Boca Juniors: uma relação antiga com jogadores brasileiros

qui, 04/02/10
por gm marcelo |
categoria Argentina

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Ex-capitão do Fluminense, o zagueiro Luiz Alberto assinou contrato com o Boca Juniors. A presença de um jogador brasileiro no time mais popular da Argentina é algo que pode chamar a atenção hoje, mais que foi algo comum até os anos 60.

domingosdaguiabocaNa década de 30, com o profissionalismo consolidado já na Argentina, antes do que no Brasil (começou em 1933), a transferência de atletas nacionais para o país vizinho não era rara. E também para o Uruguai. Um dos primeiros brasileiros a se destacar no clube, como lembrou o pesquisador Alexandre Aníbal, foi Martim Silveira, que se destacou no Botafogo e defendeu o Brasil nas Copas de 34 e 38. Ele atuou no Boca em 1933 e 34, sendo campeão argentino no segundo ano.

Em 1935, Domingos da Guia (foto) trocou o Vasco pelo Boca, sendo campeão argentino daquele ano. Já conhecido com um dos melhores zagueiros do país, o defensor brilhou em Buenos Aires, e até hoje é lembrado no clube portenho, apesar de ter atuado na equipe por apenas um ano.

Nos anos 40, a diretoria do clube decidiu investir um famoso atacante da seleção brasileira. Mas a passagem de Heleno de Freitas pelo Boca não foi das mais bem sucedidas. O clube pagou um fortuna para tirar o ídolo do Botafogo de General Severiano, na maior transação do futebol brasileiro na época. Mas o temperamental atacante não teve bom desempenho na Argentina e no ano seguinte estava de volta ao Brasil, defendendo o Vasco.

Mas outros atacantes brasileros tiveram sucesso em La Bombonera. Também contratado ao Botafogo, em 1960, Paulinho Valentim marcou seu nome da história do Boca Juniors, se tornando o maior artilheiro do time em clássicos contra o River Plate (dez gols em sete jogos). No total, marcou 71 tentos em 115 partidas pelo clube. Atuou na equipe até 65, quando, aos 32 anos, retornou ao Brasil, para defender o São Paulo.

Em 61 e 62, Paulinho Valentim fez dupla com Almir Pernambuquinho. E foram campeões argentinos de 62. Paulinho também ganharia o título de 64.

Campeões mundiais pelo Brasil também defenderam o Boca, como o zagueiro Orlando Peçanha (61/64) e o meia Dino Sani (59/61), integrantes da seleção de 58. E o treinador da equipe na Copa disputada na Suécia também comandou a esquadra xeneize: Vicente Feola (1961).

A partir de 2001, o Boca voltou a investir em atletas brasileiros. Naquele ano contratou o lateral-esquerdo Jorginho Paulista, campeão brasileiro pelo Vasco em janeiro daquele ano. Mas o jogador saiu no ano seguinte. Outro lateral teve passagem rápida pelo gigante da capital argentina: Baiano, que atuou no Boca em 2005 e denunciou ter sido vítima de discriminação racial no clube.

O brasileiro que obteve sucesso recentemente em La Bombonera foi o atacante Iarley, contratado após marcar o gol da vitória do Paysandu no mítico estádio em jogo da  Libertadores de 2003. No clube argentino, usando a camisa 10 que foi de Maradona e hoje pertence a Riquelme, ajudou o time a ser campeão nacional e Mundial Interclubes daquele ano. E deixou sua marca em um clássico diante do River no Torneio Apertura (assista ao gol no vídeo acima). Em julho de 2004, foi negociado com o Dorados (México).

E você pode acompanhar o blog Memória Esporte Clube no Twitter: https://twitter.com/memoriaec

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13 Comentários para “Boca Juniors: uma relação antiga com jogadores brasileiros”

  1. 1
    Rodrigo Linhares:

    Olá, Marcelo!

    Mais uma vez, parabéns pela coluna, eu também faço parte do MEMOFUT.

    Outros jogadores brasileiros também passaram pelo Boca, como Orlando Peçanha, Dino Sani, Ieso Amalfi, Vicente Feola chegou a comandar a equipe portenha e Baiano, que era carinhosamente chamado de “Bombom” pela La 12.
    Esse último, por sinal, saiu do Boca indiretamente por causa do episódio envolvendo Grafite e Desábato já que, depois disso, alguns jogadores da equipe argentina, liderados por Abbondanzieri, passaram a boicotá-lo querendo “dar o troco”.

    Mas teve um caso bem interessante, não sei se você se lembra, mas, em 1992 ou 1993, o Maradona comprou o passe do Charles, campeão brasileiro pelo Bahia e que passou também pelo Cruzeiro.
    Diego disse que o baiano era o melhor centroavante da América do Sul depois do Batistuta.
    Charles, porém, nunca foi no Boca o artilheiro de outros tempos e Dieguito teve um belo prejuízo.

    Um forte abraço a você e parabéns por preservar a história do nosso futebol!

    Caro Rodrigo. Muito obrigado pela sua mensagem. Acrescentando informações bem interessantes. Abs. Marcelo

  2. 2
    Paulo Fernandes:

    Faltou citar o Orlando Peçanha, zagueiro Bi-Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira e diversas pelo Vasco que ficou conhecido na Argentina como “O Senhor do Futebol”.

    Caro Paulo. Excelente lembrança. Obrigado pela mensagem. Abs. Marcelo

  3. 3
    antonio:

    …..

  4. 4
    Bruno Burlamaqui:

    E, vale ressaltar, o genial volante Dino Sani (ídolo de Corinthians, Milan e São Paulo FC), que também passou pelo Boca Juniors, na mesma época que Almir Pernambuquinho e Paulinho Valentim.

    As passagens recentes de brasileiros pelo grande clube argentino foram desastrosas (Jorginho Paulista e Baiano). A exceção foi o Pedro iarley, em 2003, que é lembrado com carinho pelos xeneizes (sendo, inclusive, campeão mundial interclubes, pelo Boca, naquela temporada).

    Temo que a passagem de Luiz Alberto reviverá as de Baiano e Jorginho Pta., ou seja, mais um fiasco. Não é um jogador para o nível do clube. No Fluminense, durante a temporada 2009, tornou-se a quinta ou sexta opção do elenco tricolor (disputava a condição de “menos prestigiado” com o Edcarlos), sendo superado na preferência pelos jovens Dalton, Diguinho, Gum e Cássio.

    Boa sorte a ele nesta empreitada no futebol argentino!

    Lembro que, há cerca de um ou dois anos, o Inpendiente, de Avellaneda, contratou o Sérgio Manoel (aquele mesmo), que foi apresentado com “pompa”…
    O futebol argentino não tem a capacidade de trazer os bons jogadores dos clubes de ponta do Brasil, mas sim aqueles que vêm sendo subaproveitados nos seus elencos… Recentemente, o River Plate consultou o Internacional pelo equatoriano Luis Bolaños (que foi emprestado, pelo Colorado, ao Deportivo Quito), já o mesmo Boca Juniors foi recorrer ao uruguaio Gonzalo Sorondo (a quarta opção do elenco de Jorge Fossati), porém sem sucesso, por isso, a investida em Luiz Alberto.

    Caro Bruno. Obrigado pela sua mensagem. Abs. Marcelo

  5. 5
    Adriano Santana:

    Eu particularmente adoro o estilo de jogo argentino, me identifico muito com em eles em relação a esse aspecto. É bom saber que na Argentina, mais precisamente no Boca juniors, existe um zagueiraço que se chama Luiz Alberto, ex-Flu. Enfim, gostei da contratação dele pela parte do Boca. E vamos romper essa barreira dos clubes argentinos possuir menos jogador brasileiro, do que os clubes brasileiros possuir mais jogadores argentino, como é o caso do Corinthians por exemplo, tem dois, que são o defensor Escudero e o meio-campista Defederico. Sem falar também das outras nacionalidades, como os paraguaios, uruguaios, chilenos, equatorianos e colombianos. Vamo crescer o mercado sul-americano em geral.

    Abraços.

  6. 6
    Marcos Felipe:

    Iarley é o tipo de jogador q merecia chance em seleção, quando era novo lógico. Igual a Dodô, Washington, e mais recente Hernanes.

  7. 7
    gustavo migliora:

    e o silas?

    foi bem no sao paulo, jogou na seleção brasileira e no boca!

    pq ninguemlembra dele?

    grande futuro como treinador tb.

    abs

    Caro Gustavo. Na Argentina, o Silas jogou no San Lorenzo. Grande abraço. Marcelo

  8. 8
    Alexandre Anibal:

    Oi Marcelo, boa tarde! Parabéns pelo trabalho!

    Sobre o post, acho somente que faltou mencionar o primeiro brasileiro que jogou no Boca, o gaúcho Martim Silveira, que na Argentina virou “Silveyra”.

    Jogou de 1933 a 1934 por lá, ganhando o título argentino de 34. Ainda por cima foi convocado pela seleção para as Copas de 34 e 38.

    Caro Alexandre. Muito obrigado pela sua mensagem. Acrescentei o Martim no texto. Abs. Marcelo

    Um abraço e apareça lá por SP!

  9. 9
    Alexandre Anibal:

    Oi Marcelo, boa tarde! Parabéns pelo trabalho!

    Sobre o post, acho somente que faltou mencionar o primeiro brasileiro que jogou no Boca, o gaúcho Martim Silveira, que
    na Argentina virou “Silveyra”.

    Jogou de 1933 a 1934 por lá e conquistou o título argentino de 34. Ainda por cima foi convocado pela seleção para as
    Copas de 1934 e 38.

    Um abraço e apareça por aqui!

    Caro Alexandre. Muito obrigado pela sua mensagem. Acrescentei o Martim no texto. Abs. Marcelo

  10. 10
    ALBERTO:

    pq brasileiro puxa tanto o saco do futebol argentino?? e eles nao tem nem ai para o nosso…

  11. 11
    Roberto:

    O VASCO É TUDO PRA MIM EU MORO PERTO DE SAO JANUARIO EU SINTO ORGULHO DE SER VASCAINO VER ESSA TORCIDA TAO BUNITA COMO É A DO VASCO EU VO AOS JOGOS DO VASCÃO CARA EU TAVA ASSISTINDO O JOGO DO VASCO X FLUMINENSE PELA TELEVISAO QUANDO O VASCO SE CLASSIFICOU EU CHOREI VENDO O VASCÃO SE CLASSIFICAR PARA A FINAL VAMOOOOOOOOOOO VASCÃOOOOOOOOOOOO VAMO SER CAMPEAOOOOOOOOOOOOOO OOOOOOOOOOOOO VASCÃO OLE OLE OLEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE VASCOO TUDO NA MINHA VIDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  12. 12
    Rodrigo Silveira Dupont:

    Parabéns pela reportagem, quero dizer que sou natural de bagé Rs e Martim silveira é meu tio Avô infelizmente nao tive a oportunidade de conhece-lo todos que o viram jogar disseram que era um excelente jogador, meu avô que o criu pois era mais velho e o criou foi quem na época nao queria que este jogasse futebol, na época era uma profissão que nao merecia o respeito que temos hj
    tenho muito orgulho de meu tio
    parabéns pela reportagem

    Caro Rodrigo. Muito obrigado pela sua mensagem. Abs. Marcelo

  13. 13
    Kaio Vargas:

    Excelente texto, Marcelo, meus parabéns. O Bruno acertou ao falar do Luiz Alberto, e deu no que deu. A torcida estava gostando dele, mas sabe-se lá porque, resolveu sair. Uma pena, pois sem dúvida era a chance da vida dele.
    Curioso o episódio do Baiano, pois alguns ídolos do Boca, como Guillermo Schelotto e Pato Abbondanzieri usaram de xenofobia e racismo para tirar o Baiano do time, sendo que ele também havia conquistado a simpatia dos torcedores. O primeiro teve a coragem de falar pro Baiano parar de fazer gol por ser lateral, e ele como atacante, que devia faze-los. E o coitado do Abbondanzieri, quis defender o Desabato, que esse ano mesmo deu uma cabeçada nele, no jogo entre Inter x Estudiantes. Só rindo mesmo.
    Me recordo também que tempos atrás o River Plate estava interessado no goleiro Fábio Costa.
    Abraços!



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