Pais e filhos no futebol

dom, 09/08/09
por gm marcelo |

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Muitos filhos de jogadores de futebol costumam lamentar a ausência dos pais durante grande parte da infância. A rotina de viagens e períodos de concentração reduz sensivelmente o período de convivência entre pais-atletas e a família. Mas no futebol, existem vários casos de “peixinhos” que decidiram seguir a carreira de seus ídolos paternos.

E na história do futebol, há exemplos de filhos que conseguiram repetir o sucesso de seus antepassados em campo. E até superar. Ou nem chegar perto.

O maior nome do futebol mundial deixou um seguidor nos gramados. Mas se Edson Arantes do Nascimento marcou 1.284 gols, Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, decidiu tentar impedir que a bola balançasse a rede. Com passagens pelo Santos (1990/91 e 94/98), Portuguesa Santista (92), São Caetano (93) e Ponte Preta (98), o goleiro sempre foi considerado um arqueiro mediano. Foi titular do Santos durante o Campeonato Brasileiro de 95, quando o time paulista foi vice-campeão nacional.

Assim como Edinho, Ademir da Guia e Djalminha decidiram ser jogadores de futebol em posições diferentes de seus pais. Mas foram reconhecidos como atletas de sucesso. Filho de Domingos da Guia, considerado um dos melhores zagueiros da história do futebol nacional, Ademir da Guia brilhou com a camisa 10 do Palmeiras durante 16 anos e é considerado por muitos palmeirenses com o melhor jogador da história do clube. É um dos três atletas homenageados com um busto na sede social do Alviverde (ao lado de Junqueira e Waldemar Fiúme).

Mas na seleção não obteve o mesmo sucesso do pai. Enquanto Domingos foi titular do Brasil na Copa de 38 e defendeu o país em 25 partidas, Ademir teve poucas chances com a camisa amarela. Atuou em apenas nove jogos pelo selecionado. Somente um de Copa – a disputa do terceiro lugar do Mundial de 74, contra a Polônia. Apesar do bom futebol, não foi relacionado para a Copa de 70.

Djalma Dias e Djalminha (ao lado) tiveram uma trajetória parecida na seleção. Zagueiro de estilo clássico, o pai defendeu o Brasil em 21 partidas, mas não foi convocado para as Copas de 66 e 70, apesar de ser um dos principais beques do país no período (foi campeão paulista pelo Palmeiras em 66 e 69). Foi titular com João Saldanha nas Eliminatórias, mas não foi lembrado por Zagallo. Já o filho perdeu a chance de disputar o Mundial de 2002 – e ser campeão mundial – por ter aplicado uma cabeçada em seu técnico no La Coruña, Javier Irureta, durante um treinamento. No dia da divulgação da lista de convocados para o Mundial, Luiz Felipe Scolari reconheceu que o caso tinha influenciado sua decisão de não chamar o meia. Em 98, também foi ficou fora da relação elaborada de Zagallo (como o pai 28 anos antes), apesar de ter integrado o time campeão da Copa América no ano anterior.

Há casos também de filhos que não apenas seguiram a carreira dos pais. Também atuaram na mesma posição. Caso do lateral Gabriel (ex-Fluminense e São Paulo), filho de Wladimir, ídolo do Corinthians nos anos 70 e 80. A diferença é que o primeiro atua pela direita.

E Alecsandro, hoje no Internacional, atacante com o pai, Lela, destaque do time do Coritiba que conquistou o Campeonato Brasileiro de 1985. E a família tem outro jogador: o meia Richarlyson (São Paulo).

Muitos herdeiros de jogadores bem-sucedidos reclamam que sofrem com as comparações feitas com os pais. Filho mais novo de Zico, maior ídolo da história do Flamengo, Thiago Coimbra teve passagem rápida pelo clube e também não conseguiu se firmar em outras equipes, como Coritiba e Madureira.

Comparações não foram um problema para Paolo Maldini. Um exemplo de filho que conseguiu suplantar o pai. O meio-campista Cesare Maldini defendeu a Itália em duas Copas do Mundo (62 e 66) e foi capitão do Milan em 63, quando o clube italiano foi campeão europeu. Mas hoje é mais conhecido como “o pai de (Paolo) Maldini”, titular da seleção italiana em quatro Mundiais (90, 94, 98 e 2002), cinco vezes campeão da Liga dos Campeões da Europa (89, 90, 94, 2003 e 2007) e um dos maiores ídolos da história do Milan. E a família segue no futebol. Filho de Paolo, Christian, 13 anos, atua nas categorias de base do Rubro-Negro de Milão. Será que veremos a terceira geração de Maldinis no futebol?

Na Argentina, há o exemplo do clã Verón. Juan Ramón Verón, “La Bruja”, foi tricampeão da Libertadores (1968, 69 e 70) pelo Estudiantes de La Plata. Título que seu filho, Juan Sebastián Verón, “La Brujita”, conseguiu incluir em seu vitorioso currículo em julho, ao comandar o mesmo Estudiantes, com a mesma camisa vermelha e branca, ao título continental na decisão contra o Cruzeiro.

Lembra de outros casos de filhos que seguiram a carreira dos pais no futebol? Deixe seu recado na caixinha de comentários

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41 Comentários para “Pais e filhos no futebol”

Páginas: [3] 2 1 »

  1. 41
    hei:
  2. 40
    Camilo:

    Bolívar, zagueiro/lateral do Inter, é filho do Bolívar, ex-lateral do Grêmio…
    Um bom exemplo de irmãos jogando bola é o do Ronaldinho e do Assis, ambos surgidos no tricolor gaúcho…

  3. 39
    RODRIGO:

    O LELA QUE FOI CAMPEAO BRASILEIRO PELO CORITIBA EM 85 E PAI DO RICHARLLYSON E DO ALEXSANDRO

  4. 38
    Lucas:

    Gabriel(ex Fluminense e São Paulo) filho do Wladimir(ex Corinthians)

  5. 37
    Vitor:

    TEM um garoto no futebol de base do vasco q joga junto com o Romarinho filho do romario e com o filho do roberto dinamite, e esse garoto é filho do geovani q era meio campo do vasco nos anos 80 -90
    e esses dias o globoesporte fez uma reportagem com os tres meninos..

  6. 36
    Ascanio dr A . Drumond:

    Bebeto tem filho jogando na base do Flamengo , Paulo Roberto Costa tem 2 filhos , um no Gremio e o outro no Internacional ,

  7. 35
    Tiago:

    ……….Ronaldo!

  8. 34
    Alan:

    o filho do roberto dinamite vai ser um belo jogador outro exemplo no propio VASCAO o Romarinho filho do romario e varios outros
    //+//
    Naçao Cruzmaltina

  9. 33
    José Roberto:

    Leandro Amaral, seu pai Julio Amaral

  10. 32
    Bruno Bisquiliare Lima:

    No dia 24 de abril de 1996, o jogador do Barcelona, o islandês Eiður Guðjohnsen e seu pai Arnór Guðjohnsen entraram para a história do futebol mundial como a única vez que um pai e seu filho atuaram por uma partida oficial de seleções.
    O Arnór Guðjohnsen começou jogando e no intervalo foi substituído pelo seu filho Eiður Guðjohnsen.
    No dia do jogo Arnór tinha 34 anos e Eiður tinha 17.
    O jogo foi Estônia 2 X 3 Islândia, sendo um dos gols foi marcelo pelo Arnór Guðjohnsen.

  11. 31
    Cremilson Leiva:

    O Beto Acosta do Nautico e filho do volante Alberto Acosta que jogou nos anos 80.

  12. 30
    Tânia Boggian Arjona:

    Tem o Julio Cesar, lateral-esquerdo do Goiás, que já jogou em vários clubes, o pai dele é o Cesar, ex centroavante do Palmeiras na época do Telê Santana (78/79), jogou no Vasco c/ o Dinamite, foi para a Espanha, Portugal, e esteve na Seleção Brasileira em alguns amistosos.

  13. 29
    ilmar:

    TEM O JOÃOZINHO QUE JOGOU NO CRUZEIRO FOI CAMPEÃO DA LIBERTADORES NOS ANOS 70 E O FILHO DELE QUE JOGOU NO VITÓRIA E A ALGUNS DIAS ATRÁS FOI DISPENSADO DO BAHIA.

  14. 28
    Thiago:

    Sebastião Lazaroni, Bruno lazaroni do bangu….

  15. 27
    Walisson:

    o filho do roberto dinamite vai ser um belo jogador outro exemplo no propio VASCAO o Romarinho filho do romario e varios outros
    //+//
    Naçao Cruzmaltina

  16. 26
    Orlando Cabral:

    O capitão do tri Carlos Alberto Torres e seu filho zagueiro Alexandre Torres (ex-Flu e Vasco)

  17. 25
    Orlando Cabral:

    outro caso.
    Zizinho, um meia da base do São Paulo (início dos anos 80), que passou a maior parte da carreira no futebol mexicano (jogou também no Santos no final dos anos 80) e seu filho Giovanni dos Santos, ex-Barcelona e ex-prodígio.

  18. 24
    Orlando Cabral:

    Lembrei outro caso.
    Matosas (zagueiro do Uruguai na copa de 70 – levou aquela cotovelada de Pelé que nem foi marcada a falta) e seu filho Matosas (meia reserva do São Paulo de Telê do começo dos anos 90)

  19. 23
    Orlando Cabral:

    Pablo Forlán (lateral-direito, ex-São Paulo, Peñarol e Seleção Uruguaia) e Diego Forlan (atacante, Seleção Uruguaia e futebol espanhol)

  20. 22
    JOSE ROBERTO:

    Tem também o meu filho JUNIRO

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