FIA, CBV e CBF, diferentes mas iguais

sáb, 16/05/09
por Emerson Gonçalves |
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O poder é fascinante.

Burocracias são fascinadas pelo poder, vivem dele, dependem dele.

Burocracias são invenções da humanidade para servir à humanidade.

Mas há muito, muito tempo, na verdade desde que surgiu na face da terra, a burocracia aprendeu a servir a si própria, antes e acima de tudo.

Pouco há de pior que os estamentos burocráticos que se assenhoram dos estados e terminam por ter o povo servindo a eles e não ao contrário.


No esporte não é diferente.

Federações arvoram-se em estados, algumas, em países ao sul do Equador, costumam ser verdadeiros feudos, domínios eternos de poderosos clãs. São servidas, não servem a seus criadores e sua razão de ser.

Há poucos dias, a poderosa CBF baixou uma norma para o Campeonato Brasileiro: punha fim ao limite de 6 jogos para que um atleta mudasse de clube. Numa só penada passou de 6 para 1. Como disse o presidente do Clube dos 13, Fabio Koff, sem falar com ninguém, sem consultar os clubes.

Ora, os clubes…

A não menos poderosa FIA, do Sr. Max Mosley, aquele mesmo que gosta de diversões sexuais grupais, sado-masoquistas,  com fantasias (?)  nazistas, decretou mudanças para a Formula 1 em 2010. Nem vem ao caso se as mudanças são boas ou ruins, pertinentes ou não pertinentes, nada disso importa. O que conta, a única coisa que importa é que jamais uma federação poderia sobrepor-se às vontades de seus membros. A Ferrari, até com nota oficial, já disse que, pura e simplesmente, retira-se da F1. A Renault disse o mesmo, assim como a Toyota. A McLaren está muda, afinal, pesa sobre ela a espada poderosa do tribunal da FIA. De repente, Herr Mosley pode ficar à frente de um portentoso mundial de fórmula um, com quatro ou cinco escuderias sem força, sem nome, sem expressão e, obviamente, sem dinheiro. Será curioso.

Diz o mais novo mito urbano que o Bradesco fechou o vôlei profissional feminino porque os locutores da Globo não enchiam o peito e soltavam sonoros “Finasas” a cada cortada de Paula Pequeno. Vamos a mais uma historinha.

Há uma briga de cachorros muito grandes no mercado financeiro, que já vem de longe longe muito longe longe mesmo. O Banco do Brasil, historicamente, é o maior banco brasileiro, assim como o Bradesco é o maior banco privado brasileiro há décadas. O cenário, todavia, mudou. Com a fusão, Itaú e Unibanco formaram o maior banco do Brasil. Também há muito tempo o Bradesco queria comprar a Nossa Caixa, o que lhe daria de volta o cetro de maior banco brasileiro. Entretanto, na hora de vender de fato, o governo paulista, sob pressão das autoridades monetárias “republicanas”, sequer abriu um processo de venda, simplesmente fechou a venda de seu único banco com o BB. Os protestos do mercado foram ignorados. Ser alijado do processo de compra foi um golpe muito forte para o planejamento do Bradesco. Ao mesmo tempo que isso se desenrolava nos bastidores, o banco, na vida real, investia uma enorme quantia no vôlei feminino de alto nível, através da Finasa.

Periodicamente, porém, a poderosa CBV pegava as meninas em seus clubes e montava uma, duas, três, dez seleções. Na vida real, o Bradesco estava gastando uma fortuna todo ano e quem mais tirava proveito da manutenção de grandes jogadoras no Brasil era ninguém menos que a CBV. Tudo isso com um terrível agravante: a CBV é patrocinada pelo Banco do Brasil. O Bradesco pagava os excelentes salários e o Banco do Brasil se fortalecia e aparecia ainda mais. A decisão de acabar com o time adulto já estava tomada há muito tempo, muito antes das recentes finais contra o Rexona e nada teve a ver com o Galvão falar ou não falar o nome da patrocinadora.


Três situações distintas, mas em todas o mesmo fundamento: a federação ser superior aos clubes ou escuderias e fazer o que lhe dá na telha, sem ouvir, sem consultar, até mesmo contrariando os interesses de seus associados.

No caso do futebol, nenhum clube brasileiro emitiu uma nota oficial como a que foi feita pela Ferrari, mesmo porque nossos clubes estão mais escuderias de fundo de quintal, que precisam dos trocados da federação para brincarem de correr com carrinhos toscos, propelidos por motores com 3 anos de idade e provavelmente de uso.

Dirigentes adoram falar grosso e dizer dos muitos milhões de torcedores, dos muitos milhões de marketing, adoram mandar e desmandar em seus pequenos domínios. Diante, porém, de um poder maior que deveria ser menor, apequenam-se, calam-se e aceitam tudo que lhes é imposto goela abaixo.

Sem tugir, nem mugir.

No caso do limite dos seis jogos, quem reclamou e conseguiu reverter o processo foi o presidente do Clube dos 13, uma entidade em que os clubes de fato têm voz e representatividade, ainda que com alguns problemas.


Federações são importantes, sem dúvida, mas sua importância não deve ser maior que a das entidades que são a razão de ser de suas existências.

No caso brasileiro o abuso de poder é manifesto e vem de longa data, desde sempre, talvez. Há poucos dias a CBF publicou seu balanço sem alarde e sem visibilidade. Deve ser uma leitura interessante, muito mais pelas ausências do que pelas presenças, conforme análise de especialista da área que foi publicada pelo diário Lance. Não é fraca a CBF, longe disso, pois em 2008 faturou 146,5 milhões de reais, maior que a receita de todos os clubes brasileiros no mesmo ano, exceto o São Paulo. Lembrando, claro, que ao contrário dos clubes a federação nacional não vende direitos de jogadores. Essa receita foi quase toda gerada por patrocínios. Nem por isso esse dinheiro reverte em benefício do futebol brasileiro, como, por exemplo, em auxílio de viagem aos clubes da terceira e quarta divisões.

Tal como a CBF, a CBV usa e abusa do direito de convocar quem quiser para suas seleções. Tal como no futebol, os clubes não são ressarcidos pelo período em que ficam sem seus atletas, cabendo aos clubes o pagamento regular dos salários. Aliás, é importante notar o crescimento espantoso no número de jogos das seleções nacionais, não somente do lado de cá do Equador, mas em todo o mundo. Jogos de seleções servem, basicamente, a uma só finalidade em sua maioria: abastecer os cofres das federações, seja a do vôlei, seja a do futebol, seja a de outro esporte qualquer. São jogos banais na maior parte, sem atrativos, gerando audiências muito mais pelo efeito inercial do que por despertar paixões.

São eles, todavia, os provedores dos caixas federativos.

Não vejo grandes chances de mudança nessa situação e no poder das federações. No futebol, mesmo na Europa a situação tem pontos de semelhança, e não foi à toa que Platini, um eficiente super-burocrata, levou a cabo a missão de destruir o G14, criando em seu lugar a inócua ECA, hoje já contando com 137 clubes associados. O vôlei está sentindo o impacto pesado das desistências de outras empresas, inclusive no masculino. Dificilmente, porém, isso irá implicar em alguma mudança de base. Na Formula 1, entretanto, não acredito que a FIA vença essa queda-de-braço. Se vencer, será derrotada pelas ausências de quem faz o campeonato fascinante.

Sou de opinião que o papel e a atuação dessas entidades deve ser revisto. Está mais do que na hora, no caso do futebol, dos clubes criarem, finalmente, uma liga de verdade, o que o Clube dos 13 deveria ser, mas não é, por motivos vários, inclusive a forte pressão contrária das federações nacional e mundial. Mesmo porque quem faz o futebol é a paixão do torcedor, e esta se manifesta pelos clubes.

Ninguém torce por uma federação.


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28 Comentários para “FIA, CBV e CBF, diferentes mas iguais”

Páginas: [2] 1 »

  1. 28
    anderson kozama:

    Acho que a questão não é a empresa divulgar a marca.
    O problema se dá na incoerencia das transmissões em olímpiadas dos narradores,pedem que os patrocinadores entrem no volei e em outros esportes ,porém a emissora (Globo)não contribui em nada para ajudar (não adianta falar que contribui transmitindo,por que é o minimo que se faça).
    Acho que tb culpar só a globo por isso é coisa de alienado,pois quem assina é a confederação o contrato de transmissão.
    O dia que a emissora citada praticar o que falam em olimpiadas ( pedir patrocinio) divulgando essas marcas,acho que teriamos o crescimento do esporte e as marcas estariam investindo,pois a Globo quando vai assinar algo ela quer ver o retorno em cima disso,e se os patrocinadores não tem um retorno claro que vão sumir.

    REDE GLOBO SE VC NÃO APOIA OS ESPORTES AMADORES E SÓ VISA IBOPE E SÓ QUER FILÉ,POR FAVOR NÃO ATRAPALHE O ESPORTE AMADOR E NO FUTEBOL PARE COM ESSE MONOPÓLIO,POIS TODOS SABEMOS QUE VCS FIZERAM PRA RENOVAR TODOS OS CONTRATOS DO FUTEBOL COMA CBF. .

  2. 27
    Rubens A. Jr.:

    Agradeço a atenção pelo esclarecimento.

    Ainda assim, julgo de pouco ou nenhum caráter a postura de excluir os patrocinadores das equipes e torneios. De fato, pode ter acabado o contrato entre a Kyocera e o Atlético-PR. Quem sabe, e empresa tivesse investido mais, se obtivesse o retorno adequado. Mas, o senhor deve lembrar-se que, mesmo durante a vigência do contrato, a Rede Globo jamais chamou o estádio pelo seu nome à época, isto é, Kyocera Arena. Assim como não chamava o clube Etti Jundiaí por seu nome, Etti Jundiaí.

    Em ambos os casos, as empresas abandonaram os clubes. Talvez vossa análise de que “empresas que investem a sério no esporte não esperam seu nome nas transmissões” não seja tão verdadeir assim. Talvez (também) por isso, o Campeonato Brasileiro não tenha um patrocinador, nos moldes da taça SANTANDER libertadores, ou do campeonato Italiano ou Inglês.

    Não é estranho, portanto, que clubes como o São Paulo tenham chegado ao ponto de colocar o anúncio preso ao microfone na sala de imprensa, afim de que se faça obrigatório, para qualquer enquadramento, a exposição da marca. Fica impossível filmar o entrevistado sem a exposição da marca. É o único jeito de lidar com a falta de respeito dos meios de comunicação.

    Quanto a política da Rede Globo que você menciona, gostaria que explixasse mais à respeito, pois, embora tenha observado algumas posturas, sinceramente não sei qual política é exatamente, essa, tampouco seus objetivos ou meios.

    Abraços,
    Rubens

    Rubens, a Globo se comporta dessa mesma forma há algumas décadas. Desde o final dos 70 ou início dos 80. É uma regra, portanto, estabelecida solidamente e de todos conhecida. Sua existência jamais impediu que empresas patrocinassem clubes, pelo contrário, até.
    Quando você tem regras, elas são claras e bem conhecidas e, mais importante, são cumpridas ao pé da letra, fica estranho dizer como fizeram alguns (o reitor da Unisul e alguns jornalistas, por exemplo) que essa regra provocou o afastamento desta ou daquela empresa.
    Uma das maiores receitas da emissora, e que é cercada de cuidados obsessivos, é o merchandising. Dizer os nomes de empresas como se fossem clubes caracterizar-se-ia como merchandising e comprometeria a receita da emissora junto aos clientes desse produto.
    EG

  3. 26
    Rubens A. Jr.:

    Minha mensagem foi excluída? Mas nem patrocínio tinha!

    Bom, pelas que já fiz considerações a respeito de como esta empresa trata os patrocinadores das equipes, não é de se estranhar, de fato.

    Se vocês não se importam em censurar a Etti, o Santander, o Bradesco, a Kyocera, e outros mais, por que iriam pensar duas vezes antes de censurar o Rubens?

    Bom, sucesso para vocês no controle da mídia. Um dia, quem sabe, todos só irão ver, ler e oubir o que a globo quiser.

    Rubens, teu comentário não foi excluído. Simplesmente, na hora que você postou-o, eu já dormia e acabei de liberá-lo.
    Quanto à menção de patrocinadores eu já falei a respeito várias vezes. A Globo tem uma política a respeito que já tem décadas, não é surpresa para ninguém. Nenhuma empresa que investe a sério no esporte o faz esperando ver seu nome falado nas transmissões.
    Mesmo as recentes saídas de empresas do vôlei pouco ou nada tem a ver com isso.
    Quanto à Kyocera, seu contrato com o CAP terminou faz tempo, já.
    EG

  4. 25
    Rubens A. Jr.:

    Muito boas observaçõrs.

    Mas eu venho observando faz tempo, que realmente os comentaristas da Globo não citam os nomes dos patrocinadores das equipes esportivas. Ainda outro dia, assistindo a FOX Sports, vi o locutar chamar a competição de Taça SANTANDER Libertadores, que é o nome do torneio. O SPORTV também respeita o patrocinador, mas a globo, chama simplesmente de Taça Libertadores. E pronto!

    E a Kyocera Arena? Um grande investimento da companhia de eletronicos para tentar abrir mercado no Brasil absolutamente em vão, a julgar que a Globo insiste em chamar o estádio de Arena da Baixada. O Arsenal, que é milionário, não se incomoda em jogar no Emirates Stadium, mas o Atlético-PR, que como todos os clubes brasileiros, é pobre (por conta das sucessivas péssimas administrações, e não por culpa da globo, como todos os clubes brasileiros). Ainda me lembro quando o Paulista, da cidade de Jundiaí, São Paulo chamava-se Etti Jundiaí, em virtude da empresa que era dona do time, e o trouxe a elite do futebol daquele estado, bem como estrturou-o para uma relativa importância no cenário esportivo nacional, a Globo chamava a equipe simplesmente de “Jundiaí”, desrespeitando o clube, bem como seus financiadores. Chegava ao absurdo de, quando era preciso mostrar uma vinheta com o distintivo do clube (como no show do intervalo, etc.), jogar um efeito de luz refletindo no distintivo do Etti Jundiaí que cobria justamente a palvara ETTI do escudo.

    Recentemente, surgiram acusações de que a Globo estava usando um close pouco usual nas entrevsitas do Ronaldo Fenômeno, para evitar televiosnar a imagem de alguns patrocinadores na camisa do atleta. Não sei dizer se foi acidental, ou, se for proposital, se foi com intuíto de esconder os patrocinadores ou mesmo de ter uma imagem melhor do atleta. Mas sei que as recorrentes coincidências depões contra a Globo, de modo a atestar o desrespeito desta emissora para com os patrocinadores das equipes, fato que apenas afasta as empresas sérias de nosso futebol, e, junto com todos os outros culpados (más administrações de clubes, estádios e federações) ajudam a afundar cada vez mais o futebol brasileiro.

    Enquanto lá fora os clubes arrumam cada vez mais novas receitas, os nossos clubes estão condenados a depender para sempre da venda de nossas revelações e, claro, dos direitos de transmissão – que são extremamente baixos, comparados aos do mercado europeu.

    E, com atitudes desrespeitosas aos patrocinadores como as acima citadas, a Rede Globo colabora a afundar ainda mais o já combalido futebol brasileiro, tonrando-se, todavia, a única mão que alimenta os clubes. É uma relação criminosa de ambas as partes (Globo – clubes – federações), onde todos prejudicam-se mutuamente.

    E eu, cada vez mais, prefiro assistir aos campeonatos europeus, onde os estádios são melhores, os atletas são muito melhores, a organização é melhor, e o estádio tem “naming rights”.

  5. 24
    Pedro Goulart:

    Analise Impecável! Abs e sucesso.

  6. 23
    Thierry:

    Só falta a equipe que ganhar a Formula 3 ser considerada campeã mundial de F1 como o que aconteceu com o Sport no Brasileiro de 1987…

  7. 22
    Fernando:

    Gosto muito do seu blog, porém essa parte do post sobre um tal “mito” urbano do fechamento do volei da Finas e da Unisul, pega mal…

    Você que defende o profisisonalismo, defende o marketing, defende um blog excelente mostrando como são investido o dinheiro no esporte, não deveria escrever esse tipo de coisa…. Tudo bem que escrever contra o patrão não deve ser nada bom, então não aborda o assunto…

    É muito claro o que a globo faz com os patrocinadores dos clubes… some com eles nas fotos de jornais, faz a gente ver narinas e dentes de entrevistados às vezes sem cabeça, e não falam os nomes dos times e estádios….

    Um clube aqui pra construir um estadio novo, vai penar… nenhuma empresa é maluca de botar dinherio no nome do estádio sabendo que nunca terá seu nome falado…

    Emirates Stadium? Philips Arena? Jamais veremos por aqui…

    O Atlético/PR não consegue que a Kyocera Arena seja pronunciado… é sempre Arena da Baixada….

    E tome RBR em vez de Red Bull na fórmula 1, como se Ferrari e Renault não fossem marcas…

    O dia que os clubes começarem a ganhar dinheiro com seus nomes (transformá-los em marca) o que veremos por aí na telinha????

    Flamengo vai virar, “time do bairro do aterro”..
    Fluminense vai virar, “time do bairro das laranjeiras”

    FlaxFlu vai virar o que? Laranjeiras x Aterro?????????

    Eu sei que estou exagerando nesse final, Mas é lamentável de ver como a Globo mata o seu próprio proputo… e depois reclama via programas de opinião que o empresário braisleiro não apóia o esporte, que nos outros países os atletas tem patrocínios o tempo inteiro e não somente nos anos de olimpíadas, que sem a preparação do atleta nos 4 anos não se forma um campeão olímpico, etc. mas na hora de entrevistar o atleta que é patrocinado eles cortam todas as marcas e não falam os nomes dos patrocinadores….

  8. 21
    Renan Cavalcante:

    Não discordo do seu corporativismo, como ja havia dito.
    Agora quanto as marcas, não creio que o patrocinio seja o prinicpal fator de marketing, este deve ser aliado a qualidade, respondabilidade com o cliente, etc.
    Porém não há de negar que atitudes como a dos patrocinadores do vôlei, que investem um boa quantia em nossos clubes, deveriam ser recompensadas, com pelo menos, o nome oficial de seus times.
    Até porque como você frisou “uma boa imagem institucional é fundamental para toda empresa” e é esta boa imagem pode ser conseguida também através do apoio a outras modalidades além do futebol.
    Só um ponto, para que uma pior campanha que a do marketing na camisa do Corinthians? Com tantos patrocinios a camisa fica mais poluida, e consequentemente, fica menos atrativa aos olhos e ao gosto do torcedor.
    Enfim, minhas meras opiniões e em nenhum momento duvidei de sua capacidade e análise, reintero que este blog é o mais atrativo e interessante deste portal, não que os outros não sejam bons, mas os assuntos discutidos aqui vão além das quatro linhas.

    Não esquenta, Renan, gostei de teu comentário, que serviu para eu explicar que tenho mesmo um lado “empresa” forte.
    :o )
    E justamente esse lado “empresa” me diz que o pessoal, como o ex-reitor da Unisul, anda fazendo tempestade em copo-d’água com as citações ou não dos nomes das empresas.
    Para pensar um pouco: o contrato de direitos de tv do futebol é um dos melhores do mundo. Nossos clubes, comparando-se as economias europeias e a nossa, recebiam valores excelentes antes da crise e da consequente desvalorização do real. Ora, esse dinheiro é injetado nos clubes pelos anunciantes. Esse negócio, de repente, pode ganhar contornos que não farão bem a ninguém, como, por exemplo, a XPTO Ltda. comprar o clube YzW da vida, mudar seu nome para XPTO e passar a disputar o Brasileiro.
    Um exemplo extremo, bem sei, mas possível.
    Fui responsável pela comunicação mercadológica e institucional de uma multinacional durante 6 anos e digo para você com tranquilidade: um patrocinador não precisa ter seu nome esgoelado por locutores para fazer bonito. Para isso, basta o patrocínio.
    Esse pessoal deveria centrar a discussão nos enquadramentos de tv nas entrevistas. Seria muito mais proveitoso e nós, espectadores, ficaríamos livres das vistas odontológicas e outras.
    :o )
    EG

  9. 20
    Raphael GP:

    Émerson,

    Aqui no Rio de Janeiro, nos comerciais do jornal “O Globo” ou do jornal “Extra” (ambos das organizações Globo) quando aparecem as manchetes esportivas já estão tampando o patrocinio das camisas dos clubes com uma tarja preta..

    aparece a foto do jogo com uma tarja em cima do patrocinador..

    patético..

    sabe o que vai acabar acontecendo? Os clubes vão se unir, fechar um canal de transmissão por tv a cabo e negociar sozinho os acordos comerciais. E quem perderá dinheiro será a Globo que ve as audiencias de suas novelas cairem cada vez mais.

  10. 19
    Renan:

    FAtos:
    1 – Concordo com algumas opiniões abaixo, Isso de Osasco, Rio de Janeiro, em detrimento dos verdadeiros nomes dos clubes , Patrocinador/Cidade, creio que seja um grande fator inibidor de patrocínios. Pergunte a alguém que não acompanha de perto o vôlei, o basquete, o futsal e ele reproduzirá o que dizem os locutores, e não o oficial.
    2 – Não creio que as equipes que ameaçaram boicotar o mundial de 2010 vão realemente deixar a competição. A causa pelas quais elas estão brigando é, ao meu ponto de vista, injusto. Contudo, como você ressaltou, é válida a iniciativa do ponto de vista de imposição, como foi feito pela FIA;
    3 – ão torcerei pela “seleção brasileira”, nem pagarei R$ 150,00 em um ingresso enquanto a atual gestão da CBF for mantida. Sei que não represento nada frente ao imenso universo contrario a mim. Porém é uma forma de repúdio à uma seleção que representa (por determinação da FIFA) uma confederação, e não um país. Há muito perdi o prazer em torcer pelo CBFFC, e por seus jogadores garotos propaganda. Não que goste disso. Meu sonho? Ver uma seleção boa, com raça, amor a camisa (com uma bandeira do Brasil no lugar do da confederação), e principalmente, formada por jogadores atuantes em nosso país, como forma de estímulo aos heróis como Marcos e Rogério que prezam o amor frente ao dinheiro.
    4 – Os locutores deveriam dizer os nomes corretos, não só no vôlei, mas no Futebol por exemplo. Assim não diriam mais Brasil, e sim Confederação Brasileira de Futebol.
    5 – Não lhe culpo, até porque você trabalha para a mesma organização. Mas as vezes o sinto um pouco corporativo demais em seus posts.
    P.S. Meu blog preferido neste portal.
    Abraços.

    Renan, de fato eu tenho mesmo mentalidade corporativa, não nego e não pretendo esconder, pelo contrário. Não sou funcionário da Globo, portanto esse “corporativo” é mais amplo, no sentido de que sou um profissional de marketing que escreve sobre futebol.
    Minha formação e experiência se deram em um ambiente de negócios,em agências de propaganda, de eventos, em publicações e como anunciante, numa empresa multinacional.
    Patrocinar um clube em qualquer modalidade não deve ser um fim em si, mas sim um dos meios para uma empresa ser conhecida e ter uma boa imagem junto ao seu público e a outros, que não são, necessariamente, seus consumidores.
    Hoje, uma boa imagem institucional é fundamental para toda empresa, e essa imagem é conseguida por outros meios que não a propaganda pura e simples de produtos. Um bom patrocínio esportivo é ferramenta importante para a construção dessa imagem, independentemente de uma emissora falar ou não o nome da empresa.
    EG

  11. 18
    Jairo de Paula:

    Emerson sou fâ do seu blog desde do “antigo” OCE.

    Gostaria de comentar o fato da Globo e SporTV nas entrevistas mostrarem apenas o rosto dos atletas e técnicos e não mostrar os patrocinadores. As vezes beira o ridículo com cravos, melecas e pelos de nariz saindo das TV´s de alta definição.

    Dê um olhada, quando é algo da FIFA ou da CBF o cartaz (Não sei se tem um nome específico, ajuda?) que fica atráz do entrevistado é sempre mostrado.

    Será porque é a CBF e a FIFA que negociam o direito de transmissão dos campeonatos?

    Outra coisa a Band transmite seu jogos com um torcida pro Corinthians que beira a estupidez, quem não torce pro Corinthians não consegue assistir.

    Um abraço e parabéns pelo Blog.

    Saudações rubro-negras.

    Hehehehehe…
    Esses closes nos rostos são bem ruins, mesmo.
    Por outro lado, podem ser muito úteis odontologicamente falando.
    :o (
    Em 2007 e depois em 2008, clubes e emissora conversaram a respeito desse enquadramento e no fim, infelizmente, nada mudou.
    A Band parece-me optar por uma linha de transmissão mais, digamos, engajada. Não gosto.
    Quanto aos backdrops de torneios, nem sempre a imagem é gerada pela Globo, o que explica imagens em plano aberto.
    EG

  12. 17
    Jean Macário:

    EG! Bom dia.
    Você nunca foi tão sensato em seus comentários como neste último post. Estou vislumbrado com tanta imparcialidade, pois, defendo a livre concorrência, afinal, sou adepto do ditado “Quem trabalha direito se estabelece”:

    1. A dependência dos clubes perante as suas federações deveria ser inversa, concordo com qualquer clube que bata de frente com qualquer entidade oportunista.

    2. A Rede Globo é o que é porque trabalhou muito para conseguir este status e agora esta sendo seguida de perto pela Record, que apesar de não ter a mesma competência, tem o dinheiro e esta comprando os direitos de transmissão de todos os eventos esportivos importantes como as “Olimpíadas 2012”. O que não podemos ficar a mercê como torcedores, são das federações que vendem estes direitos, nem sempre para quem paga mais e sim para quem tem rabo preso, ou, para quem esta comprometido financeiramente por retiradas astronômicas de nossos clubes que estão financeiramente quebrados, com exceção de poucos, como por exemplo, o São Paulo.

    Parabéns pelo seu comentário e vamos torcer para quem sabe um dia tudo isso mude!

  13. 16
    carlos eduardo:

    caro emerson…sou totalmente contrário a postura da rede globo…um exemplo: jogo de basquete flamengo x ?..desculpe não lembrei o time…o flamengo está numa pindura do c…e graças a deus conseguiu o patrocínio da empresa cia do terno….ao final da partida os jogadores marcelinho e duda foram dar entrevistas e o pessoal de marketing do flamengo ( eu acho )…deu aos dois jogadores bonés com a marca cia do treno a qual ajuda financeiramente o time…simplesmente o câmera cortou a imgem mostrando apenas o rosto do jogador, ou seja, não teve o retorno que a empresa esperava…enviei um e-mail para o flamengo e para a cia do terno informando tal situação…agora imagine se a empresa citada resolve retirar o apoio financeiro do time de basquete do flamengo que é junto com o universo -brasília praticamente os jogadores da seleção brasileira de basquete ?


    Com certeza existem empresas que não patrocinam por conta disso, mas quem patrocina não tira patrocínio por causa desses enquadramentos.
    E como já disse muitas vezes, não gosto dessa política específica.
    Por outro lado, um backdrop bem feito elimina boa parte desses problemas.
    EG

  14. 15
    Joilson Duarte:

    Não é comportamento de avestruz?
    E quando ele se machucar de novo? A gente vai pichar o clube?
    Ele devia ser um atleta………………

  15. 14
    Joilson Duarte:

    1) Concordo que o clube dos 13 representa bem os clubes. E por que, como as federações, o clube dos 13 não cria “vida própria”? Em outras palavras, parece que o fato de ser “oficial” acaba por estragar as instituições…

    2) Gostaria de ter sua opinião a respeito do peso do Ronaldo. Veja só…De acordo com o próprio Ronaldo, ele está com 93kg. Por outro lado, no Futpedia, é dito que ele tem 1,83m. Ora, isso indica que o Índice de Massa Corporal (IMC) do Ronaldo é de 27,8!!!!!! (o IMC é uma medida do grau de obesidade de uma pessoa). Quem tem IMC entre 25,0 e 29,9, está acima do peso normal (sobrepeso). Como é possível isto em um jogador profissional? Como é que alguém que tem joelhos fracos vai praticar futebol profissional, tendo sobrepeso? É claro que o Ronaldo pode ter “ossos pesados”, o que modificaria um pouco o calculo do IMC dele, mas ele está/continua GORDO….Ou não?

    Nota:

    O IMC é calculado dividindo-se o peso pelo quadrado da altura

    Tabela
    Abaixo de 18,5: Abaixo do peso ideal
    Entre 18,5 e 24,9: Peso normal
    Entre 25,0 e 29,9: Acima do peso normal (sobrepeso)
    Entre 30,0 e 34,9: Obesidade grau I
    Entre 35,0 e 39,9: Obesidade grau II
    40,0 e acima: Obesidade grau III

    Hummmmmmmmmm…
    Não vou entrar nessa polêmica sobre peso, mas lembre-se que massa muscular é bem pesada.
    No mais, se o clube diz que o cara tá bem e se o cara tá jogando bem, que seja.
    :o )
    EG

  16. 13
    Augusto:

    Emerson,

    Seu texto é fundamental para relembrar o grande conjunto de feudos que é o esporte brasileiro. Depende da vontade dos reis, que bradam poder e soberania, mas esses não significam nada, são poderes podres, valem tanto quanto ações de uma empresa falida.

    Não quero nem posicionar muito a minha opinião porque achei que você usou dados reais para justificar a sua – com a qual eu concordo -, e que me incomoda demais ver, no Brasil, uma das maiores economias do mundo, um país que tem uma mídia forte e com grande alcance, um país que tem liberdade de expressão assegurada e livre acesso a internet e a canais de TV do mundo inteiro (para quem tem dinheiro para pagar), enfim, um país aonde as informações chegam e circulam…

    Mas, esse país não se manifesta ao ver a farra do poder! No Judiciário, os magistrados, usando togas, dão aquele vexame, um mandando a outra “Vsa. Excelência se calar! por favor…”. No Legislativo, o outro fala que está se lixando para a opinião pública. por “opinião pública” entende-se o povo. Por “povo”, entende-se, eleitores. Por “eleitores”, entende-se seus patrões. Ora, que curioso, o funcionário manda os patrões se lixarem e os patrões nem têm como demití-lo?! Pra nem falar do escândalo do “mas eu não sabia que a verba para as minhas pasagens A TRABALHO não podia ser usada para dar uma viagem à minha esposa a Paris… Fui pego de surpresa: ninguém nunca me avisou!”.

    O seu texto, por fim, fala basicamente sobre como o brasileiro é tratado como idiota. E como não se incomoda com isso. Há anos! Desde que viu seus filhos morrerem com armas na mão, lutando contra um governo autoritário, o brasileiro recuperou mas esqueceu o que são duas palavras de imensa força e importância: direito e dever. E ainda reclama que é obrigado a votar… Quando deveria querer ter o direito de votar todo ano para “reaprovar” aquele prefeito que elegeu, demitir aquele deputado que o envergonhou…

    Isso é Brasil.

  17. 12
    Helio Goncalves:

    Caro Emerson:
    Bom dia e bom domingo.

    Realmente, a tirania das federações é odiosa, como todas as tiranias.
    Creio que o desinteresse cada vez maior pela seleção passa pelo excesso de jogos e conseqüente vulgarização do time.
    Estamos assistindo agora o nascimento de outro poder paralelo: Os tribunais de justiça esportiva.
    Sou tricolor, e fiquei surpreso e indignado com o indiciamento do Fred por uma suposto tapa em um jogador do Goiás. O mesmo para o Dentinho. Para minha maior surpresa, Fred foi absolvido e Dentinho condenado. Qual o critério dos julgadores? Para que lançar suspeitas sobre o jogo da próxima quarta-feira? Mesmo sendo tricolor, teoricamente beneficiado, dessa vez esse tipo de coisa só faz mal ao esporte.
    Um abraço,

    Primeiro: não há razão para existência de tribunais, recursos, liminares, o escambau. Isso é absurdo, no meu modo de ver as coisas. Basta uma Comissão de Penas que se reúne no dia seguinte à rodada e penaliza quando for o caso.

    Segundo: a autoridade do árbitro tem que ser valorizada. Imagens de tv não devem sobrepor-se ao julgamento do árbitro, exceto em casos claros de agressão não avistados pelo juiz. Um caso clássico é o murro do Felipe num jogador adversário pela Copa do Brasil de 2006, se a memória não me trai. Se o árbitro viu, respeite-se a sua opinião, pois o olhar eletrônico, ainda mais editado e captado com recursos como zoom, por exemplo, distorce a realidade.

    É o que eu penso. Não esquecendo, claro, nossa tradição bacharelesca.
    EG

  18. 11
    Marcos Paulo:

    O Clube dos 13 organizou um Brasileirão em 1987 e até hoje o campeão e o vice não foram reconhecidos pela CBF! O que você esperava?

    O Clube dos 13, ao contrário do que são hoje e há muito as federações, é representante mais que legítimo dos clubes associados. Quando você lê “Clube dos 13 decide”, esteja certo que a real leitura é “Clubes decidem”.
    Quanto a 87, o mínimo que se pode dizer é que não é correto atribuir o imbroglio dos dois títulos ao Clube dos 13.
    EG

  19. 10
    leonardo:

    “Ninguém torce por uma federação.”

    Mas tem federação que torce pra time!!!
    Incrivel o que o juiz(ou ladrão?) WILSON SENEME fez contra o Gremio. E incrivel o que o mesmo Gremio foi roubado campeonato passado!!

    Seria coincidencia? Ou a arbitragem é uma grande máfia que favorece certos times?


    Todos os times são ajudados e prejudicados pela arbitragem, inclusive o time para o qual cada um torce, por incrível que pareça.
    EG

  20. 9
    GIGI:

    Emerson, desculpa invadir o blog para outro assunto, mas escrevi um email para você e fiquei sem saber se você recebeu.
    :o (
    Abraço

    Oi Gigi, não só recebi como fui mais de uma vez.
    :o )
    EG

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