Fundos de salvação para os clubes

qua, 22/04/09
por Emerson Gonçalves |
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O excelente Futebol Finance trouxe como destaque uma matéria interessante: “Fundos Financeiros, a salvação dos adeptos”, que, resumidamente, fala das intenções e ações de torcedores insatisfeitos com a direção de seus clubes ou com a situação calamitosa de suas finanças.

O que fazem, então, esses torcedores insatisfeitos ou preocupados?


Associam-se e criam um fundo financeiro. A matéria cita dois exemplos, um criado pelos torcedores do Liverpool – Share Liverpool FC – e outro pelos torcedores, imaginem só, do Manchester United, o Manchester United Supporters Trust.


No caso do MU a insatisfação não tem foco nas finanças do clube, apesar de sua dívida monstruosa, e sim na vontade de ter o controle do mais poderoso clube de futebol do mundo nas próprias mãos e não em mãos americanas, já que o clube foi comprado pela família Grazer. Segundo o FF, o Supporters Trust conta com 30.000 membros.


O caso do Liverpool


Este é muito mais interessante em termos imediatos, além do que tem muito a ver com aspectos da nossa realidade. Desde que foi comprado por dois milionários americanos, discute-se a viabilidade financeira do time da terra dos Beatles. O falatório ganhou força ainda maior de um ano para cá.

Preocupados com a sobrevivência mesma do clube do coração, um grupo de torcedores criou o Share Liverpool FC. A ideia é arrecadar dinheiro suficiente para comprar o controle acionário do clube ou aproveitar alguma oportunidade e comprar uma participação que dê aos membros do fundo participação nas decisões e assentos na direção.

Ao associar-se, cada torcedor paga 500 libras e compromete-se, formalmente, a depositar outras 4.500 libras tão logo sejam solicitadas. Ou seja, cada membro do fundo responde por 5.000 libras, teoricamente líquidas e de disponibilidade imediata. De acordo com o FF, o Share Liverpool já conta com 50.000 associados, o que, em tese, dá-lhe o respeitabilíssimo capital de 250 milhões de libras.


Essa quantia corresponde a uma ação do fundo.

Cada pessoa só pode ter uma ação.

Cada ação corresponde a um voto.

Um torcedor, uma ação, um voto.


O mecanismo de representação é plenamente democrático, como não poderia deixar de ser. Todo torcedor dono de uma ação é elegível e grupos de torcedores elegem representantes  e estes, por sua vez, escolhem um comitê diretivo – uma estrutura muito parecida com a própria democracia inglesa.

O fundo admite que uma ação seja comprada por, digamos, dez torcedores, já que 5.000 libras não é o que se pode chamar de “dinheiro de pinga”, mesmo na Inglaterra. Nesse caso, há mecanismos para identificação e segurança dos participantes, e de qualquer forma o voto continua sendo unitário – uma ação, um voto.

Apesar dessa dinheirama, ainda não surgiu oportunidade para os administradores do fundo entrarem no Liverpool, mas eles não estão parados, muito pelo contrário. Em outubro, o Share Liverpool divulgou estudos apontando que as finanças do clube caminham para uma situação dramática em julho próximo, quando terá queimado seu capital e reservas no pagamento de despesas e dívidas bancárias. Além disso, o fundo projeta perdas entre 30 e 70 milhões de libras para os próximos 5 anos, a contar desse mês de julho.

Em novembro, a direção do Share Liverpool publicou uma carta aberta, pela qual convidou George Gilette e Tom Hicks para sentar e discutir a aquisição do Liverpool FC.

Segundo Barrie Baxter, um dos administradores do fundo, eles estão prontos para comprar e administrar o Liverpool, mas também estão abertos a considerar uma parceria com algum investidor que tenha, segundo ele, a “atitude correta” em relação ao clube e seus torcedores.

Em tempo: os estatutos do Share Liverpool são claros e extremamente rígidos num ponto: uma pessoa, uma ação, um voto.


Fico pensando aqui com meus botões: fundos como esse seriam exeqüíveis nessa terra tropical, abençoada por Deus e bonita por natureza?


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50 Comentários para “Fundos de salvação para os clubes”

Páginas: [3] 2 1 »

  1. 50
    Charles Vaz:

    Emerson,

    Com o advento da Timemania os clubes assinaram acordos com o governo se responsabilizando fiscal e financeiramente.
    Caso o pagamento da dívida arrolada nesse acordo se torne impagável e isso venha a ocasionar por decreto a falência de algum desses clubes, não estariam os Fundos de Investimentos desses clubes correndo risco de terem responsabilização solidária ou algum outro tipo de responsabilidade com a massa falida?


    Taí uma coisa em que não acredito, Charles.
    O pessoal, com toda certeza, dá a esses fundos uma identidade jurídica diferente e não solidária.
    EG

  2. 49
    alex:

    Já havia pensado nisso, até falei com o vice de da fla-olimpico.
    Eu acreidto q vc so fiscaliza seriamente uma coisa, no caso flamengo, se vc tiver seu dinheiro la dentro pra perder.
    A torcida, entre eles, já tentaram formar associaçõese até msm já falaram em doar dinheiro pessoalmente ao clube, mas tudo isso não resolveria pq resultaria na msm forma q é administrada hj em dia.
    com um fundo, há uma fiscalização séria por parte CVM e o mal uso do dinheiro pode dar até cadeia por parte de quem administra, bem diferente do q acontece num clube.
    como dificilmente poderia comprar o fla, poderia se fazer como foi feito com a ISL, mas com dirigentes do clube e do fundo trabalhando como um conselho gestor, deixando a parte executiva com um executivo de nome contratado para dar lucro, tanto para o clube para pagar suas dividas, como para os cotistas do fundo.

  3. 48
    Caio:

    Com certeza aqui teria uma avalanche de cartolas usando laranjas para manipular o fundo.

    A idéia é boa sim, mais não seria necessario que os clubes de futebol se tornassem empresas S/A para poder emitir papéis acionarios?

    Existe a lei q obriga clubes a se tornarem empresas, mais qual tipo de empresas?

    Mais a idéia é boa sim.

  4. 47
    Penna:

    Caro Emerson

    Eu já havia ouvido falar por alto do Share Liverpool e em princípio achei a idéia um tanto inviável, agora mais bem informado pelo seu post a alguns comentários começo a achar a ação muito mais interessante. Eu tenho a impressão que uma iniciatiava como esta para um clube como o Flamengo, por exemplo, se fosse encabeçada por gente séria, teria potencial de gerar um montante de recursos de causar inveja ao Share Liverpool. Sei de muitos flamenguista, que como eu comprariam a idéia, reforço, caso fosse séri, democrática e transparente. O único problema, e neste caso é um problema e tanto é que jamais este “Fundo” poderia comprar o clube, uma vez que não existe legislação vigente no Brasil sobre o tema e o pior, o Flamengo não possui um dono. Todas as decisões passam pelo famigerado conselho deliberativo e seus anciões JAMAIS dariam o controle pleno do clube a um “Fundo administrado por torcedores “comuns” o que umacontradição uma vez que de fato o clube é administrado por torcedores, a diferença é que este se veem como “notáveis”… (como isso é triste). Penso que talvez um fundo como esse tivesse capacidade de pelo menos investir no clube, adquirindo jogadores, construindo e administrando um estádio, mas enquanto as decisões estiverem nas mõas do Conselho Deliberativo seria muito difícil a idéia vingar. O que é uma pena, imagine você o potencial para ações de marketing que um fundo de torcedores como esse teria, que empresa não gostaria de ter seu nome ligado ao Flamengo caso soubesse que existem milhões de reias prestes a serem injetados por um “Fundo” criado por torcedores? Infelizmente não vejo isso acontecendo num futuro próximo.
    Talvez se o “Fundo” tivesse dinheiro para quitar as divídas do clube e conseguisse apoio da opinião pública isso geraria pressão política suficiente para que mudanças fossem feitas… quem sabe? Sonhar não custa nada!!

    Parabéns pelo blog, um dos meus fovoritos!!
    Abraço
    Penna

    Pois é Penna, como passar novas idéias por velhos conselhos e pelos velhos donos do poder? E muitos desses velhos donos do poder são bem jovens… na idade.
    Sem falar do Flamengo especificamente, mas de todo grande clube brasileiro: há necessidade de se criar canais institucionais, sérios, para que os torcedores de fato possam participar da vida do clube.
    Não encaro “donos” de organizadas como representantes da torcida de clube nenhum.
    Não são.
    Hoje, são muitos os dirigentes de clubes que tem em suas biografias passagem por “organizadas”, e nem por isso são melhores que os tradicionais “notáveis”.
    O futebol cresceu, envolve sonhos e ações de muitos milhões de pessoas, e continua sendo administrado como nos idos de 1950.
    Torcedores, como esses movimentos de apoio, procuram apoiar, ajudar seus clubes, sem ter a mínima contrapartida na decisão dos destinos dos mesmos. Uma prova de amor, por um lado, e uma prova da manutenção de um poder velho e ultrapassado do outro.
    Até quando?
    EG

  5. 46
    André Flasconcellos:

    Infelizmente aqui na terra do samba tem uma coisa que não se vê muito lá na terra da rainha. A necessidade que o brasileiro tem de sempre levar vantagem em tudo. Esse quesito, na minha opinião, não deixaria que essa ideia vingasse.
    Mas seria extremamente interessante isso. Entretanto, creio que os administradores que se dispusessem a ficar à frente da empreitada não poderiam fazer como os diretores atuais fazem. Senão vira um ciclo vicioso.
    Um abraço.

  6. 45
    Maurício Pena:

    É ISSO AÍ MEU CARO Eduardo M | qui, 23/04/09 | 16:33

    Parece que a partir do meio desse ano e PRINCIPALMENTE no ano que vem, BONS VENTOS SOPRARÃO na GÁVEA.

    O GRANDE LANCE de tudo isso, é que o Flamengo não vai mais depender das MALFADADAS CND’s o que já gera uma certa SEGURANÇA.

    A se concretizar tudo isso, acredito que o Flamengo não pecisará mais contar com ADIANTAMENTOS de cotas de TV.

    Agora é a NAÇÃO FICAR ATENTA MONITORANDO os passos dos dirigentes e cobrar, cobrar e cobrar sempre, uma administração TRANSPARENTE !!!!

    E SALVE A CIA. DO TERNO que está patrocinando o BASQUETE !!!! hehehehe

  7. 44
    Eduardo M:

    Está praticamente fechado o contrato do Flamengo com o grupo Cosan por R$ 17 milhões pelo patrocinio master. As mangas , cuja as negociações estão evoluidas mas não fechadas , o martelo está sendo batido em R$ 3 milhões. É bom lembrar que em julho entra em vigor o milionário contrato com a Olimpikus , de R$ 21 milhões no primeiro ano ( R$ 14 milhões em dinheiro ) e R$ 32 milhões no segundo e também no terceiro ano ( R$ 22 milhões em dinheiro por ano ).

    Além disso , as cotas de TV subiram bastante para 2009. Em 2008 , o clube recebia R$ 27 milhões pelo carioca e brasileirão , e passará a receber R$ 45 milhões já em 2009 , dos quais R$ 30 milhões já foram adiantados ( o engraçado é que o Corinthians tem percentuais de adiantamento superiores e nada se fala !!!)

    Além disso , a Warner Bros. negocia a esploração da marca Flamengo , propondo um contrato de R$ 25 milhões por 5 anos de parceria , dando R$ 5 milhões / ano em duas cotas iguais de R$ 2.5 milhões.

    A isso , soma-se os R$ 22 milhões que a sede da Gávea gera em todas as suas atividades e os R$ 15 milhões de renda que o clube tem por ano.

  8. 43
    Gabriel - PoA:

    Fala Tchê Emerson! Tudo certo?
    -
    Quem tá mais ou menos é o teu São Paulo, pois tá jogando uma bola murcha ein!?!?
    -
    Xiru, nasceu o balanço do Inter, quando tiveres tempo entra lá no site do Colorado: https://www.internacional.com.br/pagina.php?modulo=2&setor=18&codigo=8683
    -
    Abs.

  9. 42
    Maurício Pena:

    E o MENGÃO fechou um PATROCÍNIO para o time de BASQUETE.

    Trata-se da CIA. DO TERNO, uma empresa MINEIRA com lojas em VÁRIOS ESTADOS DO BRASIL !!!!

    O PATROCÍNIO é PEQUENO – 400 mil reais – até o fim do NBB mas já é um BOM COMEÇO !!!!!

    O AREIAS parace estar fazendo um BOM TRABALHO à frente dos ESPORTES OLÍMPICOS DO CLUBE DE REGATAS FLAMENGO !!! PARABÉNS !!!

  10. 41
    rodrigo freitas:

    Emerson não é só dos horários que eu me referi, tem eventos que a Globo compra e simplesmente não exibe, joga pro canal a cabo(Sportv), simplesmente para não ver a concorrência transmitido, isso eu acho desrespeito sim, e sobre o caso do Ombudsman, mesmo você não aceitando o cargo(risos), o que você acharia da Globo ter um

    Eu pessoalmente gosto da figura do ombudsman, acho interessantíssimo. Mas para ser efetivo, a empresa tem que estar pronta para isso, a cultura da organização precisa aceitar essa figura.
    Quanto maior a organização, maior a dificuldade.
    EG

  11. 40
    Rodrigo Freitas:

    Emerson, me desculpe eu ter trocado seu nome para Eugênio, foi um descuido

    Sem problemas, Rodrigo, já corrigi.
    EG

  12. 39
    Rodrigo Freitas:

    Olá Emerson, mais uma vez eu venho até este excelente espaço para fazer uma sugestão para você.
    Recentemente vimos o fim da equipe de volei do FINASA/Osasco logo após o fim da Superliga, muitos até acharam que o motivo foi a derrota na final para o REXONA/ADES(eu coloquei o nome das equipes em maiúsculo porque é assim que elas chamam, e não Osasco e Rio de Janeiro), mas o que descobri visitando o blog do Erick Beting, do Uol, é que na verdade a direção do FINASA estava descontente com a forma da Rede Globo e suas empresas(leia-se globo.com, O Globo, Radio Globo…) de falar o nome das empresas que não só eram patrocinadoras dos clubes como eram suas mantenedoras, outro motivo também seria o fato da Rede Globo exibir somente a decisão da Superliga e ainda por cima exigir que a Final fosse em apenas um jogo, ridicularizando uma competição que vinha bem desde o começo.

    Pois bem, sabemos que até um certo ponto a Rede Globo, maior emissora do brasil e uma das 5 do mundo, apoia o esporte, mas não tenho duvidas que o interesse financeiro está atrás de tudo, mas a forma que ela vem controlando o esporte, principalmente o especializado é de constranger qualquer um. Na Stock-car ela simplesmente obriga o atraso da prova para enquadrar na sua programação, no volei jogos que eram a tarde ou a noite são transferidos para a manhã, no maracananzinho, e em apenas um jogo, ridiculo!
    No basquete, diz ser a maior parceira, mas nem se quer exibe uma partida, recentemente comprou os direitos da Champions League, será que alguem acredita que a Globo exibirá um jogo de fase de grupos, eu não acredito.

    Até certo ponto eu concordo com a Globo pelo motivo dela pagar pelo que transmite e ter um direito sobre isso, mas e o respeito com o telespectador, onde fica isso, tem muita gente que acompanhava a Stock como eu e hoje já não interessa mais, gostava do volei quando era na Band, hoje já não me interessa tanto.

    A excessão fica por conta da F1, onde a Globo é uma simples repetidora de sinal e tem que conformar com os patrocinadores oficiais, com os caractreres no video e tudo mais que a Fia estipula.

    Mas o mais interessante é que mesmo assim , existindo tantos blogs, foruns, sites e coisas mais repudiando essas atitudes da Rede Globo, ela nada faz, nem mesmo uma nota de 3 linhas no globoesporte.com para dar uma satisfação, nada!
    Vejo o Ombudsman do IG, onde ele fala sem medo do proprio portal, com total isenção, elogiando e criticando quando quando é pra ser, e sempre imaginei, ora porque a Globo não faz o mesmo, tendo um funcionário a cargo de debater suas decisões, recebendo comentários a respeito, seria um canal oficial para debatermos as atitudes boas e ruins da maior emissora do país.

    Caro Emerson, você pode até rir de mim, mas a pessoa que pensei que seria uma boa opção para este cargo, seria justamente você, uma pessoa sensata que abrange vários assuntos em seu Blog.

    Acho dificil a Globo tomar essa decisão, mas mesmo assim fica a sugestão, para quem sabe no futuro.
    Abraços

    Rodrigo, nunca soube que o Bradesco estivesse incomodado com a política da Globo de não dizer os nomes das empresas. É até possível, como disse o Erich, mas eu não acredito que essa tenha sido a causa da extinção do time principal, decisão que já estava tomada bem antes dessa final.

    Não podemos perder de vista que as empresas têm uma excepcional visualização de suas marcas, em especial no caso do vôlei, dada a proximidade e tamanho da quadra e os enquadramentos dos atletas.

    Os horários sempre gerarão polêmicas, quaisquer que sejam eles, e nos horários escolhidos pela Globo a audiência é alta. O problema é que qualquer emissora precisa dividir seu horário de forma a agradar, atrair e manter a audiência de variadas pessoas. Se a programação agrada aos homens adultos, desagradará à imensa maioria das mulheres. Estas, por sua vez, têm horários preferidos para assistir à televisão e precisam ser atendidas. Há, também, as crianças, um público de vital importância para toda emissora. Ora, é rara a criança que tem paciência para assistir a uma prova automobilística ou um jogo, qualquer que seja, inclusive futebol.

    A função do diretor de programação de uma emissora, qualquer que seja, mas especialmente de uma gigante, é tarefa das mais espinhosas. Quando desagrada a todos ele, aparentemente, vai bem.

    Quanto a ser ombudsman…
    :o )
    Meu caminhãozinho é pequenininho pra tanta areia, mas agradeço tua lembrança.

    Hummmmmm…
    É meio chato defender as posições das emissoras, geralmente a Globo, mas faço isto por concordar com boa parte de suas ações. Voltando à questão da programação: aqui em casa temos dois diretores de programação: a Rosa e eu e alguns agreements: alguns jogos de futebol são “sagrados” e ela respeita isso profundamente. De minha parte, também aceito algumas posições dela sem tugir nem mugir, e todas vão no sentido oposto a qualquer coisa ligada a qualquer esporte. Isso implica muitas vezes em perder programas incríveis, que gostaria muito de assistir, sem falar de jogos fantásticos. Você, portanto, se passar uns dias aqui em casa irá criticar duramente a minha diretora de programação. Mas tua esposa ou mãe irá cumprimentá-la pela qualidade da programação.
    :o )
    EG

  13. 38
    Lucas de Vitta:

    Caro Emerson,

    Esse tipo de coisa, já ocorre no Brasil. Não necessariamente nos mesmos moldes, e não posso falar melhor deles por não os conhecer a fundo, porém existem dois “grupos” que visam reestabelecer e ajudar financeiramente o Vasco. Falo da AAV, o movimento chamado “Associação dos Amigos do Vasco” e também um outro, com o nome de “Vascaíno Patrocina”.

    Espero que essas organizações consigam realmente dar algum fruto ao time cruzmaltino no âmbito financeiro. Em termos políticos, de real influência nas decisões tomadas pelo clube, é difícil analisar porque temos um sistema completamente diferente de gestão dos clubes europeus.

    Eu acredito, que projetos parecidos com o do Inter(RS), o “Sócio-Torcedor”, sejam o ideal para se reestrurar e melhorar as finanças dos clubes brasileiros. O que não se deve fazer é copiar modelos europeus e adotá-los aqui. Em contextos completamente distintos, não acredito que funcionaria corretamente.

  14. 37
    João Sem Terra:

    Tchê, não quis pregar a identidade dessa Liverpool Share, mas apenas ressaltar o que me parece ser uma convergência de sentido (que exagerei ao escrever, confesso), quase como um importar-o-que-já-existe-só-que-um-pouco-diferente ou, pelo menos, possível no sistema existente. E, quando falo, me refiro sempre ao inter (que lida APENAS com futebol e, embora possua um clube em sentido estrito, é acessível apenas àqueles que pagam uma contribuição diferenciada), bem como em vista da possibilidade de manipulação (no bom sentido) do Estatuto.
    (1) Não compreendo juricamente a o instituto jurídico que desencadeia no clube “inter”, embora creia (“acho”) que cada sócio é dono de uma fração do clube (tal qual quer a Share). Tá, na Share o acionista não vai entrar de graça jogo ou ter qualquer outro privilégio. Só porque não querem (imaginem o Abramovich pegando fila e pagando entrada pra ver o jogo do Chelsea…).
    (2) O sócio, através do direito de voto que o título confere (um título=um voto!?), elege (dá um mandato) para dirigir o clube quem entende por ser o mais capaz (ou honesto ou profissional, ou a exigência que se sobrepõe no caso concreto). Isso gera disputas políticas, inclusive com a emergência de pessoas que querem apenas tirar vantagem? Sim, mas isso ocorre em qualquer lugar em que haja eleições (certamente aconteceria na Share). A propósito, nada impede que dirigentes de clubes sejam (bem) remunerados, o que, por conseguinte, poderia levar a uma cobrança maior dos donos, digo, dos sócios do clube com o desperdício de seu dinheiro; se fizerem coisas erradas, que sejam demitidos (nem que se mude o Estatuto para prever a possibilidade de impeachment).
    (3) A grande diferença parece ser mesmo na contribuição mensal ad aeternum… Mas a sua ausência (no caso da Share) pressupõe uma instituição autosuficiente. Algum time brasileiro é perto disso? Precisariam, periodicamente, capitalizar-se. Como? Empréstimos? Emissão de valores mobiliários? Vendendo jogadores!?

    Enfim, já com os neurônios gastos pelo avançado da hora, espero não ter sido confuso.

    O curioso é que se sustenta no Brasil que se caminhe na direção deles, ao passo que eles, aparentemente cansados de Americanos, Árabes etc se adonando (literalmente) de seus times, querem (por assim dizer) se aproximar do nosso…

    João, o que se deseja no Brasil é que os clubes tenham administrações empresariais, que pelo menos seus departamentos de futebol transformem-se em empresas. A estrutura dos clubes e a legislação referente a eles em nada penaliza os péssimos dirigentes e seus desmandos.
    Em nome da paixão, do amor, faz-se e desfaz-se e fica tudo por isso mesmo. Numa empresa é diferente, há responsabilidades e cobranças e… penalizações.
    Estamos num estágio em que nada disso existe. Era para existir, era a proposta que acompanhava a criação da Timemania, mas foi derrotada. Para certas coisas, digamos… pontuais, o parlamento brasileiro funciona que é uma beleza.
    EG

  15. 36
    Eduardo M:

    Mas será que o “efeito Ronaldo” será capaz de superar os juros bancários ? Sei não…

  16. 35
    Eduardo:

    O filme pode ser velho Emerson, mas esse problema é atual e creio que sempre vai ser. Eu ilustrei apenas um modelo de cooperativa que não deu certo.E imagino que pela importância de se comprar um time , imagino que seria inviável no Brasil.Seja financeiramente,culturalmente e “honestamente”.Por isso queria saber sua opinião a respeito disso no Brasil.Mas tudo bem.
    Um abraço

    Minha resposta não ficou muito clara: acho muito difícil isso dar certo no Brasil num projeto de grande escala.
    Imagino um fundo como o Share Liverpool, com o dinheiro real e o virtual que ele já possui, e tudo que me vem à mente são brigas pelo poder e mandrakarias diversas.
    Será que estou ficando preconceituoso em relação ao Brasil?
    Parece que tudo entre nós é na base da amizade e das “amizades”.
    O parlamento é uma piada e os conselhos dos clubes: deliberativos, fiscais, de orientação, sei lá o que, ou fazem oposição cega por interesses próprios ou aprovam cegamente tudo que o chefe de plantão manda.
    Sorry. Vamos ver se depois que o sol aparecer meu humor em relação a Pindorama melhora, nem que seja um pouco.
    EG

  17. 34
    Lucas Camargo:

    Sem querer acusar, mas apenas trazendo a informação à baila….

    https://alertatotal.blogspot.com/2009/04/senadores-vazam-que-presidencia-torra-r.html

  18. 33
    Lucas Camargo:

    “De repente até de quem menos se espera descobre-se que passagens foram utilizadas indevidamente.”

    Ôooo Emerson….De quem MENOS se espera? A quem vc se refere?……… Legislativo, Judiciário ou Executivo?

    hehehehehe 8)

    Grande abraço, SRN e cariocas….

  19. 32
    Francisco:

    iSSO NO BRASIL NAO DA CERTO LOGO IA VIR UM MAU INTENSIONADO E DAR UM GOLPE.
    NO BRASIL NAO PODE TER ORELHAO DE MOEDA PORQUE ROUBAM IMAGIME UM FUNDO COM MILHOES EM UMA SEMANA TERIA MILHOES NA OUTRA CENTAVOS.
    DEPOIS VIRA UM JUIZ “NAO TEM NADA DE ERADO O DINHEIRO SUMIU COMO DEVERIA O CORRER A E NAO PODE AGEMAR NINGUEM”.
    RSRSRSRSRSRSR

  20. 31
    Eduardo Esteves:

    Emerson,
    muito mal comparando , quando surgiu a COOPERFIEL para fazer o estádio do Corinthians , pensando em arrecadar 350 milhoes para se construir um estádio , muitos aderiram mas 1 ano depois fechou sem prestar contas a nenhum torcedor e o pior , não devolveu o dinheiro a nenhum.
    Será que num âmbito ainda maior de importância , tentar adquirir um clube daria certo aqui no Brasil? Ou sendo feito por pessoas mais sérias e com vontade realmente de ajudar o clube, daria?
    Pois tudo começa sempre na maior das intenções , mas posteriormente vira pó.
    Um abração do seu leito assíduo.

    Esse filme é meio velho, né?
    As pessoas entram com dinheiro e de repente…
    Nada.
    Ou, também, as pessoas entram com dinheiro e pagam uma estrutura inchada que consome o dinheiro e o objetivo para o qual ele foi arrecadado… Nada.
    De repente até de quem menos se espera descobre-se que passagens foram utilizadas indevidamente.
    EG

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