Vender é preciso, eis a questão

qua, 12/08/09
por Emerson Gonçalves |

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Em algum lugar da Europa*, Andrés Sanchez foi questionado pelo repórter a respeito da venda dos direitos federativos de Douglas, Cristian e André Santos. Sua resposta, autêntica e verdadeira, é exemplar:


“Não havia como segurá-los. Eles foram para ganhar muito mais, e vendi dois jogadores que não eram jovens e um [Douglas] que era vaiado pela torcida todo jogo.”


Primeiro fator pró-venda: os jogadores foram ganhar muito mais do que lhes pagava o Corinthians e do que poderia pagar qualquer outro clube brasileiro.

Segundo fator pró-venda: dois deles já não eram jovens. Ou seja, os próprios jogadores e, principalmente, suas famílias, pressionam por uma lucrativa transferência para o exterior, pois, afinal, o tempo é implacável e absolutamente inelástico.

Terceiro fator pró-venda: um dos jogadores, como soi acontecer com torcidas brasileiras, jamais caiu nas boas graças dos torcedores. O caso de Douglas não é único, assim como tampouco são únicos os torcedores corintianos, Leo Moura que o diga.

Esses três são os fatores aparentes e listados pelo presidente corintiano. Há outros. O mais forte deles, sem dúvida, o acerto feito com o São Caetano e seu presidente. Douglas foi para o Parque São Jorge por um valor baixo, mas com o compromisso tácito e contratual, de liberação para o exterior tão logo surgisse boa proposta. Pelo que sei de Nairo Ferreira, presidente do São Caetano, não duvido nem um pouco que o contrato contenha uma cláusula que forçaria o Corinthians a comprar os direitos em poder do Azulão num prazo determinado.

Sobre os outros dois falam em pressão de empresários e coisa e tal. Pode ser, pode não ser, a crença no sim ou não fica ao gosto do freguês.

Quarto e poderosíssimo fator pró-venda, também exposto por Sanchez, explícita e implicitamente: o clube tem necessidade urgente e grande de fazer caixa. Precisa de dinheiro, não só para os compromissos correntes como para os encargos da dívida que ultrapassa o valor de 100 milhões de reais. Uma dívida administrável e, aparentemente, dentro dos eixos e das possibilidades do clube, mas que, assim mesmo, existe e exige mês a mês desembolsos variados e pesados para o orçamento.


Por que Zezé Perrella negocia seus jogadores?

Porque precisa.

Assim como precisou Sanchez e como precisou o Internacional e como precisa o São Paulo e precisam todos os demais. Esse é o fato. O que deu origem a ele, se é do passado ou se é do presente, se a direção tem culpa por isso ou não, é uma outra história, uma outra discussão.

É claro que o caos administrativo de muitos clubes contribui e força a necessidade de vender, entretanto, mesmo os não muito caóticos têm também suas necessidades. Em muitos casos, diria que na maioria, não adianta culpar o dirigente, pois ele, ou melhor, o clube, não teria como segurar o jogador.  A menos, é claro, que pela força de contrato vigente. Nesse caso, o jogador fica sem tugir nem mugir. Mas… (e esse é um “mas” poderoso), renderá o que um jogador insatisfeito? Que viu nas mãos maços e maços de verdes células esvaírem-se em fumaça e nela seu próprio futuro e o de sua família? Renderá nada ou perto disso e, provavelmente, será um foco de insatisfação dentro do elenco. Há exceções, claro, cujo maior valor é justamente confirmarem a regra.

Em função de nossa estrutura social e nossa distribuição de renda e benesses associadas (educação, saúde, alimentação, conforto e outras coisinhas), a maior parte de nossos jogadores sustenta uma pequena multidão, pessoas que dependem do “craque” da família para sobreviver com um mínimo de dignidade. Dado que a carreira é curta demais e mais curto ainda o tempo que permite ganhar bons salários, não vá uma contusão grave acabar com tudo, jogadores e seus familiares sabem muito bem o quão importante é ganhar hoje o dinheiro possível hoje.

E raramente uma direção pode resistir e segurar o atleta


A “Decisão Belluzzo”

Quando escrevi sobre a decisão de Belluzzo de segurar o elenco até o fim do ano, fui criticado por muitos palmeirenses, alguns de uma forma tão grosseira e ofensiva que não restou outra alternativa a não ser deletar os comentários. Queriam, querem ainda, que eu elogie o presidente palmeirense.

Ora, eu não escrevo para elogiar ou criticar, embora faça uma coisa e outra com freqüência. Escrevo, ainda mais num caso como esse, para tentar entender e explanar sobre o que há por trás e o que pode ocorrer a partir daí. Sua chegada à presidência do Palmeiras foi saudada como um sopro de renovação e a entrada em cena de alguém que, mais que civilizado, é um intelectual de respeito. Isso não se discute, é verdadeiro, mas há que ter em mente que as crenças, práticas, opiniões e visão de mundo do Prof. Belluzzo não são a verdade absoluta e delas discordar é direito pleno.


Sua decisão cai em cheio no gosto e atende aos sonhos de todo torcedor.

Qual corintiano não gostaria que Sanchez tivesse dito o mesmo? Ou Piffero, Dumbrosck, Juvêncio, Perrella, Kalil…

Se tudo correr bem, o Palmeiras terminará o ano com seu atual elenco, com grandes chances de conquistar o título brasileiro, ao qual é hoje o maior favorito, não só na minha opinião, mas de uma forma geral. Campeão ou não, entretanto, o clube terá que arcar com o custo dessa decisão, que não será baixo – e a renovação de Pierre é o peso menor nessa conta.

Além disso, escrevi sobre a oportunidade que o Prof. Belluzzo viu e aproveitou, ágil e espertamente (e isso é um elogio, aviso aos xiitas de plantão). O cenário, por alguns dias, estava propício a isso. Tal como aquelas bolas que passam em frente ao gol e parecem pedir “me chuta, me chuta, me chuta”. Às vezes aparece um atacante com faro de gol, chuta e marca. Foi o que fez Belluzzo.


O caso Emerson

Falo do atacante do Flamengo, claro. Não estou com essa bola toda para merecer um “caso”.

Bom atacante, encaixou no Flamengo instituição e encaixou no Flamengo time. Em tese, o melhor dos mundos. E era, até que surgiu a proposta árabe. Para sorte desse Emerson de que falamos, ele já ganhou um bom dinheiro, parece estar meio resolvido sob esse aspecto. Flamenguista, seu sonho era jogar no clube do coração, tal como Adriano, esse sim, muito bem resolvido financeiramente.

Mas surgiu a proposta das arábias. E o Flamengo, apesar da situação financeira que conhecemos, disse não.

Esse não foi positivo, uma vez que o dinheiro oferecido era pouco e, certamente, seria melhor apostar na manutenção do atleta e nos ganhos possíveis que o time poderá trazer, time no qual ele é peça fundamental.

Mas os árabes melhoraram a proposta.

Ainda assim a resposta foi não, afinal, o dinheiro já começa a ficar interessante, mas…

Pombas, o que dirão torcedores e oposição ainda com a “decisão Belluzzo” na cabeça? E olha o Prof. Belluzzo novamente no texto.

Um outro porém pode surgir no horizonte: o próprio atleta disse acreditar que os árabes melhorarão a proposta. E então, que fazer?

Se a proposta for melhorada e bater ou ultrapassar 5 milhões de reais limpos para o Flamengo, a decisão, na minha opinião, deve ser uma só: vender.

Porque nesse caso teremos dinheiro de verdade na parada, suficiente para uma certa tranqüilidade no clube. E se o jogador é importante para o bom desempenho da equipe em campo, salários em dia e cabeças tranquilas são mais importantes ainda.


Finalizando, volto ao título, mas pela metade: Vender é preciso.

Triste? Claro que sim, mas verdadeiro.

* Tallinn, capital da Estônia, pequena república do norte da Europa, que fazia parte do colar báltico da URSS ao lado de suas parceiras Letônia e Lituânia. Por razões que ignoro, o time da CBF, também conhecido por seleção brasileira, vai jogar lá.

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78 Comentários para “Vender é preciso, eis a questão”

Páginas: [4] 3 2 1 »

  1. 78
    guerra:

    Emerson existe casos, como o do Tardelli, ele já disse, não quer sair agora, por várias razões, e voltou a pedir ao presidente Kalil, deixe-me ficar pelo meos até dezembro

    O cara tem uma filha que está muito bem e BH junto com a esposa que adora tudo daquí

    Ele está de lua de mel com a torcida, e tudo dando certo, pra quê mudar, certo?

    Acha que se continuar e embalar na artilharia, fazendo bons jogos poderá ser convocado novamente

    Quer ir para a copa do mundo, acha que tem chances, e que aquí está mais visto e aparecendo, está alegre, satisfeito

    assim não há dinheiro que pague

    E Nem os Netos da vida vendendo ele toda hora, ele disse quer ficar e vai ficar , será que o Neto vai continuar vendendo aja sacooooo

  2. 77
    Carlos Sousa:

    Bom dia Emerson
    Visitar seu Blog está se tornando um hábito para mim. Os assuntos são relevantes e o nível dos participantes é muito bom. Sobre “vender é preciso, eis a questão”, creio que como torcedores ainda não nos acostumamos a perceber que os clubes estão se transformando em empresas.

    Não sei se existe um estudo detalhado sobre a comercialização de jogadores de futebol. Seria interessante. Estamos falando de um mercado de compra e venda de atletas. O envolvimento dos empresários transformou esse mercado em um negócio, uma atividade econômica como qualquer outra. Os valores são cada vez mais altos e os índices de lucratividade podem ser altíssimos.

    A verdade é que as competições entre clubes estão se transformando rapidamente em competições entre empresas, onde vencerão aquelas que forem mais organizadas e tiverem mais poder econômico. Mas tudo indica que há um fator complicador, porque os empresários dos jogadores funcionam como um poder paralelo que pode se chocar com os interesses dos clubes.

    O negócio todo está ficando complexo e a falta de transparência está deixando os torcedores cada vez mais confusos e frustrados. Diante desse contexto eu penso que o governo acabará intervindo mais do que imaginamos.

    O futebol tornou-se, talvez, o maior negócio de entretenimento de massas do mundo, ao lado do cinema, provavelmente, ou talvez maior que o cinema, se somarmos todas as audiências e públicos de estádios.
    Empresários e agentes e correlatos vieram para ficar, era inevitável. Eu, pessoalmente, acredito que são benéficos, dando transparência (pasme!) e liquidez a esse mercado, principalmente liquidez.
    Esse parágrafo anterior tem uma dose um pouco alta de idealismo e boa vontade, reconheço, mas o caminho é por aí.

    POr que tanto reclamamos de empresários & cia?
    Porque, velha tecla, velho filme repetido, nossos clubes são fracos.
    Muito fracos, fraquíssimos.
    Nossos clubes recorrem às federações e às confederações por empréstimos.
    Servem a essas entidades ao invés de serem servidos por elas, como seria o normal e saudável.
    Aliás, nenhuma novidade, uma vez que o Estado brasileiro existe para ser servido pelo povo e não o contrário, como em qualquer lugar mais civilizado ou menos inculto.
    Num cenário como esse, quem tem algum poder nada de braçada.
    Empresários têm algum poder, porque têm algum dinheiro.
    Se os clubes tivessem mais dinheiro…

    Transparência… Ela inexiste por conta, justamente, dessa fraqueza dos clubes.
    Talvez (estou bonzinho hoje) porque os dirigentes sejam responsáveis por uma grande fatia dessa fraqueza. Deixar tudo escondido pode servir a interesses escusos, é claro, mas serve, acima de tudo, para esconder ou disfarçar a incompetência de gestão.
    E por aí vai.

    O futebol, hoje, é muito maior que nossos dirigentes.
    EG

  3. 76
    BSA - Salvador/BA:

    Prezado Emerson,

    Essa questão de falta de transparência nas contas ocorre em diversos clubes do mundo. Talvez só não ocorra nos times que possuem ação na bolsa. Só que com nossos clubes o negócio é feio demais. Tem diretor que chega dizendo que o custo de manutenção do Clube é X, e no outro dia afirma ser de 3X. Sobre o faturamento, nunca se sabe quanto realmente entrou. E olhe que estamos falando das contas oficiais. Mas para um país onde corrupção é algo tão corriqueiro, a falta de transparência acaba sendo algo ainda mais normal.
    Imagino o caso do Flamengo. Ganhou essa quantidade de torcedores de mão beijada. Dizem ser mais de 30 milhões, sendo que não sei quantos tem um bom poder de consumo. Tem a maior receita com quota de tv, um dos maiores patrocínios (master e esportivo), uma das melhores rendas, uma das melhores receitas com produtos licenciados, sem falar na venda de um o outro jogador. Ao mesmo tempo é dentre os considerados grandes do Brasil o de pior estrutura e o que mais deve. E dúvido muito que o custo do Flamengo seja maior que os dos demais considerados grandes. Com relação a títulos, fora a Copa do Brasil e Mercosul, há muito tempo não ganha nada importante. Hoje, times considerados medianos pela mídia, como Goiás e Atlético – PR tem uma estrutura e saúde financeira melhor do que o time carioca. Como explicar essa situação? É falta de capital? É muito difícil acreditar nas desculpas esfarrapadas.
    Já o caso do Cruzeiro, tem uma estrutura fabulosa e sempre monta time competitivo, mesmo vendendo jogador. Sua receita em 2009 deve alcançar algo em torno de R$ 100 milhões, Libertadores (14,4 milhões – TV e renda), Mineiro (5 milhões – Tv e Renda), Sócio do Futebol (previsto aprox. R$ 7 milhões em 6 meses), Venda de jogadores (32,2 milhões – parte do clube), Brasileiro (R$ 23 milhões TV), Patrocínios (somente master e esportivo – R$ 12 milhões), sem contar venda de produtos licenciados, renda até o final do ano e patrocínios pontuais, entre outros. Seu custo total anual varia de de R$ 36 milhões a R$ 42 milhões. E seus investimentos não são tão grandes, consegue montar times sempre competitivos. Só que ainda dizem que precisam vender para manter estrutura. Com esse custo declarado por Alvimar Perrela (antes de passar o bastão), é considerado um time sadio mesmo sem precisar fazer desmanche. Falta também uma maior transparência.
    Lógico que sabemos que existem grandes chances dos custos e receitas declarados sejam forjados, tendo gente trabalhando com o famoso caixa 2 (no meio político recursos não contabilizados). Também existe uma grande chance de desvio e uma chance ainda maior de falta de uma gestão adequada (incompetência mesmo).
    Com relação a saída dos jogadores, imagine um monte de gente no purgatório esperando a porta dos céus se abrir. Agora imagine o purgatório os times brasileiros e a porta do céu a janela de transferências para o futebol internacional. A culpa não é só dos dirigentes. Em quase 100% das vezes o jogador e seu empresário precionam para sair, não tendo o time como segurar, justificando com a famosa independência financeira.
    O certo disso tudo é que daqui a 20 anos você irá escrever sobre as mesmas maselas e eu irei opinar da mesma forma. Quem poderia mudar esse cenário está muito mais preocupado em saber quem vai morrer ou casar na novela, se irá ter jogo na tv, onde irá passar o carnaval, qual será o próximo feriado para ver se dá a sorte de enforcar mais um dia e em praticar cada vez mais a única Lei que funciona no Brasil (e que não está na Constituição) que é a LEI DE GÉRSON.
    Parabéns pelo texto!

    Transparência é tão complicada e desconhecida do nosso torcedor, que quando um dirigente revela o índice de inadimplência de seu programa de sócios vira motivo de chacota de adversários, ao invés de admiração.
    Mas um dia a gente chega lá…
    E o Gerson não tem culpa, pô! O pior é que o contexto era um pouco diferente.
    :o )
    EG

  4. 75
    ricardo:

    Grande Emerson!!. Eu já estou no Porto. Fiz Erasmus em Madrid um ano, aonde tive a hipótese de conhecer o nobre Lédio enquanto ele viajava por lá.
    Entretanto acabei o meu curso de Direito e depois de umas formações em Direcção Desportiva e Direito do Desporto vou começar a estagiar numa sociedade de advogados aqui do Porto em Setembro.
    .
    É um prazer ler seu blog e ficou aí a mensagem para voce dar uma passada nos meus. Um é pessoal q é o que segue aí como site e o outro sobre o F. C. Porto. O do F. C. Porto escreve com amigos.
    .
    grande abraço Emerson e continuação de um excelente trabalho no blog e muitas felicidades

    Parabéns, Ricardo e sucesso nessa carreira, para a qual eu creio que você é talhado.
    Má sorte de quem for enfrentar você num tribunal.
    :o )
    Além de advogar, você estará ligado aos esportes, principalmente o futebol.
    Muito bom.
    Abraço.
    EG

    P.s.: muita expectativa por aqui em relação ao Benfica meio abrasileirado.

  5. 74
    SIMONE B. DE CASTRO:

    E acharia ótimo se o tão honesto, paladino da justiça, jornalista JUCA KFOURI parasse de endeusar seus amiguinhos e de só achincalhar seus desafetos!
    Na maioria das vezes, lhe dou razão, mas quando ele vem com um papo de que a diretoria do Cruzeiro está fazendo um desmanche, como se só o Perrela fosse o culpado, como se ele estivesse “empurrando” os jogadores para fora da Toca, é tentar subestimar a nossa inteligência! Simplesmente, devido a isso tudo que foi colocado no post…
    Aos amiguinhos, ele pega leve, não critica, e até incentiva, como no caso do Kalil, que só voltou ao Atlético ( depois de ter agredido fisicamente até o próprio torcedor, e jurado que nunca mais pisaria lá) ,porque sua construtora está na mira da justiça, e à beira da falência!

    O que vcs acham que há por trás da convocação do tardelli? Objetivo de venda, claro!

    Todos eles tem suas mazelas, e não só os seus desafetos, JUCA! Os seus amiguinhos também!

    Sugestão: como justiceiro que vc é, faça uma campanha para a anulação do título do corintians de 2005, que todo mundo sabe como foi ganho…E também fale mal com mais veêmencia do “desmanche do seu time”!
    Tá pegando mal…

    Simone, o Juca critica os irmãos Perrella da mesma forma que criticou e critica outros muitos dirigentes, inclusive os que dirigem o time para o qual ele torce.
    De qualquer maneira, e por favor não leve a mal, eu prefiro que você faça a sua crítica diretamente a ele, em seu blog.
    Abraço.
    EG

  6. 73
    SIMONE B. DE CASTRO:

    Concordo com tudo o que você disse!
    E antes de só culpar as diretorias, temos que conhecer a vontade do jogador!!!!
    Se ele quiser ir, seja por qual fator for, clube nenhum segura!
    É como aquele namorado apaixonado, que quer continuar o namoro, mas a amada não quer mais…NÃO ADIANTA!
    Se fosse só uma questão de ter caixa, o Inter, com tanto sócio, seguraria o Nilmar, ao menos até o fim do brasileiro.
    Se o Perrela fala que tem um bom caixa disponível, ótimo para o Cruzeiro! Mas se o Ramires quis ir, e também o Wagner, assim como tantos outros, o que fazer?
    Em 2005, me lembro que o então presidente Alvimar Perrela, MAIS QUE DOBROU o salário do FRED ( confirmado pelo próprio), e adiantou????
    Então, acho bom pararmos com essa de tudo ser culpa só da diretoria, e deixar de fora empresários e os queridinhos jogadores, que até choram em suas despedidas. Lágrimas de crocodilo…

  7. 72
    Raphael GP:

    o mais engraçado é ouvir jogador de futebol de time grande no Brasil dizer que quer sair pra fazer a independência financeira..tudo bem que ele queira ganhar mais, é um direito que ele tem, mas não baseado em mentirar que já viraram clichê..

    um jogador médio de time grande deve ganhar em torno de 80 mil reais por mês..no fim do ano ele já terá 960 mil reais na conta..

    um cara “normal” bem sucedido na profissão ganha em torno de 5 mil reais (quando ganha isso)..no final do ano terá 60 mil reais..

    ou seja, um jogador médio ganha 16x mais que um trabalhador normal..isso significa que ele pode bancar 15 familiares pagando 5 mil reais por mês pra cada um e com ele recebendo 10 mil reais..

    isso pq o jogador acha que jogar 2 dias na semana é muita coisa, um absurdo..ele quer jogar só no final de semana, como qualquer peladeiro faz..

    um jogador médio de time grande, hoje começa no máximo com 18 anos a carreira profissional ganhando uns 10 mil por mês..com 23 ele já recebe uns 30 mil, com 25 uns 50 mil..com 28 uns 100 mil..recebendo isso até uns 32 anos..depois uns 80 mil por mês até encerrar com uns 36 anos..

    no total da vida profissional de 19 anos ele terá juntado por baixo R$ 12 milhões..

    um profissional normal, começando a trabalhar com 21 anos e se aposentando com 60, tendo um emprego estável de 5 mil reais por mes de salário em média (formidável pra qualquer brasileiro hoje em dia) no total de 40 anos de trabalho terá juntado por baixo
    R$ 2 milhões..

    ou seja, 6x mais..

    e nós ainda temos que ouvir todo ano a mesma ladainha do leitinho das crianças..

    repito, quer sair? sai, é um direito do jogador..mas sai sem desculpa do leitinho..

    Raphael, esta conta é um pouquinho exagerada.
    :o )
    Você esqueceu dos impostos, por exemplo.
    Sem falar que a vida útil de um jogador mediano, ganhando mais ou menos (e bem abaixo desses valores), é de poucos, pouquíssimos anos.
    E mesmo que estivesse certa, é direito sagrado, inalienável, de todo trabalhador, buscar melhor emprego, maior salário.
    EG

  8. 71
    TKing:

    Comentário deletado.
    EG

  9. 70
    ricardo:

    Amigo Emerson, linkei seu blog no meu blog pessoal,espero que não haja problema. o blog chama-se palavasaovento,mas tive que registar apenas como palavraso. Tive uns tempos parado nos textos,mas voltei nos últimos tempos.
    Não fala sobre futebol,mais idéias minhas,textos,pensamentos,música,filmes etc…E depois tenho outro com alguns amigos sobre o F. C. Porto.
    .
    segue no site o meu blog pessoal,lá vc verá o link para outros blogs,o místicaazulebranca é o tal sobre o F. C. Porto que escrevo juntamente com outros 7 colegas.
    .
    Abraço amigo e boa sorte com o blog que eu leio atentamente,

    Grande Ricardo!
    Prazer em te reencontrar pela net.
    Você ainda está em Madrid ou já voltou para casa? Agora estou em dúvida, se Portimão ou Porto, mesmo.
    Grande abraço.
    Palavras ao vento…
    Um filme que marcou minha vida, pois foi o primeiro que vi em cinemascope, tinha menos de dez anos de idade (portanto foi no começo/meados dos anos 60) foi Velas ao Vento. Filme belíssimo, basicamente um documentário mostrando uma viagem do navio-escola Sagres (se a memória não me trai), da Marinha Portuguesa. Um baita veleiro, coisa linda, e claro, paisagens indescritíveis, desde Portugal, Madeira e outros lugares que já não recordo.
    :o )
    EG

  10. 69
    Limiar:

    Boa tarde Emersom,

    O Kleberson sofreu um acidente de trabalho quando estava a serviço da CBF.

    E o prejuízo do Flamengo? Eu gostaria de saber como é que fica isso:
    O previsto é que o Kleberson fique quatro meses de molho mais, digamos, de um a dois meses para ficar “tinindo”, como agora.

    Quer dizer que o Fla
    1- vai arcar com os cinco a seis meses de salários sem cobertura da CBF?
    2- vai contratar um outro atleta e pagar salário duplo sem cobertura da CBF?
    3- vai substituir seu jogador de seleção por um bunda mole e pronto? (só um bunda mole aceitaria um contrato tampão de quatro a seis meses)
    4- vai jogar só com 10, os que não foram selecionados?

    E se o time cair de produção por faltar o Kleberson?
    E se for rebaixado pra segundona?
    Será que a CBF vai verter lágrimas e pedir desculpas por email?

    Falando sério, O Flamengo vai arcar com o prejuízo? Gostaria de saber. gostaria de quantificar.


    Pois é.
    Estou escrevendo um post a respeito e teu comentário veio justamente a calhar.
    Espero terminá-lo ainda hoje.
    EG

  11. 68
    Evandro Saraiva:

    Concordo plenamente com tudo que você, e o Andrés pensam. Acho que é agora que entra o técnico, no caso o Mano Meneses. Ele já mostrou que sabe bem como encaixar as peças que ele confia, O Cristian foi aposta dele, como o próprio André Santos. Acho que o Douglas já não tinha clima para continuar no Corinthians, e só agora a torcida consegue notar a falta desse grande nº 10. Um time que vende bons atletas entra em evidência e com uma boa base essa mudança pode ser um pouco menos sofrível, podemos citar também aqui o exemplo do São Paulo e até o próprio Internacional que sofreram desmanches mas continuam mantendo a média e estando sempre nas primeiras colocações, quando não levam o caneco. Vamos ver se realmente esse técnico entrará na lista de possíveis ténicos para a grande copa do mundo de 2014.

  12. 67
    Carine:

    Emerson, leio agora na globo.com
    que o Maxi Lopes está muito perto de deixar o Grêmio.

    Fico pensando, não seria mais vantajoso o Grêmio sofrer
    um pouco financeiramente mas segurar este jogador até
    o fim do campeonato, comprar 50% dos seus direitos
    federativos que estão fixados em 4 milhoes e depois sim vende-lo,
    ganhando bem mais que este valor?

    Na verdade isso depende, não é!
    Depende do jogador, do empresário, da proposta vinda da Alemanha,
    da necessidade, que não é pouca, do Grêmio em fazer caixa!

    Mas na sua opinião, e com o seu conhecimento, o que
    seria mais viável neste momento e porque?

    ushaushuahsuahsuahsuahsu!

    Olha o interrogatóriooo! :-)

    Você já respondeu com suas perguntas, Carine.
    Quem está no comando conhece a situação de caixa.
    TEm dinheiro, não tem dinheiro, tem crédito, a quanto…
    Conhece, também, a necessidade em termos de saídas.
    O que dá pra rolar, o que dá pra segurar e pagar no próximo ano ou na próxima gestão, o que tem que ser pago já, imediatamente.
    Tem que pesar o lado do jogador: quer sair já ou prefere esperar?
    Muitas variáveis e desconhecemos todas.

    Se ele sair será uma pena e uma perda.
    Gostei quando ele foi contratado, até escrevi a respeito.
    O Grêmio e o futebol brasileiro fizeram bem ao Maxi.
    EG

  13. 66
    Pedro Oliveira:

    Emerson,
    O grande problema no caso do Flamengo é que por causa da dívida do Gamarra e a falta de pagamento no acordo com o Atlético de Madrid, 80% de todas as transferências efetuadas pelo clube irão direto para a Espanha.
    Ou seja, os dirigentes rubronegros esperam uma proposta melhor apenas para poder saldar uma maior parte da dívida e não para conseguir 5 milhões limpos como você diz no texto.
    Triste!


    É verdade, Pedro, tinha esquecido esse problema.
    O Flamengo não pode negociar nenhum jogador com clubes de outros países, sem anuência do Atlético madrilenho. O acordo prevê que 80% de toda transferência internacional vai para o time espanhol, até quitar a dívida total, que passa um pouco de 6 milhões de reais.
    Caso os árabes chegem e parem nos 5 milhões, uma boa jogada seria negociar o débito por esse valor. Para o credor, ainda mais um negócio arrastado há quase 10 anos, seria uma boa saída.
    O time, porém, ficaria sem o jogador.
    EG

  14. 65
    Raphael GP:

    Não disse que os jogadores permaneceriam por vontade própria, mas sim por projeto do clube..

    o clube iria esperar mais pra vender, pelo menos até alcançar seus objetivos na temporada..


    O x da questão, Raphael, é que o projeto próprio do clube teria que contemplar o jogador com um bom dinheiro. Ou por meio de aumento de salário, o que é loucura, ou por meio da cessão de parte do direito econômico do próprio atleta, o que é mais viável.
    O risco, porém, é o atleta botar na cabeça que tem que aproveitar a proposta recebida. Aí, não tem jeito, o melhro é liberar.
    EG

  15. 64
    Patrick Costa:

    Parabéns pela matéria, excelente.
    Ignore a falta de educação dos outros, esses não sabem nada de futebol.

    Abraços.

  16. 63
    Jefferson gomes:

    O Emerson é uma perda irreparável para o flamengo, mas claro que a o dinheiro com a venda dele tembem é uma perda drástica! Mas creio que o flamengo o venderá por bem menos do que sua multa rescisória ( 16 milhões) .Este fato me deixa triste,primeiro por que é um jogador que se encaixou corretamente no flamengo,como diria a torcida vão vender a alma do clube! Mas são fatos que a torcida deve encarar, afinal o Ibson não foi? e tantos outros como o Renato augusto. Se for concretizado o Emerson so será mais um! Um fato que me deixa mais intrigado é será que se com o Emerson o fla disputará este titulo, afinal se não vendê-lo algum benefício vai ter que vir, se não como ja disse muitas vezes aqui ,a torcida do flamengo perderá de vez a paciência, no que eu até concordo! Títulos são essenciais para a vida de um clube, e no flamengo não é diferente disso!

  17. 62
    Leonardo Pereira:

    Texto grande, destorcido e de não tão fácil compreensao…

    Enfim…

    Cada time tem que calcular o custo X beneficio de cada transferencia. As vezes, vale mais apenas rejeitar certas propostas do que investir muito dinheiro em tentativas frustradas de trazer outros jogadores. O que falta aos times brasileiros é saber fazer do jogador seu produto,e não sua moeda de troca ou carta promissória. Manutenção de elenco gera entrosamento e faz de agragados um grupo. Ao se tornarem grupos, os times ficam mais fortes e os resultados surgem trazendo títulos.

    Pq comprar uma camisa de um time que não ganha nada?
    Pq ir ao estádio ver times medíocres jogarem?

    Jogadores que fazem a diferença tem que ser vendidos sim, mas na hora certa. E nao na primeira pechincha oferecida.

    RESUMINDO:

    NAO CORCORDO COM ESSA SUA VISÃO.

  18. 61
    Raphael GP:

    Émerson,

    queria ver o presidente do Corinthians vender esses jogadores caso não tivesse garantido vaga na Libertadores 2010.

    Um dos grandes males do nosso calendário é transformar o campeonato mais importante (o Brasileiro) como o último a ser disputado, o que acaba fazendo com que uma vaga na Libertadores acabe se tornando mais importante do que o título brasileiro..

    Eu mudaria muitas coisas no nosso calendário, mas apenas a mudança de colocação da Copa do Brasil (sendo depois do Campeonato Brasileiro), faria com que muitos jogadores permanecessem..


    Raphael, o que faz um jogador permanecer não é a disputa da CB ou do BR ou da LA ou mesmo do Mundial.
    É dinheiro.
    Não importa o que vem pela frente, o jogador permanece se for remunerado de acordo.
    EG

  19. 60
    amarildo loss:

    Creio q vender seja algo imprescindível para compor as receitas dos clubes brasileiros. O que também é necessário é uma administração com planejamento. As vendas devem servir para reforçar a equipe e sobrar recursos para as despesas do clube. É isso que o Inter vêm fazendo brilhantemente desde que revelçou Nilmar pela 1ª vez…Vende os jogadores jovens por um valor substancial (Nilmar, Daniel Carvalho, Pato, Sobis, Sidnei, Alex entre outros) e repatria jogadores quase que pelo salário (Fernandão, Tinga, Alecsandro, Edu, GUinazu….entre Outros). Com a diferença, investe forte na base para ter a certeza de que haverá sempre material humano qualificado para gerar novas receitas para o clube. Creio que o Inter foi o clube que melhor soube se adaptar a lei pelé.

  20. 59
    Igor Alves:

    Sobre o presidente do Palmeiras dizer que não vai vender ninguem se deve a duas coisas:

    1 – Já vendeu um que arrecadou uma boa grana ..Keirrison ou ele se esqueceu?

    2 – Tem uma empresa com grande condição financeira por trás, o que torna o Palmeiras um caso a parte, pois tire a traffic e veja se o palmeiras resistiria a qualquer proposta que vier para diego souza e cleiton xavier.

    Quem vendeu o Keirrisson foi a Traffic, Igor, não o Palmeiras, que recebeu apenas uma parcela do valor da transferência.
    E, de fato, a base da atitude do Belluzzo foi fornecida pela Traffic.
    EG

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