Morre Babá, um gigante de 1,54m

qui, 08/04/10
por gm marcelo |

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babaNo final dos anos 50, um espanhol chamado Joaquin chegou ao Rio de Janeiro em busca de uma vida melhor, como milhares de imigrantes que vieram para o Brasil no período. Alguns dias depois de desembarcar na Cidade Maravilhosa, foi levado por um amigo vascaíno ao Maracanã para assistir a um Vasco x Flamengo. A expectativa do torcedor cruzmaltino era conquistar mais um adepto para o clube de São Januário. Mas o recém-chegado fiquei impressionado com a atuação de um jogador rubro-negro, que o fez virar flamenguista para sempre. Exatamente o menor em campo: o ponta-esquerda Babá, que deu um baile nos defensores adversários, bem maiores que ele. Ele dizia ter 1,56m. Mas sua altura oficial seria 1,54m.

Como fez com aquele imigrante, Babá encantou milhares de torcedores do Flamengo nos anos 50 e 60. Que ficaram tristes nesta quinta-feira com a notícia da morte do ex-jogador, que faleceu aos 75 anos no Hospital Geral de Fortaleza, após não resistir a uma cirurgia no coração. O sepultamento ocorreu na tarde desta quinta no município de Caucaia (Ceará), onde morava.

Mário Braga Gadelha nasceu em 24 de abril de 1934 em Aracati (CE) e iniciou a carreira profissional no Ceará. Depois, foi treinar no Sport. Na Ilha do Retiro, ganhou o apelido pelo qual ficaria nacionalmente conhecido. 

ataquefla62Apesar da pequena estatura, infernizava os zagueiros. E chamou a atenção da direção do Flamengo, que o contratou em 1954. Após quatro anos na reserva, virou titular da ponta-esquerda com a transferência de Zagallo para o Botafogo. E passou a integrar um ataque que fez história na Gávea: Joel, Moacir, Henrique, Dida e Babá. Em 62, com a saída de Moacir para o River Plate, Gérson entrou no quinteto (na foto, da esquerda para a direita: Gerson, Henrique, Dida – em cima – Joel e Babá).

O atacante disputou 308 partidas pelo Flamengo e marcou 89 gols. Foi campeão carioca em 54 e 55. Seus duelos contra adversários muito maiores e bem mais fortes entraram para a história do futebol carioca. Casos dos ‘gigantes’ Bellini (Vasco) e Pinheiro (Fluminense). Reza a lenda que em um Fla-Flu, o pequenino atacante teria aplicado um drible da vaca no zagueiro tricolor e passado por entre as pernas do rival.

Na seleção brasileira, enfrentou a concorrência de pontas de renome como o próprio Zagallo, além de Pepe e Canhoteiro. Só teve a oportunidade de disputar uma partida oficial pelo selecionado: o amistoso contra o Paraguai em 29 de junho de 1961. Com um ataque quase exclusivamente do Flamengo – com Joel, Dida, Henrique e Babá (a exceção era o palmeirense Chinesinho), o Brasil venceu por 3 a 2 (gols dos rubro-negros Joel, Dida e Henrique).

Ficou na Gávea até fevereiro de 1962, quando foi atuar no Unam (México). Em 1968, aos 34 anos, voltou à terra natal para encerrar a carreira no Ceará.

 Mas apesar do afastamento dos gramados, deixou suas atuações registradas na memória de milhares de torcedores. Que não esquecem a habilidade e ousadia daquele ‘baixinho’.

Clique e confira uma das últimas entrevistas de Babá

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13 Comentários para “Morre Babá, um gigante de 1,54m”

  1. 1
    Bruno Soares:

    q penaa!! .. :’)

  2. 2
    Taffarel:

    Valew Marcelo, por ter postado aki a noticia do Babá, grande homem, conheço a mulher dele e o filho dele, família gente boa, grande perda para a nação e para nossa cidade tbm, Valew Babá!!!

  3. 3
    walkírio:

    O tempo passa, mas não apaga as lembranças que a gente traz no pensamento.Que o espírito de BABÁ descanse em muita LUZ e PAZ.

  4. 4
    André:

    Fica com Deus e obrigado Babá!

  5. 5
    nataly lopes:

    sua morte nao tem qualque importancia pois uma vida vivida com beleza nao tem fim. um heroi no campo

  6. 6
    Fernando Walcacer:

    Marcelo,
    Olha a coincidência. Eu tinha 9 anos e também estava naquele 2×1 do Flamengo sobre o Vasco e ali virei Flamengo. Dida e Babá foram escalados de surpresa por Fleitas Solich (foi a estréia deles no time de cima) e acabaram com a defesa do Vasco (Belini e Eli do Amparo).. Por essas e outras chamavam Don Fleitas de mago. Grande Babá, obrigado. Descanse em paz..

  7. 7
    Aquiles:

    Campeonato Brasileiro 1987

    Contexto da Competição

    Desde sua primeira edição em 1971, o Campeonato Brasileiro de Futebol já havia sido chamado de Taça de Ouro e Copa Brasil. O Campeonato Brasileiro de 1987 ficou conhecido como Copa União e tinha o nome oficial de “João Havelange”. “União” foi apenas um nome simbólico aproveitado posteriormente para ser usado em homenagem a um dos patrocinadores ao mesmo tempo em que representava aquele histórico momento de superação no qual se agrupavam os principais clubes de futebol do país em torno de um único objetivo, apesar de toda rivalidade que sempre existiu.

    O campeonato foi organizado pelos mais consagrados clubes de futebol do País, algo semelhante ao que acontece hoje com as famosas Ligas Européias que organizam a primeira divisão dos principais campeonatos nacionais deste continente como na Inglaterra, Alemanha, Itália, etc. 87 foi o ano da revolução no futebol brasileiro. Revoltados com o imenso prejuízo nos últimos anos, os treze maiores clubes do país bateram o pé, enfrentaram a CBF.

    Em 1987, a CBF passava por uma grave crise financeira e confusão administrativa devido a disputas políticas internas divididas entre os dois presidentes. A falta de crédito da CBF era tamanha que alguns clubes tradicionais até já ameaçavam não disputar o campeonato nacional caso a CBF ficasse novamente como “organizadora” da competição. Então em junho de 1987, Octávio Pinto Guimarães, presidente da entidade, anunciou publicamente via imprensa que a CBF não tinha condições de organizar o Campeonato Brasileiro daquele ano. Notícia que em seguida foi confirmada também pelo seu vice-presidente Nabi Abi Chedid que além de confirmar a situação deu todo o aval para que o presidente do São Paulo F.C., na época Carlos Miguel Aidar, tomasse a iniciativa de convencer os principais clubes do Brasil a fundarem uma associação que os representassem e teria como primeiro objetivo a organização do Campeonato Brasileiro de 1987.

    Na manhã de sábado do dia 4 de julho de 1987 no Morumbi foi fundado a “União dos Grandes Clubes do Futebol Brasileiro – Clube dos Treze” que reunia os representantes dos 12 principais clubes de futebol do país na época mais a inclusão do Bahia que também estava presente. Os membros fundadores da associação foram os quatro grandes de São Paulo: Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos; os quatro grandes do Rio de Janeiro: Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo; os dois grandes de Minas Gerais: Atlético-MG e Cruzeiro e os dois maiores do Rio Grande do Sul: Internacional-RS e Grêmio, incluindo o Bahia que de acordo com um levantamento feito pelo Jornal do Brasil representavam juntos na época 95% de todas as torcidas do futebol brasileiro. O idealizador do evento, Carlos Miguel Aidar, foi eleito também o presidente da nova entidade, permanecendo no cargo até abril de 1990.

    Reunidos na nova associação, apesar das ameaças de desfiliação por parte da CBF, com o respaldo da FIFA, agregaram um novo elemento ao mundo do futebol brasileiro, ou pelo menos inédito: o projeto de marketing. Patrocinados pela Varig (para os custos com as viagens), Rede Globo de Televisão (para venda dos direitos de transmissão), e a Coca-Cola que estampou seu logotipo na camisa de todos os clubes com exceção de Flamengo (Petrobrás), Corinthians (Kalunga) e Palmeiras (Agip), São Paulo (Bic) e Internacional-RS (Aplub), pois estes já tinham patrocínio próprio e deveriam cumprir contrato. Assim, o Clube dos 13 acabou com a dependência que o nosso futebol tinha do paternalismo governamental e da CBF, e organizou a Copa União, que representaria o Campeonato Brasileiro daquele ano com o apoio da própria CBF.

    Apesar das divergências e a inegável insatisfação histórica dos clubes com a Confederação. A criação da Copa União só surgiu após uma conciliação entre a CBF e o Clube dos 13, já que uma desobediência à entidade poderia provocar reações da FIFA.

    A única exigência da CBF para a realização da Copa União pelo Clube dos 13 era que se incluísse pelo menos mais três clubes de Estados diferentes. Cumprindo a exigência da CBF o Clube dos 13 pediu as Federações dos estados de Goiás, Paraná e Pernambuco, que cada uma indicasse um representante para entrar como convidado no torneio. Os outros tês clubes indicados pelas Federações Goianiense, Paranaense e Pernambucana foram respectivamente: Coritiba, Santa Cruz e Goiás que na época em suas respectivas regiões tinham melhor desempenho em campeonatos nacionais e também eram os mais populares formando assim um total de 16 participantes no torneio.

    Não houve critérios técnicos para a escolha dos outros três participantes e em contrapartida, deixaram de fora o Guarani-SP, e o América-RJ, respectivamente vice-campeão e 4ª colocado do ano anterior, ainda assim a CBF não fez qualquer objeção quanto a isso, pois excluir da disputa da competição do Campeonato Brasileiro os clubes com colocações regulares no campeonato anterior não seria uma prática exclusiva do Clube dos 13. Por diversas vezes, a própria CBF promoveu novamente clubes rebaixados, rebaixou clubes que não tinham caído para a segunda divisão e já havia usado até a melhor média de público como critério de classificação (sempre com o mesmo intuito de beneficiar os grandes clubes). Em outras oportunidades também a CBF não promoveu clubes que venciam a segunda divisão (como no caso do Villa Nova em 1971 não ter ido para a elite do futebol em 1972).

    A idéia da Copa União era de diminuir os prejuízos obtidos nos jogos sem importância contra clubes menores, pois como a CBF havia desistido de organizar o campeonato alegando falta de recursos para arcar com as despesas, então “quem pagaria a conta desses jogos menores seriam os grandes clubes”, por isso, a solução alegada pelos maiores clubes do país foi de selecionar os competidores conforme a tradição e popularidade que esses clubes tinham a nível nacional.

    Em 1986 a CBF não realizou a segunda divisão, os clubes da Série B disputaram o mesmo campeonato com os clubes da Série A. O campeonato nacional de 1986 ficou marcado por ser um dos mais desorganizados de todos, contou com a participação de 80 clubes e ficou meio confuso distinguir quem estava na primeira divisão ou não no ano seguinte. O Conselho Nacional de Desportos e a CBF decidem que os 24 melhores colocados da Copa Brasil de 1986 disputariam a 1ª divisão do ano seguinte. O CND como maior instância esportiva na época, era também a maior autoridade no Futebol, não tinha apenas função normativa, mas disciplinadora e reguladora de todos os esportes. Tinha poderes plenos para fazer intervenções no Campeonato Brasileiro de Futebol, revogar determinações da CBF, contrariar a entidade e decidir questões controversas envolvendo o desporto nacional, conforme o art. 41 da Lei 6.251/75. Em 1986, o CND, desfavorecendo a CBF, deu o ganho dos pontos em favor do Joinville na partida em que seu adversário, o Sergipe, teria disputado com um jogador dopado no empate de 1×1, o que obrigou a CBF a procurar outra solução para o caso, que foi de incluir mais três clubes já eliminados, já que essa resolução deixaria o Vasco fora da competição. Clubes que historicamente tinham um retrospecto regular na competição como Botafogo e Coritiba (campeão nacional de 1985) ficariam de fora dessa lista para o ano seguinte, mas se sentido prejudicados com o “inchaço” do campeonato entraram com um processo na Justiça Comum.

    Até 1986 ainda não existia o sistema de rebaixamento, esse critério só foi adotado, na Prática por imposição da FIFA, a partir da Copa União de 1988 (que foi vencida pelo Bahia), o único critério válido para se classificar para o campeonato nacional da primeira divisão, até então, era obtendo as primeiras colocações nos campeonatos estaduais (portanto, era possível que o vice-campeão ou o 4ª colocado não disputasse o campeonato da 1ª divisão no ano seguinte). Critério que a CBF várias vezes descumpriu (como fez com a promoção do Santos no ano de 1983, pois as vagas destinadas aos clubes paulistas eram até a 8ª colocação do Paulistão e o time da Vila ficou em 9ª. O Vasco também não teria atingido o índice em 83, mesmo assim permaneceu na Série A). Em 1993, já adotado o novo sistema de rebaixamento, a CBF teria descumprido mais uma vez com uma “virada de mesa” em favor do Grêmio. Em 2000 seria novamente o Clube dos 13 mais uma vez a descumprir o critério técnico recolocando o Fluminense na primeira divisão quando organizou a Copa João Havelange.

    Para prestigiar seus compromissos políticos com as demais federações nacionais em 1987, a CBF organizaria dois campeonatos que foram nomeados por módulos: “Amarelo”, que representaria a Segunda Divisão e os Módulos “Azul” e “Branco” que representariam a Terceira Divisão. Nos módulos “Azul” e “Branco” classificariam 12 equipes para a Segunda Divisão de 1988. Porém, esta edição da Série C não passou a ser reconhecida pela própria CBF como a Terceira Divisão do Brasileirão.

    A Segunda Divisão que desde 1971 já havia se chamado de “Taça de Prata” e de “Taça CBF”, dessa vez foi batizada da “Roberto Gomes Pedrosa”. Quando a CBF decidiu criar o chamado “Módulo Amarelo” em 87 (Segunda Divisão), a Confederação usou como critério a participação dos clubes de menor expressão que se classificaram entre os 28 da Copa Brasil de 1986 que não estavam disputando a Copa União, mas na hora de fazer a seleção faltou com o critério quando deixou de incluir a Ponte Preta em favor do Sport e do Vitória que participaram apenas como convidados.

    Mais adiante a Confederação passou a temer que os clubes de repente passassem a acreditar que ela não fosse mais útil. O que na prática ficou comprovado. Quando tudo parecia resolvido, apareceu outro grave problema. A CBF que já estava pressionada politicamente ficou ambicionada pelo enorme sucesso comercial da competição organizada pelo Clube dos 13 e se arrependeu de ter renunciada a responsabilidade de organizar a competição. Quando o campeonato já estava acontecendo, a CBF voltou atrás e quis mudar o regulamento em vigor da Copa União que já estava em disputa. Para isso, a entidade decidiu incluir de alguma forma na competição os 16 clubes do qual ela chamou de “Módulo Amarelo”.

    Para conciliar os interesses da CBF com o Clube dos 13, a Copa União passaria a se chamar “Módulo Verde” e, a princípio, esses clubes do chamado “Módulo Amarelo” que disputavam um campeonato paralelo à Copa União seriam apenas a segunda divisão do Brasileirão daquele ano, porém, no final deveria haver um cruzamento entre os campeões e vices de ambos os campeonatos para decidir quem seriam os dois representantes do Brasil que disputariam a Taça Libertadores da América no ano seguinte. Ainda que aparentemente fosse algo absurdo, não houve qualquer relutância quanto a essa proposta e o impasse se deu como resolvido. Curiosamente uma vaga na Libertadores não interessava tanto aos clubes nacionais quanto hoje (possivelmente, isso explica o motivo dos argentinos serem os maiores vencedores da competição). Mas em seguida a CBF muda seu discurso e a partir da quinta rodada deixa de considerar a Copa União como o Brasileirão, passando a considerar também o “Módulo Amarelo” como primeira divisão juntamente com a Copa União (chamada pela CBF de “Módulo Verde”). A mudança do regulamento proposta pela CBF seria de que nesse cruzamento entre os campeões e vices dessas duas divisões também fosse decidido quem era o Campeão Brasileiro de 1987. Porém, não houve o acordo e obviamente isso acabou gerando uma grande polêmica.

    O Eurico Miranda, vice-presidente de futebol do Vasco (na época) teria dado motivo para a confusão assinando em nome da associação um documento que previa o cruzamento proposto pela CBF quando ficou como interlocutor do Clube dos 13, mas representava apenas como delegado, não estava autorizado a tomar uma decisão que contrariasse os interesses da entidade, no entanto, o Clube dos 13 só tomaria conhecimento da notícia via imprensa no dia seguinte. Ainda assim, nunca houvera o entendimento entre as duas partes, o regulamento original foi mantido e o Clube dos 13 com os demais representantes dos clubes em disputa da Copa União jamais reconheceram ou assinaram qualquer documento aceitando a alteração do regulamento que foi proposto pela confederação do qual obrigava o cruzamento entre os participantes dos dois módulos. Tal hipótese sequer foi cogitada.

    O “Módulo Amarelo” era composto pelos seguintes clubes : América-RJ, Atlético-PR, Atlético-GO, Bangu-RJ, Ceará-Ce, Criciúma-SC, CSA-AL, Guarani-SP, Internacional-SP, Joinville-SC, Náutico-PE, Portuguesa-SP, Rio Branco-ES, Sport-PE, Treze-PB e Vitória-BA. Como forma de protesto América decidiu boicotar o campeonato organizado pela CBF, deixando de comparecer aos jogos e perdendo todos por WO, pois estava ciente de que os participantes da Copa União nunca iriam reconhecer o “Módulo Amarelo” como primeira divisão, e por isso, jamais iriam ceder ao cruzamento entre os dois módulos.

    Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo F. C. e do Clube dos 13 fretou um jatinho particular com dinheiro do próprio bolso para assistir a grande final no Maracanã, pois os aeroportos estavam em greve naquele dia. Achava que ele como representante maior da entidade não poderia deixar de presenciar o título pessoalmente.

    O Flamengo venceu o Campeonato Brasileiro e conquistou o seu Tetracampeonato derrotando o Internacional por 1×0 no Maracanã, com um gol de Bebeto o Rubro-Negro da Gávea levou a taça. O Inter tinha um grande time com Tafarell e cia, mas o elenco do Flamengo era constituído de Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Edinho, Leonardo, Andrade, Ailton, Zico, Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho. Dos onze titulares apenas o meia Aílton jamais fora convocado para a Seleção Brasileira.

    Foi uma época em que a grande maioria de nossos craques ainda estavam jogando no Brasil, mas só haviam casas lotadas em dias de clássico ou em jogos decisivos. Até então os grandes clubes do futebol brasileiro tinham as emissoras como inimigas Nº 1, pois a renda era sua maior arrecadação e eles temiam que as transmissões ao vivo fossem capazes de provocar a evasão dos torcedores nos estádios. Pela primeira vez, haveria um Campeonato Brasileiro com a tabela pronta e organizada de tal maneira que todos os clubes se confrontassem antes da próxima fase com os jogos começando pontualmente com dia e horário determinado.

    O Campeonato Brasileiro de 1987, (também intitulado de Copa União) organizado pelo Clube dos 13 foi sucesso de público, recorde de audiência e exemplo de organização. Derrubou o mito de que a TV afastaria os torcedores dos estádios. O que ocorreu foi justamente o inesperado: de forma surpreendente, mais torcedores passaram a frequentar os estádios. Sendo exibido em horário nobre teve recorde de audiência média de 43 milhões de telespectadores e teve público médio de 20.877 pagantes nos estádios, o segundo maior da história do campeonato nacional.

    Não por acaso, no mesmo dia acontecia a final do “Módulo Amarelo” organizado pela CBF entre Sport e Guarani-SP que após um empate na prorrogação e outro empate em 11 x 11 nos pênaltis os dirigentes dos dois clubes decidem dividir o título através de um acordo. Ironicamente, o regulamento imposto pela CBF que previa o quadrangular se tornou irrealizável já que não ficou definido quem era o vice-campeão deste módulo.

    Após o fim do campeonato a CBF volta a falar em mudança do regulamento. Alegando que o regulamento foi alterado à revelia do Clube dos 13, Flamengo e Internacional-RS se recusaram a disputar o cruzamento imposto pela CBF com o apoio do Clube dos 13 e de Carlos Miguel Aidar, na época presidente do São Paulo F.C. e também do Clube dos 13, que tinha como cúmplice e comparsa o atual presidente do time do Morumbi Juvenal Juvêncio. Jogar um quadrangular decisivo não foi uma simples escolha de Flamengo e Internacional, mas o cumprimento de uma determinação do Clube dos 13 e do regulamento da Copa União que fora criado pela mesma entidade. Logo, quaisquer dos clubes que chegassem à finalíssima deveriam fazer o mesmo.

    O Internacional que se sagrou vice-campeão poderia se aproveitar da situação disputando outra final só para ter uma nova chance de ser reconhecido como campeão nacional daquele ano pela CBF, porém preferiu manter o acordo que já havia firmado com os demais clubes, reconhecendo o título em favor do Flamengo e demonstrando extremo exemplo de compromisso e dignidade com a entidade da qual fazia parte.

    No ano seguinte, o Conselho Arbitral é convocado e julga o caso em favor do Flamengo. Dos 15 participantes do próprio “Módulo Amarelo”, todos reconheceram o título do Flamengo como legítimo, com exceção apenas de Náutico, Sport e Guarani. As federações não tinham autonomia para dar a última palavra em questões jurídicas, em 1988 ainda vigorava a Lei 6251/1985 que firmava o CND (Conselho Nacional dos Desportos) como máxima instância esportiva da época (portanto, superior à CBF). O CND (atual STJD) votou em reunião extraordinária através de seu relator Álvaro Melo Filho e sobre a presidência do vascaíno Profº Manoel Tubino (já falecido) com decisão unânime, que o Flamengo era campeão, legitimando assim o Flamengo como campeão do Campeonato Brasileiro de 87.

    Apesar da Justiça Desportiva oficializar o título do Flamengo. A CBF descumpriu o feito desacatando a deliberação do seu órgão supremo, sobretudo através de seu vice-presidente Nabi Abi Chedid (inimigo político de Márcio Braga que era presidente do Flamengo na época) e insistiu na imposição de mudar o regulamento anunciando a tabela do tal quadrangular para janeiro de 1988. Sabendo que não haveria jogo algum, a CBF mantém o tal cruzamento, mas inverte os mandos de campo definindo que as partidas sejam realizadas simultaneamente em Recife e Campinas. Ao mesmo tempo as Federações pediam o “Impeachment” de Octávio e Nabi sob a acusação de negligência e de usar indevidamente o dinheiro da CBF, configurando-se a malversação de verbas.

    A CBF de forma desonesta e equivocada considerou o Sport como vencedor do campeonato após o Sport derrotar o Guarani em Recife e se tornar vencedor do suposto cruzamento sem vices que ocorreu sem a participação de Flamengo e Internacional, gerando dessa forma uma polêmica que persiste até hoje. Em seguida o Sport leva o caso a Justiça Comum, o Flamengo não dá a menor importância ao processo, pois, todavia (ainda que a diretoria da CBF tenha caído em contradição), tanto a própria CBF quanto a FIFA condenam os clubes que recorrem a Justiça Comum. A FIFA não interfere julgando ou determinando os títulos de qualquer clube de qualquer país que seja, mas ela também não considera que a Justiça Comum seja um órgão competente em julgar causas esportivas e costuma punir os clubes que acionam a ela.

    Apesar do desmando da CBF ao órgão do qual ela era subordinada, o título já havia sido legitimado em última instância esportiva em favor do Flamengo, dessa forma, sendo o Flamengo campeão de fato e de direito do Campeonato Brasileiro de 1987.

    No ano seguinte, a CBF entra em acordo com o Clube dos 13 e retoma a responsabilidade de organizar a competição. O Campeonato Brasileiro novamente viria a ser chamando de Copa União, mantendo assim, o mesmo nome do campeonato que foi realizado pelo Clube dos 13.

    Em 2000, o Clube dos 13 novamente realizaria o Campeonato Brasileiro de Futebol que foi chamado de Copa João Havelange, pois a CBF estava impedida pela Justiça. Ironicamente no mesmo campeonato havia um enunciado da tabela com um cruzamento entre clubes da primeira com a segunda divisão, porém seria uma situação bem contrária daquela que aconteceu em 1987, o cruzamento desta vez não seria imposto, já estava previsto no regulamento e plenamente acordado entre os clubes participantes desde o princípio.

    Apesar de continuar com o mesmo nome, o Clube dos 13 conta atualmente com 20 membros associados. Estão hoje filiados pela entidade: Portuguesa-SP, Coritiba, Goiás, Atlético-PR, Guarani-SP, Vitória-BA e o próprio Sport Recife que inclusive ocupa o cargo de quarta vice-presidência da liga.
    Embora com o tempo o Clube dos 13 tenha perdido o seu verdadeiro propósito pelo qual foi criado, (pois hoje se limita apenas a negociar a venda dos direitos de transmissão das partidas), se não fosse pela iniciativa dessa associação, muito provavelmente, o Campeonato Brasileiro de 1987 nem teria existido.

    Questionar o mérito do Clube dos 13 em organizar Campeonato Brasileiro de Futebol ou o mérito do título do Flamengo no ano de 87 seria o mesmo que questionar se existiu Campeonato Brasileiro no ano de 2000 ou ainda afirmar que um clube pode ser Campeão Nacional sem disputar pelo menos uma partida contra um dos principais clubes de futebol do país.

    https://www.flamengo.com.br/flapedia/Copa_Uni%C3%A3o

    “Crise, revolução e traição” – Artigo de Ubiratan Leal (editor do Portal Trivela, Balípodo e da Revista ESPN) elucidando os fatos sobre a Copa União de 1987

    https://www.trivela.com/Futebol.aspx?secao=45&id=16544

    Juca Kfouri explica Copa União 1987

    https://www.youtube.com/watch#!playnext=1&playnext_from=TL&videos=KXCqHdNuUGk&v=LVuhTLNkmD0

    Trecho da entrevista com o vascaíno Profº Manoel Tubino, presidente do CND (órgão de última instância desportiva em 1987).

    https://www.youtube.com/watch?v=vG_phvdntcY

    Juca Entrevista – Carlos Miguel Aidar – Parte 1

    https://www.youtube.com/watch?v=Jvyau2ziMvU&feature=PlayList&p=32B79EDEE8EAA30A&playnext=1&playnext_from=PL&index=13

    Juca Entrevista – Carlos Miguel Aidar – Parte 2

    https://www.youtube.com/watch?v=obuNvEhz2fY&feature=related

    Juca Entrevista – Carlos Miguel Aidar – Parte 3

    https://www.youtube.com/watch?v=ci-UFkQR1sA&feature=related

    “Entrevista com João Henrique Areias” (Um dos diretores de marketing encarregado pelo Clube dos 13 de comandar o projeto comercial da Copa União de 87):

    https://www.outrasletras.com.br/imprensa_areias13_leoweb.pdf

    vitoria, sport e bota rebaixados no Brasileirão 1986

    https://www.youtube.com/watch?v=XIfb1-LdaP0

  8. 8
    Marcelo Câmara:

    Lembro do grande Babá, ponta-esquerda do Flamengo do tricampeonato 1953-4-5. Vivia ainda na minha terra, Angra dos Reis, RJ. Um gigante em campo. Chegou à seleção brasileira. Um tempo que, como o Wagner Love, o jogador suava a camisa, se extenuava pelo clube. Em 1960, fui gandula de treinos do Flamengo no Caio Martins. Babá já estava no México. Mas alcancei Dida, Espanhol, Joel, Moacir, Jordan, Jadir. Que Deus receba Babá em sua casa. Os que conviveram com ele dizem que era um grande sujeito, bom, amigo, alegre, solidário. Que Deus lhe dê eterno descanso.

  9. 9
    Galak:

    Meus sentimentos rubro-negros!!!

  10. 10
    Albero Cunha:

    Sou Vascaino,mas adoro o Técnico Andrade,não deve sair,ele não tem culpa de nada que está acontecendo.Seria imoral mandar ele
    embora,1º,ele deu o título do Brasileiro de 2009.Tenho grande amizade com Adilio,sou morador de Quintino.

  11. 11
    Alberto Cunha:

    Sou Vascaino,torço muito para o Técnico Andrade,ficar no Flamengo,não mandar ele embora.Seria imoral. Sou amigo do jogador
    Adilio.Sou morador de Quintino.

  12. 12
    Joao Pedro Bomja:

    bha nunquinha vi um cara tao bao pq eu n conheçi ele mas vai com deus grande jogador

  13. 13
    marioromero:

    Ví no cinema em Esperança – PB, as grandes jogadas de Babá no Canal 100. Meu conterrâneo Jaime Tito, esteve no Rio, nos anos 50 e viu Babá jogar muitas vezes no Maracanã. Ele nos contava, que Babá brincava com Joel. Babá cruzava para Joel lá ponta direita, e Joel mandava de volta, eles pintavam e bordavam. Joel, Moacir, Henrique, Dida e Babá, que ataque maravilhoso. Vá Babá em paz.



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