Novo endereço, mesmo OCE

dom, 26/01/14
por Emerson Gonçalves |
categoria Sem Categoria

 

Em função de mudança na plataforma de publicação dos blogs GloboEsporte, o OCE teve seu endereço de acesso modificado para:

https://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/olhar-cronico-esportivo/1.html

Essa plataforma, com seus 1.126 posts e mais de 87.000 c0mentários, permanecerá disponível para consultas e novas leituras nesse mesmo endereço.

Na nova plataforma temos algumas diferenças, sendo as mais significativas, para os leitores, em especial os comentaristas, a impossibilidade de interação que sempre foi uma das marcas registradas desse OCE, e a presença de uma pré-moderação automática, que deletará comentários que contenham expressões ofensivas e  de baixo calão, principalmente.

Acredito que em breve conseguiremos fazer algumas mudanças, de modo a permitir o retorno de nossas conversas. Enquanto isso, fica à disposição o e-mail

emerson.goncalves@globoesporte.com

Meu sincero e profundo agradecimento a todos pelo convívio gratificante e, acreditem, muito enriquecedor. Aprendi e continuo aprendendo muito com todos vocês.

Ah, sim, e perdoem meu atraso em fazer esse comunicado.

 

 

 

 

 

 

 

Apostas & Apostas

sex, 10/01/14
por Emerson Gonçalves |

 

Ou: muitas apostas, poucos investimentos.

Três diferentes tipos de apostas dominaram o noticiário da semana. Onde eu escrevi apostas, leiam contratações, mas mantenham apostas como significado. E onde eu escrevo ou falo aposta, vocês leram ou ouviram investimentos.

Toda contratação, por mais correta e indicada que seja, tem sempre um percentual de risco, vale dizer, tem sempre um quê de aposta nela. Toda contratação é um investimento, que vem a ser uma operação pensada, planejada, para trazer lucros, das mais diferentes formas, para o investidor. E não precisa ser, necessariamente, na forma de dinheiro, apenas.

Num exemplo recente, uma contratação de alto custo e risco também elevado, fartamente apregoada como investimento inteligente e até, acreditem, revolucionário, revelou-se desastrosa num clube e, no momento seguinte, fantástica em outro, como foi o caso de Ronaldinho no Flamengo e logo depois no Atlético Mineiro. A aposta atleticana foi menos pesada que a rubro-negra, é bem verdade, mas ainda assim foi alta e, pelo menos na visão dos torcedores e dirigentes, foi compensadora. Foi, aparentemente, antes de conhecermos os números financeiros de 2013, um bom investimento.

 

Lucio no Palmeiras

A aposta do Palmeiras em Lucio tem alguns pontos de semelhança com o caso Ronaldinho. O zagueiro voltou da Europa para o São Paulo, com um salário elevado – meio milhão por mês – e um contrato de dois anos de duração. Um grande negócio… para Lucio. E péssimo para o São Paulo, pois sua chegada forçou o treinador Ney Franco a desmanchar o sistema defensivo que havia sido o melhor do segundo turno do Brasileiro 2012. Depois de alguns problemas e sem uma explicação cabal, convincente, Lucio foi afastado do elenco, tendo que treinar separado dos demais. Naturalmente, como determina a lei e determinava seu contrato, continuou ganhando o salário normalmente. Ao fim e ao cabo, o São Paulo apostou mais de R$ 12 milhões, pagou mais da metade e perdeu muito mais que o total do contrato. O Palmeiras partiu de uma outra situação, o que levou a uma outra base financeira. Foi comentado que o salário do antigo capitão da Seleção será de R$ 150 mil, menos de um terço do que ganhava no São Paulo. Porém, tal no Morumbi, também no Parque Antártica Lucio terá dois anos de tranquilidade assegurada. A aposta palmeirense é relativamente baixa, considerando  os valores malucos do futebol brasileiro: pouco mais de R$ 2 milhões anuais ou perto de R$ 5 milhões pelo total do contrato, valor que corresponde a cerca de 40% do que seria o custo total de Lucio ao São Paulo. Pessoalmente, não a considero uma boa aposta, pensando no quanto e como ele jogará, mas o futebol e seus dirigentes, mesmo aqueles razoavelmente centrados, gostam – e precisam – dessas apostas.

Detalhe: Lucio poderá jogar por terra minha expectativa, pois no Palmeiras estará turbinado por um dos mais fortes combustíveis do ser humano, que é a raiva. Associada ao desejo de se provar e provar aos demais que ainda é bom.

 

Elano – do Grêmio para o Flamengo

Eis outra aposta razoável – sempre considerando como parâmetro o mundo louco do futebol. Apesar de uma passagem pouco convincente pelo Santos, e cara, Elano foi para o Grêmio como parte de um pacote destinado a transformar o time e leva-lo a grandes conquistas. O que não aconteceu, mas o elenco, absurdamente caro, foi montado e queimou dinheiro o bastante para levar o clube, normalmente organizado, à situação de devedor de salários. Elano vai para o Flamengo sem custos de transferência e o clube da Gávea pagará “apenas” metade de seu salário e mais os benefícios, pelo decorrer de um ano. Podemos calcular isso como algo ao redor de R$ 3 milhões. Como disse, uma aposta razoável.

Nem um pouco razoável, porém, é o custo para o Grêmio, que além de não mais ter o jogador, terá, ainda, de desembolsar valor próximo desses R$ 3 milhões como cumprimento do contrato feito.

 

Bruno Henrique (provavelmente) no Corinthians

Depois de queimar, literalmente, alguns milhões com Ibson e Maldonado, apostas que até os alambrados do Pacaembu sabiam que dariam em nada, como de fato aconteceu, o Corinthians retomou a prática que deu muito certo anteriormente com seus volantes: contratou Bruno Henrique, que fez bom Brasileiro pela Portuguesa. Disputado pelo São Paulo e clubes do exterior, é um bom volante, com potencial para evoluir bastante e vai para o Parque São Jorge por um valor que pode ser chamado de baixo – levando em conta, necessariamente, sua idade – 24 anos – e, portanto, perspectivas de negociações futuras, o que não acontece com Ronaldinho, Lucio e Elano: R$ 1,5 milhão pelo seu direito federativo e 50% de seus direitos econômicos. A outra metade permanecerá em poder de um grupo de empresários do Paraná.

 

Altíssimo custo e altíssimo risco

Não há outra forma para definir a contratação de Leandro Damião pelo Santos. Tirando um pouco o foco do negócio em si, o clube alardeou ser essa a maior transação da história entre clubes brasileiros. É verdade. Não é nada, não é nada, são respeitabilíssimos € 13 milhões, dinheiro bom tanto cá como lá, em terras d’Europa, fora os juros, da ordem de 10% ao ano – veja mais nessas matérias do GloboEsporte.com aqui e aqui.

– Ah, mas o Santos nada pagou, foi o Doyen Sports que pagou tudo – já reclama o amigo torcedor santista.

Sim, é vero, bello, mas terá que pagar. Mês a mês, tanto para o atleta, como para o grupo investidor. Damião custará um mínimo de R$ 1 milhão de reais mensais aos cofres da Vila Belmiro. O atleta receberá meio milhão – R$ 450 mil como salário e R$ 50 mil como auxílio moradia – e a Doyen Sports receberá do Santos, todo mês, segundo informações da Folha de S.Paulo, outros R$ 500 mil.

Custos realmente altos como deu para ver. E os riscos?

Igualmente muito altos. Damião apareceu muito bem, mas à medida que progredia em fama, diminuía em gols. Não teve uma temporada sequer razoável em 2013, ainda que contusões possam ser usadas para explicar parte do fraco desempenho. Pensando em futura transferência, o pior que poderia acontecer, aconteceu: perdeu seu lugar na Seleção às vésperas da Copa. Claro, não é impossível que não volte, mas tampouco é provável, considerando que já estamos em meados de janeiro e o tempo para fechar a lista de convocados já é contado em semanas.

Se Leandro Damião voltar a ser o artilheiro dos primeiros tempos de Internacional, o mais provável, quase certo, é o Santos se dar bem nos gramados e ao mesmo tempo na calculadora, pois o atleta será valorizado e sua transferência quitaria toda a dívida com a Doyen Sports, deixando, ainda, um saldo de 20% ou 30% (as informações divergem) do valor da transferência para o Santos, desde que acima dos € 13 milhões.

 

Apostar é preciso?

Sim, é preciso, porque, como disse no início, toda contratação envolve um percentual de riscos – o técnico e o financeiro. É função dos gestores minimizar ao máximo esses riscos, principalmente o financeiro na condição dos clubes brasileiros.

O Corinthians, na contramão da contratação de Pato e na retomada do que fez com seus volantes antes de 2013, fez (ou está fazendo) uma contratação de baixo risco técnico e mínimo risco financeiro – Bruno Henrique. Palmeiras e Flamengo, com algumas diferenças, reduziram os riscos financeiros das contratações aqui analisadas, mas assumiram os riscos técnicos, que pelo histórico recente dos dois jogadores é muito alto.

O Santos assumiu um risco altíssimo para os cofres e razoavelmente alto na parte técnica, novamente levando em conta o recente histórico do atleta. Agiu na contramão do que indica o bom senso e do que vem preconizando o Bom Senso FC.

Causou espanto, que não foi pequeno, o valor da contratação de Leandro Damião. Antes de iniciar o Brasileiro desse ano, a Pluri Consultoria estimava seu valor de mercado em € 22,4 milhões. De lá para cá, entretanto, e passando em branco pela “janela de verão”, o valor de Damião despencou. Justificando o espanto está o fato de que o próprio Santos negociava com o Internacional a sua transferência, envolvendo dinheiro e troca, num valor que não chegava à metade do que foi negociado e pago pela Doyen: € 6 milhões – metade disso corresponderia ao valor da transferência de Arouca.

Um belo salto de 6 para 13, uma grande aposta.

Pode dar certo, pois nenhum atleta é mais valorizado que aquele que marca gols e decide jogos. O tempo e o próprio Leandro Damião dirão até que ponto foi uma aposta e até que ponto foi um investimento.

Investir é preciso.

Apostar não é preciso, mas agrada aos paladares sedentos por fortes emoções. O chato, depois, é pagar as contas.

 

O oficial e o real – as diferenças entre preço e valor pago para ver o futebol

qua, 08/01/14
por Emerson Gonçalves |

 

Dias atrás os leitores desse OCE tiveram oportunidade de ler o post “Renda recorde, público nem tanto”, baseado em estudo preparado pela BDO a respeito do público e renda no Campeonato Brasileiro desde 2004, cobrindo, portanto, um período de 10 anos dessa competição.

Nessa semana, a Pluri Consultoria divulgou seu estudo final da edição 2013 do Índice de Preços do Futebol, que mostra o preço médio do ingresso do local mais barato para os jogos dos vinte clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, juntamente com o estudo “O Custo de Ir ao Estádio”. Esse levantamento leva em consideração, igualmente, os jogos que esses clubes disputaram pelos campeonatos estaduais, cobrindo, portanto, de janeiro a dezembro de cada ano.

 

Preço de tabela do ingresso x Valor pago pelo torcedor presente

Sem entrar em considerações acadêmicas sobre preço e valor, o que nos interessa aqui é muito simples. No trabalho da Pluri, os analistas pegaram os preços oficiais dos jogos do Campeonato Brasileiro, na modalidade inteira – ou seja, valor cheio e não a meia-entrada – para o assento mais barato do estádio. Repetindo, para deixar claro: foi considerado somente o lugar mais barato do estádio, valor oficial, aquele marcado no ingresso e na bilheteria, para entrada inteira. Não foram, portanto, considerados os preços promocionais, os preços para estudantes e “estudantes”, os preços para sócios-torcedores, os preços para “amigos do rei”.

O estudo da BDO foi diferente. Considerou as rendas totais das partidas e os públicos totais registrados nos borderôs. Público total significa o torcedor que pagou ingresso pelo preço cheio, o estudante, a massa “estudantil”, o sócio-torcedor, o “amigo do rei” (você deve estar se perguntando quem é “amigo do rei”… ele é, entre outros, o “organizado” que recebe ingresso grátis ou com preço simbólico), os privilegiados com ingressos gratuitos. A BDO, então, dividiu a renda do jogo pelo público presente, obtendo assim o valor médio pago pelos torcedores para cada ingresso do Campeonato Brasileiro.

Vejam, portanto, que nós temos duas informações muito diferentes no conceito. E, como vamos ver a seguir, muito diferentes também nos resultados. Em tese, seria lógico esperar que o valor médio desembolsado pelo torcedor pelo seu ingresso fosse mais alto que o preço médio da entrada mais barata, especialmente no ano de 2013, onde tivemos a prática de preços bem elevados em muitos jogos (primeiros jogos nas novas arenas), a grande disponibilidade de ingressos de preços mais elevados, etc. Mas… Vamos à realidade.

Tomando por base os dados do estudo da Pluri, o preço médio do ingresso mais barato para os jogos do Brasileirão 2013 foi de R$ 50,14 e o preço médio dos ingressos em toda a temporada, de janeiro a dezembro, foi de R$ 46,43 com uma diferença a maior a favor dos jogos do Brasileiro natural e até muito pequena, dada a desigualdade de importância entre os estaduais e o campeonato nacional. O menor número de jogos dos estaduais, em muitos casos recheados de clássicos, ajuda a entender o porquê de a diferença ser de apenas 9% a mais para o Brasileiro, onde cada clube exerce 19 mandos. Os dois gráficos a seguir dão-nos um panorama visual muito claro do comportamento do preço e do valor médio pago pelo torcedor.

 

A primeira tabela, referente ao estudo Pluri, mostra a evolução do preço médio do ingresso mais barato para os jogos das temporadas de 2002 a 2013. Um ponto importante para não causar confusão: a consultoria usou nessa tabela o preço médio vigente no mês de dezembro de cada ano e não o preço médio da temporada – daí a diferença de valores, uma vez que o preço médio do ingresso mais barato em dezembro foi de R$ 45,01. Esse detalhe, entretanto, não chega a comprometer a comparação que esse post está mostrando.

A segunda tabela, tirada do estudo BDO, mostra a evolução do valor médio do ingresso no período de 10 anos – 2004 a 2013 – somente dos jogos do Campeonato Brasileiro.

A próxima tabela compara os valores dos dois estudos e dá uma visão mais abrangente do que ocorreu no período:

 

Em nove dos dez anos analisados, o preço médio do ingresso mais barato foi superior ao valor médio praticado nas bilheterias. Em apenas um ano – 2008 (São Paulo campeão) – houve uma inversão mínima, com o valor pago superando a média de preço dos lugares mais baratos.

Os três últimos anos – 2011, 2012 e 2013 – mostram uma brutal elevação nessa diferença que estamos vendo, que pula de uma média (quando positiva) de 10,6% de 2004 a 2010 para nada menos que 47,0%. Em termos práticos, a diferença entre o preço médio do ingresso mais barato e o valor médio praticado mais que quadruplicou nos últimos três anos – um aumento de 443,4%.

Essa grande diferença pode ser explicada, em parte, pela entrada em operação das novas arenas em 2013, como já dito inicialmente. Entretanto, em 2011 e 2012, o que marcou foi a ausência de alguns de estádios, em especial Maracanã e Mineirão, o que impactou negativamente nas receitas e presença de torcedores. O grande salto nos preços e valores médios talvez seja explicado pela ânsia de ganhar dinheiro dos estádios alternativos.

Por fim, confirmando a elevação dos preços oficiais e dos valores médios dos ingressos, podemos comparar com a evolução do IGP-M entre 1º de janeiro de 2004 e 31 de dezembro de 2013, que apresentou uma evolução simples de 82,9%, contra 422,1% do preço médio do ingresso mais barato do Brasileiro mais estaduais e 341,4% do valor do ticket médio no Campeonato Brasileiro.

Esses números, a rigor, não causam surpresa, ou melhor, a diferença entre eles. De maneira geral, agora ainda mais com as novas arenas e seus proprietários investidores entrando em cena, os preços atingiram um patamar que, se praticados plenamente resultariam em gordas receitas para os clubes.

Há, porém, um espaço entre o ingresso barato – em desacordo com as necessidades dos clubes – e os ingressos caros – em desacordo com o bolso dos consumidores torcedores – que pode ser encontrando e preenchido. Para isso, entretanto, há algumas correções necessárias.

É justo e correto que o sócio-torcedor seja beneficiado na compra de ingressos, mas é um contrassenso que uma atividade profissional de alto custo, como o futebol, que é uma opção de lazer para as pessoas, tenha seus promotores penalizados com a meia-entrada. Os clubes devem ter, sim, preços diferenciados para famílias (e talvez até áreas exclusivas, já que não conseguem acabar com a selvageria dos “organizados”) e para jovens, independentemente de serem ou não estudantes, até 14 ou, quando muito, até 16 anos de idade, acompanhados de pai ou pais. Esse adulto, inclusive, não só pode como deve ter, igualmente, um preço menor, pois ele está acompanhando, incentivando e criando o gosto pelo futebol no torcedor do futuro. Fora isso, porém, deve-se pagar o preço “cheio”, inteiro. E essa prática, nos locais mais caros, deve ser total, ou seja, não vejo porque ingressos de áreas especiais devam ter meias-entradas. Quem compra uma cadeira de 500 ou 800 ou 1000 reais pode comprar duas e levar o filho. A redução no total de meias-entradas, com o consequente aumento no valor médio do ingresso efetivamente pago, deverá levar a um barateamento no preço dos ingressos. Se isso não ocorrer, caberá ao torcedor levantar a voz e reclamar.

Não, não esqueci… O projeto aprovado em dezembro na Câmara e no Senado, depois sancionado pela presidente Dilma Rousseff, foi um pequeno avanço, ao limitar o total de meias-entrada a “apenas” 40% do total da lotação. Está longe, porém, de representar avanço de fato, ao menos no que toca a uma atividade de puro lazer, como é o futebol.

Outro ponto, e esse aflige especialmente o Rio de Janeiro, é o número de gratuidades. Uma verdadeira festa, paga, naturalmente, por quem promove o espetáculo. O fim dessas benesses é outra medida que contribuirá para melhorar a receita dos clubes e, ao mesmo tempo, reduzir o preço médio para ver futebol.

A verdade é que cortes como esses acabarão por beneficiar os torcedores como um todo, e os clubes, claro.

 

Ranking Brasileiro de Clubes 2013 – Atlético Mineiro é o líder

sex, 03/01/14
por Emerson Gonçalves |

 

Há diversos rankings de clubes no mercado. Historicamente, o meu preferido, tanto nacional como internacional, é o da Folha de S.Paulo, que já se aproxima do 20º ano de realização (começou em 1996 para a edição nacional e 2002 para a edição internacional). Outro ranking bastante interessante é o da revista Placar. Mas há outros, inclusive o da CBF, bastante limitado e com critérios de pontuação – na minha opinião – bastante questionáveis.

Vamos ver hoje a 2ª edição de um dos rankings mais novos e interessantes do mercado, o da Pluri Consultoria. Esse ranking também serve como base para a consultoria preparar o IPEG – Índice Pluri de Eficiência na Gestão do Futebol, que terá sua próxima edição divulgada em abril próximo.

Pelo ranking Pluri, o Clube Atlético Mineiro é o grande líder do ano de 2013, em que pese não ter chegado à final do Mundial de Clubes.

 

Critérios utilizados

(O trecho abaixo é transcrição do material da Pluri Consultoria.)

O critério de avaliação leva em consideração o grau de dificuldade de cada competição, em função do nível e da quantidade dos clubes participantes. Também buscamos atribuir pontuação além dos tradicionais 1º e 2º lugares, pois assim podemos ter uma percepção maior do nível de distribuição de forças a nível Nacional, Regional e Estadual. Além disso, são pontuadas todas as divisões do campeonato Brasileiro, e é atribuída pontuação negativa quando o clube é rebaixado de uma divisão para a outra. As premissas para a definição da pontuação de cada campeonato seguem os mesmos critérios do Ranking Mundial de Clubes PLURI, conforme abaixo:

- A pontuação dos 2º colocados de cada competição equivale a 50% da pontuação dos campeões. Do 3º colocado em diante, o clube terá pontuação equivale nte a 60% do clube que lhe precede na tabela. O número de clubes pontuados é proporcional à importância do  campeonato, nível e quantidade dos participantes;

- Copa do Brasil tem pontuação equivalente a 60% do Campeonato Brasileiro;

- Copa do Nordeste tem pontuação equivalente a 150% da pontuação do Estadual mais relevante entre os clubes participantes (no caso, campeonatos Baiano e Pernambucano);

- Em função do número de participantes e sua competitividade, o Campeonato Paulista tem pontuação equivalente a 40% do Campeonato Brasileiro. Demais Estaduais são divididos em uma escala de graduação de 7 níveis;

- Copa Libertadores tem pontuação equivalente a 150% do Campeonato Brasileiro;

- Copa Sul-Americana tem pontuação equivalente a 50%  da Copa Libertadores;

- Recopa Sul-Americana tem pontuação equivalente a 10% do Campeão da Copa Libertadores;

- Times rebaixados nas 3 primeiras divisões do Campeonato Brasileiro sofrem penalização, com pontuação negativa equivalente a 20% da pontuação do vencedor do respectivo campeonato;

- Campeonato Mundial da FIFA tem pontuação própria e em função do pequeno número de participantes e a disparidade técnica (peso, influência, tradição, etc) entre eles;

- Apesar de não concordarmos com as mudanças atribuídas pelo julgamento do STJD, utilizamos a classificação oficial do campeonato, mantendo o Fluminense na 1ªdivisão e o respectivo rebaixamento da Portuguesa à 2ª divisão. Alteraremos o ranking caso ocorram novas mudanças.

 

Observação: essa posição acima é da Pluri Consultoria, com a qual esse não concorda de forma alguma, como já ficou claro nos posts a respeito.

A próxima tabela coloca os pontos correspondentes a cada competição e posição.

Veremos, a seguir, um conjunto de tabelas com o Ranking 2013 isolado e ao lado o ranking acumulado desde o ano de 2008.

 

 

 

Um ano interessante

qui, 02/01/14
por Emerson Gonçalves |

 

“Que você e seus filhos vivam em tempos interessantes” – o que parece um mero desejo educado era, na verdade, quase uma praga, pois um tempo interessante na visão da velha China era um tempo de rupturas, de problemas, de crises. No mundo moderno a quebra da rotina tornou-se meta de quem se pretende descolado, assim como interessante na cultura ocidental tem um sentido geralmente positivo. O título desse post, porém, referindo-se a 2014, prevê que ele será um ano interessante, mas no velho sentido chinês.

 

Francamente, o ano não poderia começar pior. Os atrasos nos estádios para a Copa, os atrasos nas obras complementares e até mesmo a inexistência de obras prometidas não chegam a comprometer e muito menos surpreender, da mesma forma que o estouro em todos os orçamentos ligados ao megaevento.

Se tudo isso não acarreta um peso negativo para esse 2 de janeiro, primeiro dia útil do ano (meio útil, só), de onde vem esse peso?

Simples, prezado e paciente leitor que conseguiu chegar até aqui: de uma bela coleção de abacaxis, começando pela ameaça da entrada da justiça dita comum na cena do futebol, associada ao zum-zum-zum que já se ouve em corredores e salas presidenciais de um “novo” campeonato brasileiro. Talvez, quem sabe, com 24 clubes. Ninguém cai, quatro sobem, como é de direito.

A coisa vai mais longe e fica muito pior do que isso: mentes saudosas dos tempos bagunçados das sempre diferentes fórmulas de mata-mata já sonham com o regresso, digo, retrocesso àqueles tempos.

Tétrico.

No bojo dessas vontades reside o mesmo de sempre: a vontade de premiar o oba-oba, a vontade de jogar no lixo planejamento e trabalho sério em troca de aventuras rocambolescas que, muitas das vezes, resultam em títulos – que entram para a história, rendem lembranças fantásticas, provocam rendas fabulosas, geram infinitas conversas e… Conduzem os clubes para o abismo provocado por dívidas inconsequentes e enlouquecidas.

A volta do mata-mata é, também, a volta de um sistema cruel para os clubes pequenos, que perderão, já no começo da temporada, a possibilidade de ganhar dinheiro com seus patrocínios. E se antes clubes menores chegavam às finais e até a títulos, isso era baseado na feliz combinação de um elenco bem montado e bem encaixado por um professor esperto. Hoje, porém, sem o escravizante passe, isso é mais difícil. Enterra de uma vez por todas qualquer proposta de venda de carnês para a temporada, de começo certo e final incerto.

Dos vinte ou vinte e quatro clubes da primeira divisão, dois terços deles ou perto disso, ficarão sem ter o que fazer na reta final da principal competição do nosso futebol. Os classificados “pouparão” seus times para os jogos decisivos, como era hábito e como é, ainda, mas um pouco menos.

Estaremos, novamente, na contramão da história, e tudo por conta de duas falhas grotescas em escalações de jogadores sem condições de jogo e a ação correta, legítima e, claro, legal, do STJD a respeito, indo contra a gritaria geral que queria, custasse o que custasse, uma autêntica virada de mesa e o desrespeito puro e simples às regras que valeram por 38 rodadas para 18 times.

Ah, Brasil, vá alguém tentar entender…

Praticamente, como vocês viram, nem falei em Copa do Mundo e nem preciso. Voltemos aos clubes e à confederação.

Ainda no primeiro semestre haverá eleição na CBF. Curiosamente, a disputa pelo controle da entidade maior do nosso futebol está meio morna, meio quieta. Isso, porém, é como casa com crianças pequenas: o silêncio é preocupante, pois os pequenos bagunceiros certamente estarão muito entretidos aprontando alguma arte.

Muitos clubes também terão eleições – nada menos que 10 dos 12 maiores – e algumas poderão ter resultados que provocarão mudanças significativas na conduta, como é o caso do São Paulo, o primeiro a decidir a troca de comando, em abril. Em julho será o Vasco e os outros oito só terão eleições a partir de outubro: Grêmio, Cruzeiro, Internacional, Palmeiras, Botafogo, Santos, Atlético Mineiro e Corinthians, com os dois últimos em dezembro, segundo levantamento feito pela ESPN.

 

O imbróglio 2014 não para por aqui, pelo contrário.

O Bom Senso FC articula uma greve para o início dos estaduais. Se vai acontecer não é certo, ainda, mas é uma possibilidade que não pode ser ignorada. Os atletas querem mudanças significativas, principalmente no calendário e nas relações clube/jogador, com garantias de pagamento dos salários, inclusive com a adoção de um fair play financeiro e trabalhista.

Numa manobra inteligente e atrevida, os próprios clubes com o apoio da CBF puxaram para si próprios essa bandeira do fair play financeiro e trabalhista. Tal e qual, mas com propostas mais amplas. Um problema, porém, para os clubes, foi a aprovação do Proforte e sua transformação em lei por meio de Medida Provisória da Presidência da República, o que já era dado como favas contadas, a começar pelo Ministro do Esporte – que será candidato em outubro.

Se o perdão do Estado não acontecer, e pode até ser o caso desse pacote de perdão só valer em 2015, por conta de alguns impeditivos legais (creio que alguns impeditivos legais referentes a taxações podem ser contornados, daí o “pode ser”), a situação dos grandes devedores e de alguns clubes que vêm apostando pesado na aprovação desse projeto ficará ainda pior do que já é hoje. Sintomaticamente, os presidentes de clubes não usam e não gostam que se use a palavra “perdão” para o cerne desse projeto. Podem não gostar, pode não ter nome de perdão, mas a prática, essa incorrigível, é bem clara: será, sim, um perdão de dívidas.

Perdão para loucuras…

O jornal O Estado de S.Paulo de hoje traz matéria com o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, e esse trecho da matéria já diz muito:

Na Europa, as pessoas ficam perplexas quando descobrem os salários que alguns pagam. Se continuarmos assim, muitos (clubes) morrerão…

A coluna Painel FC, da Folha de S.Paulo, traz uma declaração do mesmo Juvenal Juvêncio, em linha com a declaração acima:

“Hoje, os jogadores voltam da Europa para ganhar mais no Brasil”

Curiosamente, ou não, esse mesmo São Paulo repatriou Lucio, encostado na Juventus por deficiência técnica, por comentados e nunca desmentidos quinhentos mil reais mensais, fora benefícios diversos, assegurados por excelente contrato de dois anos de duração (excelente para o jogador, dada  a sua idade e condição física). Casa de ferreiro, espeto de pau. A contratação cara revelou-se, como era previsível por quem viu os dois jogos que o zagueiro fez pela Vecchia Signora, um total equívoco, culminando com o afastamento do atleta do elenco. Recebendo o salário, claro, como é de lei e como é de direito.

 

Muitos leitores já solicitaram uma avant première dos resultados financeiros de 2013. O melhor a fazer, nesse caso, é esperar. Esperar a publicação ou a divulgação dos balanços dos clubes, cuja data final para publicação é 30 de abril.

Apesar disso, balancetes publicados e comentários ouvidos de conselheiros e mesmo diretores de vários clubes, dão conta de uma situação extremamente preocupante em muitos deles. Porque as dívidas cresceram, porque contratações insensatas foram feitas, seja pelos jogadores envolvidos, seja pelos custos salariais e de transferência, seja pelo conjunto dos dois casos.

Essa súbita movimentação dos próprios clubes buscando um fair play financeiro não é gratuita e muito menos fruto de um ataque de bom senso – ops… eu disse “de” bom senso e não “do” Bom Senso, embora esse último ponto também seja verdadeiro e tenha lá seu peso – e sim fruto da situação mostrada pelos caixas dos grandes clubes.

Reduzir custos, enxugar salários, cortar despesas está na ordem do dia. Raul Corrêa da Silva, diretor-financeiro do Corinthians, disse alguns dias atrás que a folha corintiana terá que ser reduzida sensivelmente em 2014. Essa é uma declaração de peso, pois parte do clube com maior receita do país. E combina com o que disse o presidente do clube com a segunda maior receita, o São Paulo, na matéria já citada mais acima: o clube não fará loucuras e não entrará na “corrida maluca de salários”.

Bem-vindos a 2014.

Bem-vindo, 2014.

Que sejamos todos felizes dentro do que a realidade desse ano tão interessante nos permitir.

 

Porta de entrada para o mundo e lições para a vida

ter, 31/12/13
por Emerson Gonçalves |
categoria Crônicas

 

Quando garoto eu era praticamente viciado em gibis, para desespero da minha mãe e um pouco menos do meu pai. Tarzan, Batman, Donald, Mickey, Superman, Fantasma, Cavaleiro Negro e outros muitos, como Príncipe Valente e Flash Gordon enchiam minha cabeça com diversão, sonhos e informações – sim, informações. Uma aventura de Tarzan em Pal-ul-don, uma terra perdida, ou um “mundo perdido”, como o descrito por Arthur Conan Doyle, com seus tiranossauros, pterodáctilos, brontossauros e outros ilustres habitantes do Jurássico, valia por uma fantástica aula sobre o passado da Terra, tornava mais fácil aprender o que as escolas nem sonhavam ensinar. Os gibis me levavam do Ipiranga, onde a Independência foi proclamada, como diz o quadro de Pedro Américo, às margens de um riacho transformado em esgoto, para mundos distantes do presente, do passado e do futuro.

Os gibis, porém, não falavam de futebol. E o futebol era parte importante de minha vida. Ser são-paulino ou, como meus primos e colegas de escola, corintiano, palmeirense ou santista, nos definia, nos integrava no mundo, iguais aos demais e, ao mesmo tempo, diferentes.

Eu queria ler sobre futebol e esse desejo levou-me para os jornais. Consegui com meus pais a façanha de comprar um jornal por semana e a minha escolha recaiu sobre “O Estado de S.Paulo” ou, simplesmente, Estadão. O grande jornal, porém, tinha um defeito terrível para quem amava futebol: não circulava às segundas-feiras. Justo às segundas, vejam só. A consequência disso foi simples: passei a economizar o ônibus da volta da escola e com o dinheiro da passagem comprava a Gazeta Esportiva, toda segunda-feira. Na Gazeta só o futebol me atraía, mas num mundo em que a televisão era artigo de luxo – meus pais só viriam a comprar nosso primeiro televisor três anos depois – o Estadão trazia o estado, o país e o mundo para minha casa. Em pouco tempo o jornalão tradicional e ótimo, sempre um dos três melhores do Brasil, ocupou mais tempo em minhas leituras. Alguns anos depois, no meio da adolescência, e até um pouco inacreditavelmente, eu já era leitor ocasional de política. Minha nossa… Quanta história rolou depois disso, quantas mudanças em minha vida, quanto tempo da juventude dedicado à militância política…

Foi o futebol a minha porta de entrada para todo um vasto e complexo mundo que o jornal trazia diariamente.

 

Atualmente, a leitura de jornais e revistas anda meio periclitante, mas, em contrapartida, cresce a leitura dos portais e sites internéticos. Hoje, como antes, muitos jovens não suportam a leitura e só conseguem realizar essa operação complexa (parece simples, é simples, mas é, ao mesmo tempo, de uma complexidade fantástica) quando a telinha mostra um site esportivo ou quando pegam em mãos um caderno de esportes ou uma publicação especializada. Pode ser para recortar a foto do time campeão – que digo, hoje não se recorta uma foto, pois costuma vir belo pôster encadernado, quase pronto para ser pregado na parede, sob os sempre presentes protestos furibundos das mães – mas, mesmo assim, é inevitável a leitura. É um começo e para muitos jovens o futebol continua sendo a porta de entrada para outros mundos.

 

Uma pequena, mas importante, fuga: Albert Camus, um dos maiores escritores franceses do século passado e de toda a história de França, prêmio Nobel de Literatura de 1957, passou para o papel uma revelação que se tornou famosa:

“O que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem devo ao futebol…”

Camus foi goleiro e chegou a jogar por uma seleção universitária, antes de adoecer gravemente – a tuberculose era uma doença terrível naquela época. Sempre foi um apaixonado pelo futebol e pela liberdade. Durante a Segunda Grande Guerra atuou na Resistência Francesa.

 

“Moral e obrigações…”

Acredito que o futebol pode nos ensinar muito, em especial às crianças e aos jovens.

Com ele vamos às alturas proporcionadas pelas grandes vitórias, pelos grandes títulos.

Por ele vamos ao inferno e ainda crianças sentimos a dor das perdas, a dor das derrotas.

Ele pode nos tornar em fanfarrões chatos e insuportáveis, cantando vitórias e pisoteando amigos e conhecidos, mas pode nos ensinar a difícil arte do saber ganhar…

E do saber perder.

Há quem diga que a vida reproduz o futebol.

Há quem diga que o mais importante é o futebol… E depois a vida. O que é bobagem, mas há quem assim pense, ao menos durante uma fase da vida.

O futebol é balizado por regras e aprendemos isso de forma fantástica e inesquecível nas peladas na rua de nossa casa, nos jogos da escola, nos jogos dos finais de semana entre amigos. Há códigos de conduta, escritos e não escritos.

Não há futebol, e nenhum outro esporte, sem uma forte base moral. Um time entra em uma disputa para jogar e vencer de acordo com as regras.

O desenrolar de uma partida pode conduzir a terríveis vicissitudes e a derrotas fragorosas, mas mesmo nesses casos deve prevalecer a honra e a moral de quem está disputando e dando o melhor que pode ao seu time.

Sempre achei muito tolas e falseadoras da verdade as histórias de que “fulano ganhou sozinho” um jogo, um campeonato, uma Copa.

Futebol é time, é equipe, é uma associação de pessoas que vão lutar por um objetivo único, cada uma do seu jeito, capacidade, dedicação, entrega… Derrota, vitória ou empate é sempre o produto da ação coletiva. O atacante genial pode marcar o gol da vitória, mas se todo o time não se empenhar na disputa, pouco ou mesmo nada valerá aquele gol.

Um time não joga a toalha, um time não deixa o outro vencer, não importa qual seja o motivo. E se um time não pode e não deve esmorecer diante de um placar adverso ou de uma fase em que nada dá certo, tampouco nós podemos deixar de encarar a vida e suas dificuldades.

Temos de seguir lutando, com perseverança, para equilibrar e depois virar o jogo, aprendendo isso com o bom futebol desde a mais tenra infância. Porque o futebol não é a vida, mas é parte dela e pode ensinar muito dela para nós.

 

Aproveito para desejar a todos os leitores desse OCE um excelente Ano Novo. Que vocês e seus familiares gozem de saúde e vivam em paz.

Aproveito também para lembrar que o evento mais importante desse ano não será a Copa do Mundo e sim a eleição geral de outubro.

E, mesmo que o Brasil chegue à final da Copa e vença, ainda assim o momento mais importante de 2014 será aquele que cada um de vocês, se já eleitor, viverá na solidão da cabine de votação.

Muitos foram às ruas e protestaram.

Muitos gritaram e escreveram “Não me representa” em relação a políticos e partidos.

Pensem, reflitam bastante. Não existe sociedade moderna e desenvolvida, principalmente desenvolvida, vivendo fora da democracia. Por isso, escolham os nomes que terão a honra de receber seus votos com muito cuidado e votem com plena consciência do que estão fazendo. É irrelevante se o voto será à esquerda ou à direita ou ao centro, o que realmente é relevante é que o teu voto seja a expressão eleitoral do que você pensa, do que você acredita, do que você deseja para si próprio, sua família, seu estado, nosso país.

Bom ano e felicidade a todos nós.

 

100 Melhores do Mundo – um olhar estrangeiro

sex, 27/12/13
por Emerson Gonçalves |
categoria Rankings

 

E que olhar… Messi em 8º e Neymar em 26º. Em compensação, Cristiano Ronaldo em 1º. É, dessa vez tem uma certa bola que – aparentemente – não terá como escapar do astro merengue.

 

Para distrair um pouco da tarde tormentosa que nos aguarda, vamos dar uma olhada nessa lista dos 100 Melhores Jogadores do Mundo em 2013.

Alôôôôoooooo… Não são os mais valiosos ou mais caros, são os melhores jogadores, na visão do pessoal do Bleacher Report, que acompanha passo a passo, rumor a rumor, as transferências de jogadores de futebol em todo o mundo.

O período considerado para análise é o ano-calendário propriamente dito, de 1º de janeiro a 15 de dezembro. Esse período pega a metade final da temporada iniciada no ano anterior e a primeira metade da que se inicia no ano em curso, pensando em termos de calendário mundial (sim, a bem dizer esse calendário da bola já é mundial). São considerados apenas os jogadores que tiveram um mínimo de 30 partidas disputadas no período, o que, certamente, explicará algumas ausências famosas na lista.

Naturalmente, há uma lista de critérios e os jogadores são avaliados de acordo com características gerais e específicas de sua posição ou função. Vamos à lista:

 

Chama a atenção o número de brasileiros – somente 11 – que pode ser considerado baixo quando comparamos com listas similares feitas há três ou quatro anos. Apesar do número ainda expressivo, não deixa de ser um momento de baixa de nossos jogadores e, por extensão, causa e efeito, de nosso futebol. Uma das causas menores, um dos efeitos maiores da situação geral do ludopédio em Terra Brasilis. Curiosamente, ou não, 6 dos 11 brasileiros são zagueiros.

 

Ausências notáveis e menções honrosas

Os analistas listaram cinco atletas entre os grandes ausentes:

 

As menções honrosas totalizaram 24 jogadores, entre os quais Ramires, Fernando e Felipe Melo, ao lado de Buffon, Drogba e Higuain.

 

Menos “jurisdicismo”, mais “bonsensismo”

ter, 24/12/13
por Emerson Gonçalves |

 

Essa semana e a bem dizer também o ano, vão se encerrar com o julgamento do recurso apresentado pela Portuguesa no pleno do STJD.

Ganhou corpo nos últimos dias a tese apresentada pelo Dr. Carlos Eduardo Ambiel, de acordo com a qual a regulamentação esportiva deve submeter-se ao que determina o Estatuto do Torcedor e não, como acontece, ao que foi determinado pela Lei Pelé.

Por conhecer e respeitar o trabalho do Dr. Ambiel, com quem conversei há poucos dias sobre esse tema, tenho certeza que é uma tese válida. Mesmo não sendo jurista, muito longe disso, o simples enunciado da mesma vem carregado de bom senso e é possível que ela acabe prevalecendo. Através de recurso à justiça dita comum, todavia, pois, segundo já foi divulgado, os membros do STJD entendem que o conjunto de regras esportivas existentes entre nós deve ser balizado, como já acontece, pela Lei Pelé mesmo, que tem na sua finalidade a regulação das relações dos clubes entre si e com as federações, bem como entre clubes e atletas. É a lei que cuida, digamos simplificadamente, do jogo e dos jogadores. Já o Estatuto do Torcedor, como o próprio nome diz, regula as relações entre as entidades esportivas e os torcedores, numa forma mais ampla e não seria aplicável às regras das competições determinadas pelo CBJD.

Uma vez mais vou expor, ou tentar, o que penso a respeito, tomando por norte o título desse post: menos jurisdicismo e mais bonsensismo, como, possivelmente, diria um dos maiores, se não o maior político de Terra Brasilis, também conhecida por Pindorama: Odorico Paraguaçu.

No presente momento acredito que não é muito relevante que deva prevalecer a lei X ou a lei Y. Porque, nesse momento, nesse campeonato que foi válido para esse Ano da Graça de 2013, devem prevalecer as regras do jogo.

Sabe qualquer criança que começa a disputar suas primeiras peladas que a regra não pode ser mudada no meio do jogo. Essa é uma questão basilar à prática esportiva, seja numa pelada de rua, seja numa copa mundial de futebol.

Por melhores que sejam os arrazoados jurídicos, diz o velho e simples bom senso que o Campeonato Brasileiro da Série A de 2013 foi disputado de acordo com a lei existente, de acordo com as regras julgadas válidas por todos – todos – os participantes. Portanto, diz novamente o mesmo velho bom senso, todos os seus 380 jogos devem ser julgados pela mesma lei, pelo mesmo conjunto de regras.

O que vale para 1 jogo vale para 380.

O que vale para 1 clube vale para todos os 20.

Mudar o conjunto de regras para um jogo do campeonato e dessa forma beneficiar um clube, é, será, o que se chama popularmente de virada de mesa.

Que o atual conjunto de regras é ultrapassado e falho não se discute, é ponto pacífico. Já era claro, obviamente claro, e ficou ainda mais escancarado depois dessa bagunça, que ele precisa ser mudado.

É bom que uma mudança seja feita, de preferência com ampla participação de todas as partes interessadas, adequando nossos regulamentos ao Século XXI, de preferência, aos novos (nessa altura já velhos) tempos da internet e da comunicação instantânea de qualquer parte com o mundo e vice-versa. O ideal é que os novos campeonatos já comecem sob o manto protetor e organizativo de uma nova lei, de um novo conjunto de regras, às quais submeter-se-ão todos os 20 clubes do Brasileiro da Série A de 2014 em diante e, logicamente, todos os 380 jogos desse certame e dos vindouros.

Para 2013, entretanto, não há como fugir da aplicação da regra que valeu para todos. Fora disso teremos, sim, uma virada de mesa, ainda que amparada por arrazoado jurídico, por mais perfeito que seja.

Outro ponto: estamos aqui falando de uma competição esportiva e não de um crime de morte ou do julgamento de uma mãe desesperada que rouba um quilo de comida para alimentar seus filhos. Então, por favor, poupem-se, poupem-me e poupem-nos a todos dessas comparações tão nobres, tão elevadas, para mostrar, equivocadamente, que a pena aplicada à pobre Lusa foi muito dura, foi desproporcionalmente dura em relação ao erro ou falha. Porque se a lei for flexível (outro vocábulo amado pelos defensores da pena proporcional), a pobre Lusa será a beneficiada Lusa e os demais serão o pobre resto de times que não gozaram do mesmo benefício. Aí, portanto, e de forma cristalinamente lógica, será o caso de aplicar a nova lei, a nova regulamentação, a nova leitura das normas para todos os clubes que disputaram o Brasileiro de 2013 da Série A, e não somente para um clube, um único clube.

Porque a lei, qualquer que seja, tem que valer e ser aplicada a todos, sem nenhuma distinção, como deixa claro a Constituição da República Federativa do Brasil:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…

Encerro dizendo que, infelizmente, é grande a perspectiva de um final de ano conturbado e o final do campeonato de 2013 ocorrer somente em 2014. Com sorte. Porque esse, inevitavelmente, é o legado de viradas de mesa: tudo cai no chão, a bagunça se instala e a limpeza demora a ser feita depois da mesa voltar à sua posição normal.

 

Em tempo – se alguém ainda hoje consegue não estar a par do que já foi ampla, exaustivamente reportado, uma atualização:

– não existe precedente algum em 2010;

– nada existe em relação ao atleta Rhayner, que nesse campeonato foi expulso na quinta rodada, cumpriu a suspensão na segunda rodada e entrou em campo normalmente na sexta rodada; coisa de Brasil, FIFA e Copa das Confederações.

Em tempo – II: num país em que há leis que “pegam” e leis que “não pegam”, e onde mesmo as leis que “pegaram” são nada, mal ou muito porcamente cumpridas, e que os porquinhos me perdoem por associá-los a isso, um pouco de legalismo, um pouco de apego à legalidade, ainda que “exacerbada”, mal nenhum fará, pelo contrário.

 

 

Em tempo – III: desejo a todos os leitores desse OCE e seus familiares Feliz Natal.


Flamengo avança na transparência de gestão

sáb, 21/12/13
por Emerson Gonçalves |
categoria Flamengo, Gestão

 

No início de novembro, durante a realização em São Paulo do 2º Business FC – Fórum dos Clubes Brasileiros – iniciativa da Brasil Sport Marketing, uma parceria entre a Pluri Consultoria, Trevisan Escola de Negócio e Fan Club, o Corinthians recebeu o prêmio de Clube Mais Transparente do Brasil em 2012. E pela segunda vez, já que o conquistara também em 2011.

Na saída do evento, Eduardo Bandeira de Mello, o presidente do Flamengo que ficara apenas em 11º lugar na lista, disse que em 2014 queria e iria conquistar aquele prêmio já refrente ao ano de 2013. Segundo ele, o Flamengo estava bem adiantado em várias práticas de gestão visando a transparência ou que, por elas mesmas, geravam relações mais transparentes do clube com seus torcedores, parceiros, autoridades, imprensa e, nunca podemos deixar de mencionar, a sociedade como um todo. Depois disso, o clube procurou seus pontos falhos em relação à transparência, visualizados no trabalho da Pluri, e trabalhou para corrigi-los.

Recentemente, o Fernando Ferreira, diretor da Pluri, fez uma visita ao Flamengo e vai relatá-la nos próximos dias, um pouco na forma do “Relatório de Visitas” existente no mercado de capitais, mas adaptado ao mundo da bola. Conversamos sobre esse Relatório nessa noite mormacenta de sexta-feira, conversa longa que cobriu muita coisa do futebol brasileiro e muito sobre o Flamengo e, principalmente, muito sobre transparência.

 

Flamengo hoje seria o 5º clube mais transparente

 

Essa é a informação que o Fernando Ferreira adiantou em nossa conversa: se o Ranking Pluri de Transparência Financeira 2013 fechasse hoje, a 5ª colocação seria do Flamengo, num grande salto a partir da 11ª posição. Até o fechamento e consolidação dos balanços desse ano corrente, o que vai acontecer entre janeiro e março, ainda poderemos ter mudanças significativas no Ranking, o que talvez leve a posições ainda melhores.

Vários pontos importantes serão apontados no Relatório de Visitas, alguns deles levando já ao aumento da pontuação do clube no Ranking. Entre eles, o diretor da Pluri cita as sensíveis melhorias na comunicação, com um Vice-Presidente de Relações Externas e um Diretor de Relações com os Sócios empenhados em abastecer e manter abertos importantes canais de comunicação com públicos diversos dentro e fora do clube. São áreas que não se chocam com a de Comunicação, mais voltada para as diferentes mídias, principalmente. Comunicar fatos relevantes do clube, mudanças em linhas de trabalho, responder às dúvidas e questões levantadas não só por sócios, mas também por outros grupos, é importante no sentido de tornar o clube melhor conhecido, mais exposto à opinião pública.

Um caso curioso, triste, sem dúvida, mas curioso: as ouvidorias que não ouvem. Inicialmente, a Pluri pensou em colocar Ouvidoria como um dos critérios para definir o ranking de transparência, mas acabou desistindo (decisão que talvez seja revertida a partir do próximo ano). O motivo para isso foi simples: o que os clubes chamavam de “ouvidoria” simplesmente não funcionavam. Telefones nunca eram atendidos e e-mails nunca foram respondidos. Segundo apresentação feita pela direção do Flamengo, a ouvidoria rubro-negra funciona de fato, inclusive com cobranças internas às áreas questionadas e levantamentos estatísticos que mostram, embora com base ainda pequena, qual o índice de retorno das questões levantadas e a satisfação de quem procurou esse canal de comunicação do clube.

Alguns pontos foram esclarecidos em relação ao balanço, que em 2014 virá com diferenças, também apresentado em coletiva de imprensa e colocado à disposição dos interessados em acessá-lo no site do clube, como determina a lei, por sinal, acompanhado pelos balanços de anos anteriores e com a manutenção da política de publicações trimestrais de balancetes. Ao acessar novamente o balancete do terceiro trimestre do Flamengo reparei em algo que tinha escapado na primeira visita: o documento tem 13 páginas, 12 das quais tomadas por informações relevantes. Esse, sem dúvida, é um balancete digno desse nome e me parece ser o melhor detalhado em nosso futebol. O balanço também virá com mudanças, mais completo e informativo, com apresentação à imprensa, ao mercado e aos torcedores. Balanço é o grande documento de todo clube e merece, mesmo, ser tratado não com festa, mas com destaque.

 

É comum o torcedor não dar importância a esses assuntos, começando pela transparência. “Transparência não ganha jogo” – há quem diga, cometendo um erro se não direto, ao menos indireto, pois os melhores clubes são mais transparentes e são mais vencedores. À medida que as pessoas se sentem atendidas em suas demandas, conhecem melhor o clube e seus propósitos, aumenta o nível de confiança e mesmo de colaboração com a entidade, o que, cedo ou tarde, em maior ou menor escala, acabará refletindo positivamente.

O que é muito positivo hoje, no futebol brasileiro, é ver os dois clubes com as maiores torcidas do país se empenhando em melhorar suas gestões e aumentar a visibilidade do que fazem. A tendência, espera Fernando Ferreira e concordo com ele, é que outros clubes também grandes não queiram ficar para trás nesse “campeonato”, o que seria muito bom para o nosso futebol como um todo.

Percebemos que, de maneira geral, está havendo uma melhora significativa no sentido de nossos principais clubes serem mais transparentes em suas contas e gestões.

Em diferentes graus e com diferentes ações, o diretor da Pluri citou alguns clubes com ações bastante positivas, como o Vitória, o Avaí, o Sport e o Paysandu. Num mercado onde ainda perguntamos “Cadê o balanço?”, e nem sempre recebemos resposta, a simples presença dessa peça no site já é um avanço.

Prova do avanço, hoje já temos surpresas positivas, como encontrar o excelente “Planejamento Estratégico” do Vitória em seu site, o que é motivo de grande satisfação. A visão do clube para o futuro e os caminhos que pretende tomar para lá chegar, o que, basicamente, pode resumir um planejamento estratégico, é uma informação tão interessante quanto importante, mas o Vitória é o único clube do Brasil que a apresenta ao público.

Informações como o “fatiamento” dos direitos econômicos dos jogadores são verdadeiras raridades e bom seria se todo clube tomasse o Internacional como exemplo nesse quesito.

Estamos avançando.

Num final de ano tomado pela confusão envolvendo o final do Brasileiro, essa noite de sexta-feira foi ocupada por uma boa conversa, pelo que agradeço ao vascaíno Fernando. Sim, falamos muito sobre o Vasco, também, mas é assunto para outra hora, quem sabe.

Nem tudo é caos, como os últimos dias nos levam a pensar, e há vida e gestões inteligentes, sim, em nosso futebol, em diversos clubes.

 

100 Times Mais Valiosos do Mundo em 2013

qui, 19/12/13
por Emerson Gonçalves |
categoria Rankings

 

Antes de mais nada: esse trabalho apresenta apenas e tão somente os valores estimados para os times, vale dizer, o elenco principal de cada um deles, e nada, absolutamente nada tem a ver com valor de marca, história, patrimônio, tamanho de torcida ou receitas. Simplificando: é a soma dos valores estimados de cada um de seus jogadores. Esses valores são levantados de acordo com os critérios da Pluri Consultoria, responsável por ele. Ah, sim, em tempo: o valor da multa rescisória ou o valor de transferência de um atleta, nada tem a ver com o seu valor estimado de mercado de acordo com esse estudo, pois não são levados em consideração em sua formação.

 

Esse é o terceiro ano que a Pluri apresenta esse trabalho, ao lado de outros específicos sobre o Brasil e América do Sul. Em 2013, os 100 times mais valiosos do mundo chegaram ao final do ano com um valor estimado de € 14,6 bilhões, um crescimento de 5,1% sobre 2012. O valor médio de cada jogador evoluiu 6,6% e chegou a € 5,4 milhões.

Barcelona e Real Madrid, sem surpresas, mantiveram-se em primeiro e segundo lugares. O Bayern, confirmando sua ascensão no campo, passou de quinto para terceiro, o Manchester United caiu para a sexta posição, atrás do City e do Chelsea. Pós-Ferguson, fica clara a transição por que passa o United em campo, enquanto no marketing segue de vento em popa mundo afora.

Considerando os valores médios dos jogadores, temos uma inversão: Real Madrid em 1º e Barça em 2º, com o Manchester City em 3º lugar.

 

Correção: o 63º colocado, Genoa, é da Itália e não da Inglaterra.

Essa é uma lista exclusiva: só tem europeus. Opa, nem tanto, ela é quase exclusiva: 4 times brasileiros aparecem nela, reduzindo os europeus para “apenas” 96.

Os brasileiros

Os brasileiros entre os 100 + de 2013 são o Cruzeiro, Corinthians, Internacional e São Paulo. Sem grandes motivos para festejos, entretanto, uma vez que o primeiro brasileiro é somente o 82º da lista.

Uma nota chata, mas condizente com a queda de 25 para 21 jogadores em ação no Brasil entre os 100 + do mundo (ver post anterior): os 7 clubes brasileiros de 2012 passaram a ser 4. Saíram da lista dos 100 + o Santos, Fluminense, Atlético Mineiro e Grêmio. Entrou o campeão brasileiro de 2013, o Cruzeiro. Esses quatro times que saíram da lista dos 100 + e outros doze brasileiros estão entre os 400 mais valiosos do mundo.

O valor de mercado dos clubes Brasileiros entre os 100 maiores caiu 59,8%, passando de € 592 milhões para € 238 milhões. O maior valor foi atingido em 2011: € 626 milhões.

 

Entradas & Saídas

Entraram 15 novos nomes na lista, com 14 europeus ao lado do Cruzeiro: Monaco (França), Eintracht-Frankfurt e Freiburg (Alemanha), Cardiff e Crystal Palace (Inglaterra), Catania e Sassuolo (Itália), Kuban Krasnodar e Krasnodar (Rússia), Bursaspor (Turquia), Standard Liége e Club Brugge (Bélgica), Real Betis (Espanha) e Feyenoord (Holanda).

Saíram, além dos quatro brasileiros: Toulouse, Montpellier (França), Villareal, Malaga, Granada e Getafe (Espanha), Bologna e Palermo (Itália), Blackburn, Bolton e Wolverhampton (Inglaterra).

 

Medalhistas no Salto em Altura

Medalha de ouro para o Monaco, turbinado por petrodólares ou petroeuros, tanto faz, que nem aparecia entre os 100 + e já ocupou a 17ª posição de time mais valioso.

O salto de posição e a valorização de 347% do Monaco foram tão grandes, que em segundo lugar aparece o Southampton, com 64% e depois o Cruzeiro e o Real Sociedad, com 53% de valorização.

Sem medalha, mas líder no salto para baixo, aparece o Santos. Sem Neymar, e como já era esperado, passou da 40ª posição para a 162ª, perdendo 63,1% do valor, superando o São Paulo, que perdeu 52,9%, não só pela saída de Lucas. Em terceiro lugar nas quedas, um time russo: o Anzhi, que caiu 49,8%.

 

Países

Inglaterra em primeiro lugar: 22 clubes, com valor total de € 3,9 bilhões. Depois, bem abaixo, vem a Espanha com 9 clubes e valor total de € 2,1 e Itália, com 14 clubes valendo € 2,1 bilhões.

Os 100 jogadores estão divididos por 14 países, entre os quais o Brasil ocupa a 10ª posição, depois de ter sido o 7º em 2012.

Entre os principais países, os clubes da Bélgica (+126%) e da Rússia (+18,6%) foram os que apresentaram maior elevação média de valor, enquanto os clubes brasileiros (-59,8%) e holandeses (-17,4%) tiveram as maiores perdas.

Comentário do OCE

Nossos clubes continuam não tendo condições de competitividade com os europeus, apesar de alguns números de faturamento impressionarem. Os jovens valores optam por deixar o país rumo à Europa, não só por dinheiro, mas também por maiores e melhores perspectivas. E para jogar num futebol que, de maneira geral, está em melhor condição técnica que o nosso. A política de trazer jogadores veteranos ou alguns nem tanto, mas já sem mercado entre os clubes europeus, cria alguma ilusão, mas deixa a desejar em resultados mais consistentes, levando à formação de times efêmeros, que não poucas vezes não duram uma temporada.

É possível que a introdução do Fair Play Financeiro, se realmente acontecer, altere esse quadro. O grande problema será manter os torcedores satisfeitos, o que só acontece, entre nós, com títulos, títulos, títulos… Nossos clubes, todavia, estão a precisar de futebol e não de títulos. Porque atrás dos títulos há sempre uma montanha de contas a pagar. Que não são pagas, são jogadas para o futuro, criando um círculo vicioso de saída muito difícil, em vias de se tornar quase impossível. A menos que…

A menos que o Estado propicie mais um perdão de dívidas, devidamente disfarçado por prestação de serviços, formação de atletas olímpicos e outras bonitas promessas.

 



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