razão, mas, ao final, quem pagará a conta será o contribuinte, o pobre contribuinte, que, como eu, sempre ouviu a frase mais perfeita sobre o Brasil, que é a seguinte:

    “O Brasil é o país do futuro”.

    Hoje, já aos 34, cheguei a conclusão que a frase é perfeita e, absolutamente, verdadeira, porque o Brasil, sempre, será o país do futuro, mas, jamais será o país do presente.


    Uau, Cesar…
    Concordo com muito do que você escreveu e fico numa torcida imensa para você estar errado… na sua última frase. Embora, realisticamente, o caminho é esse mesmo, infelizmente.
    No tocante à escolha do Morumbi, sou de opinião que o São Paulo não deve meter-se em aventuras. Se servir, serviu, se não servir, servisse. Para o futebol paulista e brasileiro o estádio está muito bom e melhorando. Ou, para satisfazer os críticos extremados, ficando menos ruim. Bom demais já.
    A rigor, a única grande obra pública que irá beneficiar o estádio, e por extensão o seu proprietário, será a Av. Perimetral. De qualquer maneira, é obra do Plano Diretor e a prefeitura irá tão somente adiantá-la em 4 anos. Sorte de quem mora no entorno do estádio.
    :o )
    O metrô já é realidade, praticamente, e também foi planejado para a região oeste e não especificamente para o estádio. Mas isso você sabe melhor que eu.
    A posição do Rosemberg também me deixa curioso. A do Sanchez é compreensível, ele apenas está seguindo o que determinou o líder maior de seu partido (mais essa…). Lula não vai se meter nessa cumbuca de “arena paulistana”, principalmente porque Serra, palmeirense roxo e até corneteiro, já se declarou pró-Morumbi em nome do não desperdício de verba.
    Voltando ao Rosemberg: ele tem excelente relacionamento com a direção do SP. O MPG gostava muito dele, respeitava-o demais. Ele é um sujeito criativo, ousado, mas também realista, principalmente no que diz respeito a números. Não o conheço pessoalmente, ainda, mas sua linha de ação parece ser no sentido do Corinthians usar o Pacaembu na maioria dos jogos e o Morumbi para os grandes momentos. Se isso tivesse ocorrido nesse ano, a receita com bilheteria do clube, a maior do Brasil, teria sido muito maior do que é. Mas há muita oposição interna a isso.

    Essa história de fazer arenas tem muito de história.
    Ainda recentemente vivemos uma febre arenística. Eclodiu a crise, ficou claro que as arenas não sairiam do papel, pois seus ousados construtores não mais conseguiriam o crédito fácil e abundante de antes. Dito e feito, nenhuma obra foi iniciada até hoje.
    Arena para a Copa?
    Só se os cofres da viúva bancarem.
    Sou radicalmente contra, como cidadão e como torcedor do São Paulo, que o clube receba dinheiro público para mexer no Morumbi.
    Sou favorável a tomar empréstimo no BNDES, desde que dentro das normas e, principalmente, dentro da capacidade financeira do clube.
    O que virá não sei, afinal, como dizia ministro de nada saudosa memória, o futuro a Deus pertence.
    EG

  14. 132
    Carlos Almeida:

    Nos casos de Manaus e Cuiabá, quem sem dúvida serão mastodontes brancos, se não podiam fazer por que se candidataram. Por que essas críticas não forma feitas a época da escolha das sedes ? Por que não se disse que seria muito mais racional escolher Belém e Goiânia, onde há futebol profissional de bom nível, e boas arenas que com adaptações realistas ficariam boas ? Mas, não os projetos mirabolantes venceram, e ninguém falou nada. Agora começou a caça pelo dinheiro público para financiar as obras (BNDES) e vem dizer só agora que são faraônicas ?

    No caso de São Paulo, faria muito mais sentido construir um novo Estádio, com viabilidade economica e futebolistica…mas o lobby pelo Morumbi parece ser brutal…

    Muitas críticas foram feitas à escolha de Manaus, Cuiabá e Brasília, principalmente.
    EG

  15. 131
    Tarso Cesar:

    achei esse post com um tom muitooo paulistas mesmo falando de todo o Brasil me pareceu que a preocupação maior foi não deixar o morumbi de fora da copa pode ser que esteja errado mais foi a impressão que deixou

  16. 130
    Bruno Vicchi:

    Vou ser curto e grosso:

    Quando o Brasil se candidatou sabia das exigências da FIFA, não sabia?

    Não dá para ganhar a concorrência e depois vir com essa de “suas exigências são demais”. Talvez por isso q achem que o Brasil não é país sério.

    Se não pode cumprir as exigências que não tivesse se candidatado! Simples.

    Abraço.

  17. 129
    Mauro:

    Os sãopaulinos sempre se disseram (modéstia à parte!) “diferenciados”, planejados e competentes.

    Ao ler o teor da postagem, bem como o de vários comentários, descobri outras qualidades dos sãopaulinos:

    1) O civismo e o desprendimento, ao defenderem a não construção de uma nova e moderna arena na cidade de São Paulo, quando há tanta coisa mais importante para se fazer (talvez se refiram à merenda das crianças carentes e à limpeza das ruas…), e quando já existe o Morumbi, que, com umas reforminhas, fica quase bom para a Copa-2014…

    2) A humildade, ao se dizerem cidadãos de um paupérrimo país terceiro-mundista (praticamente uma “Banana Republic”), em cuja principal cidade não há se sonhar com uma nova e moderna arena, em sua maior (mas modesta) cidade, ainda mais que lá já existe o Morumbi, que, com umas reforminhas, fica quase bom para a Copa-2014…

    Não como não se comover com as palavras dos sãopaulinos.

    Comprendo agora o que levou o prefeito Kassab, o governador Serra, o presidente Lula e o soberano vitalício Ricardo Teixeira a apoiarem a candidatura do Morumbi, mesmo contrariando a lógica e desprezando o bom senso…

  18. 128
    Marcos Paulo:

    A cidade de São Paulo é feia demais para sediar jogos da copa.

  19. 127
    Bernardo Melo:

    Emerson, favor corrigir fraudas por fraldas. Eça não me perdoaria. Acho que as fraudes me subiram à cabeça!. Abs,

    Bernardo Melo

  20. 126
    Bernardo Melo:

    Excelente texto Emerson G. ! Temperando bem o caldo, finalizou uma observação sagaz e abrangente. Tenho buscado formar uma opinião sobre a Copa desde o anúncio. Você ajudou bastante.

    O Guinness Book já pode contar com o recorde de maior encruzilhada de desvio de dinheiro público da história – incluindo, com juros e correção monetária, a construção do Coliseu, em 72 (dc). O imperador Vespasiano ficaria feliz em ver sua miscigenada escola brasileira de picaretagem em construção de estádios, estacionamentos, acessos, hotéis, transporte público mas com rentabilidade privada prosperar. Quanto à velha tática do pannis et circensis, ficaria chocado. Dois mil anos de evolução seriam demais para essa figura que dá nome à cidade onde está localizada a Cidade do Galo, o glorioso, ao lado da cidade onde moro, BH.
    O governador Neves sinalizou nessa quarta com a possibilidade da reforma do Mineirão, em alguma parte, ser financiada com dinheiro do BNDES. Até pouco tempo, seriam aportes estaduais, para a reforma do estádio, estadual. Enfim, se todo mundo já está crescendo olho nessa bolada, com pagamento no modelo PT/PSDB pro BMG, porque não pegar um naco? Quanto às obras viárias, hoteleira e tapetes persas, melhor nem tocar no assunto, mas só por enquanto.
    Eis que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que esteve conversando com Neves nessa quarta-feira no Palácio das Mangabeiras, solta na coletiva exatamente que o estádio que pleiteia ser uma das arenas principais, talvez aquelas que irão sediar abertura, semis e final, deve ser beeeeem melhor do que os outros. Tem que gastar mais, não sou eu, é a FIFA quem está falando. Olha que aí estão os outros que nem saíram da maquete, no melhor estilo de Dubai, e que depois de 2 meses serão palco de memoráveis clássicos entre VentoechuvaFC x Concreto Esporte Clube. Também soltou a pérola de que, quatro anos antes da Copa, nenhum País estava preparado, “nem a Alemanha”. Hummm, deixa eu comparar o Brasil de hoje com a Alemanha do final de 2001……
    Vamos pensar positivo, na possibilidade do menor desvio, porque a palavra roubo não cabe a estes ilustres vermes envolvidos. No caso do Mineirão, que é tombado e nunca poderá ser implodido, e do Maracanã, um administrado pela Ademg, o outro pela Aderj (os nomes já dão asco), não tem como não ser reforma. Imagina o Rio ter um terceiro estádio grande, pense no Vasco, na situação de Fluminense e Botafogo no BR09, e achará uma discrepância. Aqui em Minas, também não tem como sair pra opção mais lucrativa para os sanguessugas e que, apesar da ironia, é a que custa mais caro: construir um novo estádio do chão. Ou o Cruzeiro faz o dele e o Atlético também, com recursos e dívidas próprios, ou passa um pano e cera (importada e caríssima) no Magalhães Pinto e arredores. Como será feito no Mário Filho.
    Em São Paulo e no Rio Grande, a situação é diferente. São estádios particulares e de clubes que têm rivais vizinhos, que devem receber investimento. Devem porque, até lá, ainda pode surgir a opção mais lucrativa para a rica escória, que custa mais, poucos bilhões, de construir um novo estádio, nível europeu, cabines para Aiatolás, bem representativo desse novo Brasil que vem por aí. Fica claro porque devemos optar pela opção que, por ironia, parece só privilegiar o time e os torcedores donos das arenas que serão reformadas, mas que ajudam outra parte da população na infra estrutura. Sem falar que não atrapalha ainda mais o que já não é tão bom assim, como o transporte e custos.
    O Brasil ter uma Copa do Mundo, ainda vá lá. Quem é que vai reclamar se o marginal cara-de-pau com mandato e o empresário sonegador fora-da-lei milionário ganharam um troco aqui, outro ali. Coisa de menos ou pouco mais de milhão pra cada um. Isso acontece de segunda a domingo, a gente come no café da manhã. Agora, que esse dinheiro tem destino levemente mais prioritário no nosso País de apaixonados por futebol, ah isso tem!
    Fazer o que? Bom, eu já sou radicalmente contra as Olimpíadas Rio 2016. O Brasil não deve gastar dinheiro com nada de “desimportante”, como Copas e Olimpíadas. É gritante de falso o suposto desenvolvimento advindo desses eventos, como se não fosse claro que 99.9% das pessoas não devem se contentar com 1% da rentabilidade de um negócio, enquanto outros 80% vivem em favelas. Por mim, prefiro que esse dinheiro fosse para os jovens que serão os campeões das Copas e Olimpíadas vindouras, mesmo que em terras estrangeiras. Até melhor, não? Nada contra o Rio, adoro o pessoal e estar lá. Só quero ver mais gente locupletando. EG, locupletar tem mesmo que ser “em detrimento”? Fico com Eça de Queiroz : ” Os políticos e as fraudas devem ser mudados frequentemente e pelas mesmas razões”.

    Abs,
    Bernardo Melo

    Bom, viveremos tempos interessantes, na velha acepção chinesa para “tempos interessantes”. “Que você e sua família vivam tempos interessantes” era um desejo educado e elegante reservado para os piores inimigos.
    Infelizmente, é o que nos espera pelos próximos 5, talvez 7 anos.
    Como o cronograma já está atrasado hoje, imagine então em 2012?
    Haja suplementações e acréscimos.
    E essa definição do velho Eça é simplesmente perfeita, fez bem em lembrá-la, Bernardo.
    Abraço.
    EG

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